Os índios informaram que não sairão do antigo museu e que estão dispostos a negociar “qualquer coisa, menos isso”. “Não adianta mandar polícia nem tropa de choque. Até porque já enfrentamos a violência de fazendeiros, bandeirantes, milícias e forças militares”, informa trecho da carta.
O governo do Rio desistiu da demolição do antigo prédio, que seria feita por causa das obras do Maracanã para a Copa de 2014, mas insiste em transferir os índios para o centro de referência que ainda será construído, e se compromete a criar o Conselho Estadual dos Direitos Indígenas.
O Museu do Índio, abandonado desde os anos de 1990 e ocupado pelos índios em 2006, foi comprado no ano passado pelo governo do estado por R$ 60 milhões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entretanto os índios são os legítimos proprietários, por usucapião, de acordo com a lei.
“Queremos mostrar para o povo brasileiro não indígena que estamos vivos e que podemos contribuir para o avanço da cultura brasileira. O mundo vem mudando muito rapidamente. Em nossas terras sentimos dificuldades de compreender essas mudanças. Assim, a vinda de parentes indígenas às cidades não é só para passear, para vender artesanato ou para trabalhar, mas também para conhecer e vivenciar”, diz um trecho da carta, em que os indígenas convidam ainda o governador do Rio, Sérgio Cabral, a visitar o prédio construído em 1862.
* Edição: Talita Cavalcante.
** Publicado originalmente no site Agência Brasil.
(Agência Brasil)