Ódio Político Burro

Este texto representa o que é o BRASIL de hoje. Um país dominado pela Imprensa Marrom (O REBATE)

A IDEOLOGIA DE OPRESSORES E OPRIMIDOS É A MESMA. ALTERIDADE É SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO, É RECONHECER SUA IDENTIDADE DIFERENCIAL. A VIVÊNCIA É A MAIOR FORÇA PARA QUE SE COMPREENDA A POSIÇÃO DO OUTRO.NÃO É À TOA QUE JESUS, GANDHI, BUDA E OUTROS VIVERAM AS MENORES CONDIÇÕES PARA COMPREENDER A JUSTIÇA.

Dilma vencendo o primeiro turno e Marina Silva não atingindo o segundo lugar, algo praticamente óbvio para quem está no meio politico a alguns anos. A proposta de campanha da Marina é uma das piores dentro as demais, pelo simples fato de que escravo e dono de fazenda não sentam na mesma mesa, e não existe união entre Chico Mendes e banco Itaú, a polarização de classe no Brasil é evidente. As militâncias petistas e as organizações sindicais do país são grandes e históricas e logicamente não irão votar no segundo turno em um partido de arrocho salarial que afirmou estar muito alto o salário mínimo (PSDB). A ida de Aécio ao segundo turno era algo esperado, a dualidade de respeito entre PT e PSDB foi palco de disputa nas últimas 4 eleições presidenciais. O sentimento de mudança e esperança descrito por Aécio Neves que acolheu os apoliticos, está mais pautado no medo e no pânico (criado pelo pessimismo proposital da Mídia) de uma suposta reeleição da Dilma, do que em qualquer proposta política que seja melhor que a proposta petista.

Nas últimas semanas ouve uma grande explosão de apolíticos "apartidários do PSDB" e anti-petistas que não fizeram nada além de demonstrar inconformismo politico gratuito e repetir bordões do senso comum conservador. A maquiada consciência poltica destes, não passa revolta abstrata e alienação!

O antipetismo radical é imbecil e não é só um sinônimo de obscurantismo e autoritarismo, é sinônimo de burrice também. O antipetismo é um perverso fenômeno sociopolítico, ele é o representador de uma mentalidade de senso comum com tendências fascistas. "Defensores da família", tradicionalistas de todo o tipo e pessoas completamente ignorantes e analfabetas em matéria de política; aquelas intolerantes e preconceituosas que querem reclamar da suposta imoralidade política no país. O antipetismo acomete a esses. O antipetismo é muito diferente de uma crítica politizada de oposição, do apontamento de falhas e é terminantemente carente do mínimo de objetividade política. Não se faz uma crítica política decente, voltada a fomentar o processo democrático. O ódio ao PT chegou às raias da insanidade. Como toda moda política de senso comum, de pós-modernices a antipetisimos, do politicamente correto ao incorreto, o antipetismo não deixa de ser óbvio: é um terrível problema político de nosso país.

Muito desse ódio contra PT vem sendo alimentado a muitos anos pelos veículos de mídia e pelo PIG. Ao lançar boatos e factóides ela vai aumentando o inconformismo politico dos apoliticos e ebulindo o anti-petismo da população, A mesma mídia que faz os coxinhas pseudo-elitistas acharem que o PSDB representa São Paulo e o PT o Nordeste, e principalmente fazer achar que "perderam" o comando do país quando o PT "dos nordestinos" venceu. E isso aumenta e alimenta a xenofobia contra os nordestinos.

Depois das jornadas de junho de 2013, os aparelhos ideológicos das classes dominantes reverteram a situação e colocaram a culpa somente na Dilma, e não na classe política como um todo. Os protestos que começaram com as militâncias dentro das universidades, se pautavam em críticas ao governo do estado, críticas ao conservadorismo, ao fundamentalismo religioso, a violação da laicidade do estado, ao juros da dívida, etc. A mídia abafou os propósitos e fez crer que os protestos eram contra a Dilma, e que todo seu partido é o que há de pior no Brasil. A direita e a extrema direita se aproveitaram disso muito bem e conseguiram eleger diversos de seus representantes com o simples discurso anti-petista. O que há de pior no Brasil é esse pensamento de votar sempre no "menos pior", é fazer protesto e um ano depois colocar conservadores, palhaços, pastores, fundamentalistas religiosos e reacionários no congresso. Torceram tanto por mudança que deram um tiro no próprio pé - e o pior: sem saber. Tudo isso ocorreu em meio a ignorância politica do povo. O povo elegeu o que a turma dos protestos de junho estava reinvindicando.

Encaremos os fatos: o Brasil está cada vez mais conservador. Antes de querermos mudar o resultado das eleições é preciso mudarmos a mentalidade das pessoas. E é muito difícil fazermos isso em um país onde os grandes canais de TV são todos reacionários: Globo, Universal TV (Record), Bandeirantes, SBT. São todos canais de propaganda de ideais reacionários disponíveis 24h por dia nas casas dos eleitores. A esquerda brasileira paga o preço de não ter se empenhado em uma reforma das concessões públicas de TV (e de sua laicização) para uma maior pluralidade ideológica nos canais abertos. 

Enquanto o brasileiro não acordar - ao invés de se esmorecer - e perceber que a mídia brasileira, entenda-se, imprensa marrom, é de direita, ela sempre favorecerá a direita e a cosmovisão da direita política. Pouco se fala em "democratização das teles". Essa mesma imprensa marrom já elegeu um presidente (Fernando Collor). O monopólio de mídia no Brasil é mais livre que nos EUA, os donos dessas teles não são donos apenas das concessões de TV, e sim, de rádio e jornais também. Quando vemos um Boris Casoy dizendo que a regulamentação da mídia é "censura", ele tá literalmente cuspindo na cara do brasileiro e rindo dele. Todos deveriamos conhecer a trajetória das famílias que estão a frente dos veículos de informação e comunicação e também entender como eles perpetuaram os oligopólios midiáticos que hoje são donos: o período de 64 até 85 esta intimamente ligado a isso.

O Brasil é um país cujo povo não tem consciência política e acredita ter. E grande parte dessa inércia é devida à atuação "impune" da imprensa deste país, que sempre foi tratada como mercado e até incubadora de um dos maiores monstros midiáticos no mundo: a Rede Globo. Quem conhece a história da Rede Globo, conhece pelo menos em parte, a história do país. Desde quando ela se fez como mídia e do que ela fez ao país e sobretudo, dos efeitos desta emissora ao povo e em sua mentalidade até hoje. A imprensa marrom é repleta de obscurantistas, sensacionalistas, extremistas e fundamentalistas religiosos ou fundamentalistas de direita. O Brasil é um triste exemplo que mostra como uma imprensa poderosa pode anular qualquer coisa que se entenda por escola e educação.

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