A apreensão ocorreu no último dia 7 e foi a primeira da chamada Operação Boi Pirata, que pretende coibir a criação de gado em áreas de preservação na Amazônia. O proprietário da Fazenda Lourislândia, Lourival Medrado Novaes dos Santos, havia sido notificado desde 2006 para retirar o rebanho da unidade de conservação. "Acabou a moleza. Quem não respeitar [as leis ambientais] vai ter o boi tranformado em churrasquinho ecológico do Fome Zero", afirmou Minc. Segundo o ministro, além do Fome Zero, os recursos serão utilizados para custear as operações de fiscalização e financiar ações de saúde indígena.
De acordo com Minc, a apreensão do gado e a tomada da sede da Fazenda Lourilândia já começou a provocar um "êxodo da boiada" criada irregularmente na região. Segundo o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, há ainda cerca de 40 mil cabeças de gado ilegais em 14 propriedades na Terra do Meio.
Na avaliação do ministro, o leilão dos chamados "bois piratas" não deverá interferir no mercado ou pressionar o aumento do preço da carne. "Alguns adversários insinuam que isso vai criar uma incerteza, ou provocar desabastecimento. Nós não vemos dessa forma. O Brasil tem mais de 200 milhões de cabeças, estamos fazendo operações com 9, 10 mil, e que são concorrência ilegal", argumentou.
Na última quinta-feira (19), em audiência pública na Câmara dos Deputados, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou que a caça aos bois piratas poderá provocar diminuição da oferta de carne para os supermercados. "É muito fácil o discurso do transgressor de dizer 'não me reprima porque isso vai aumentar o preço'", afirmou Minc sem citar o governador de Mato Grosso.
Outras 10 mil cabeças de gado criadas irregularmente em uma fazenda do município de Costa Marques (RO) deverão seguir para leilão, segundo Minc. O Ibama embargou a propriedade hoje de manhã, de acordo com o diretor Flávio Montiel, e notificou o proprietário, Jair Fernando Simonato, que tem prazo de 15 dias para retirar o rebanho da área.
(Envolverde/Agência Brasil)