Numa matéria intitulada "Chico Alencar e Paulo Ramos debatem propostas no Sindsprev", o texto informa que o Sindicato convidou todos os candidatos a Prefeito do Rio de Janeiro para um debate em sua sede e que só os dois citados compareceram. Segundo o jornal, a diretora da entidade, Janira Rocha, ao abrir o evento, "lamentou a ausência dos demais candidatos, que foram convidados com antecedência. Os que não vieram talvez tenham agido assim por acharem que debater com os trabalhadores não dá tanto IBOPE quanto ir às entidades patronais". Em seguida, a diretora teria lido uma Carta, preparada pelo Sindsprev, cobrando compromissos dos candidatos.
Com muito destaque, a matéria lista nominalmente todos os demais candidatos a prefeito do Rio e seus respectivos partidos, após a frase: "Fugiram do debate com os trabalhadores os candidatos ....". Entre eles, citam Eduardo Serra, candidato do PCB.
No que se refere ao PCB, trata-se de uma infâmia e uma deslealdade. Nem o Partido nem o camarada Eduardo Serra receberam qualquer convite ou carta do Sindicato, através de qualquer meio, para comparecer ao debate. Seguindo tradição partidária, nossos candidatos não deixam de comparecer a qualquer debate. Seja onde for, comparecem, independente da platéia, para colocar as opiniões coletivas do Partido. O debate, por sinal, é para o PCB a principal razão de termos candidatos. Ainda mais em se tratando de uma organização de trabalhadores. Isto é uma ofensa à história de 86 anos de lutas do PCB, que se confunde com a história do movimento sindical no Brasil.
Não acreditamos que os candidatos que compareceram, Paulo Ramos (PDT) e Chico Alencar (PSOL), que contam com nosso respeito, tenham qualquer cumplicidade com a manobra feita pelo jornal, mesmo este informando que Chico abriu sua palavra pedindo "uma sonora vaia para os candidatos ausentes".
A julgar pelo que aconteceu com o nosso candidato, tudo indica que os organizadores do debate, partidarizando a entidade, decidiram promover os candidatos de seu campo político e desgastar os demais, simulando que houve democracia. Além do desrespeito ao pluralismo de idéias, a regras mínimas de unidade de ação e à autonomia das entidades sindicais, no caso do PCB é uma grosseria injustificável, pois tratamos os dois candidatos citados e setores importantes de seus partidos como aliados na luta pelo socialismo. E no caso dos trabalhadores da base do sindicato, é um desrespeito ao seu direito de informação, de não serem manipulados.
A não ser que os responsáveis pela manipulação queiram "punir" o PCB por ter candidato próprio e não estar apoiando o deles, como se nosso Partido não tivesse os mesmos direitos ou fosse dirigido por eles. Ou então porque só pensam a unidade da esquerda no campo eleitoral, nos segundos semestres dos anos pares. Para nós, as eleições da democracia burguesa passam, mas a luta continua, inclusive por um sindicalismo classista, independente do governo, dos patrões e dos partidos políticos.
PCB (Partido Comunista Brasileiro) – 9 de agosto de 2008
Comitê Regional do Rio de Janeiro
