Já estive no Douro, há quase dez anos, quando comecei a vir para Portugal, levado por Pierre Aderne e Daniela, e agradeço a eles por me ter dado a oportunidade de conhecer um dos lugares mais lindos de Portugal e do mundo. Fiquei hospedado em uma quinta produtora de vinhos em Peso da Régua – à beira do Douro, claro - e Dani e Pierre nos levaram, a mim e a Stela, ao Crasto, também, para um jantar na quinta do mesmo nome.
Douro e Trás-os-Montes me cativaram. E voltei, em junho, no verão de 2016, para andar no meio do Rio Douro, através do Rio Douro, pois até então eu havia estado em suas margens, admirando a sua beleza, apenas. Peguei uma barca para um cruzeiro até Pinhão, passando pela Régua e pude admirar com mais vagar o grande e belo rio do norte de Portugal e suas margens, pejadas de vinhedos, de um outro ângulo: pude experimentar o olhar do próprio rio. Os famosos socalcos – plataformas cortadas nos morros para que formem degraus -, os terraços ou escadas onde são plantadas vinhas por todos os montes que formam a região do Douro, estavam verdinhos, verdinhos, com os pés de uvas começando a carregar de cachos de uvas.
E ver as margens do Rio Douro muito verdes, intensamente verdes, com suas vinhas carregando de cachos de uvas da melhor qualidade, uvas que vão se transformar nos melhores vinhos, é uma sensação inigualável. Meus olhos míopes se enchem com essa beleza ímpar. É tanta uva, tanto verde, tanto encantamento… E ainda tem as oliveiras, também, por todo lado.
O Douro, região do norte de Portugal que tem esse nome justamente por causa do grande e belo rio que domina o vale, é verdadeiramente um dos lugares mais lindos do mundo. Além da beleza da cultura das uvas – nesta época, início do verão na Europa, está começando a produzir, lá por outubro é feita a vindima, pois os frutos estarão maduros, prontos para serem colhidos e em seguida as folhas das uvas transformam-se num degradé belíssimo, assumindo quase todas as cores que existem – o Rio Douro é navegável e podemos deslizar através do seu leito para admirar toda essa natureza de beleza incomensurável.
Agora, na primavera de 2019, volto para matar as saudades e encher meus olhos e meu coração de encantamento.
Luiz Carlos Amorim é fundador e presidente do Grupo Literário A ILHA em SC, com 39 anos de atividades e editor das Edições A ILHA. Ocupante da cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras.
Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 32 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano, francês -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.
O autor assina, também, o Blog CRONICA DO DIA, em http://lcamorim.blogspot.com