ONG mostrará exemplos de práticas sustentáveis adotadas em favelas cariocas na Rio+20

c216 ONG mostrará exemplos de práticas sustentáveis adotadas em favelas cariocas na Rio+20  Entre as iniciativas da Comunidades Catalisadoras estão o cultivo de hortas orgânicas, mobilização comunitária para realização de eventos, fortalecimento do comércio local e utilização de transportes coletivos e de bicicletas.

Cultivo de hortas orgânicas, mobilização comunitária para realização de eventos, fortalecimento do comércio local e utilização de transportes coletivos e de bicicletas. Esses e outros exemplos de práticas sustentáveis encontradas em favelas cariocas serão apresentados em um vídeo que está sendo produzido pela organização não governamental (ONG) Comunidades Catalisadoras (Comcat). As imagens serão exibidas durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorrerá em junho, no Rio de Janeiro.
A Comcat é uma organização sediada na capital fluminense que trabalha para dar visibilidade às soluções comunitárias, promovendo treinamento de agentes sociais em comunicação e estratégia.
De acordo com a filósofa Roseli Franco, diretora de redes da Comcat, o objetivo da iniciativa, intitulada Favela como Modelo Sustentável é despertar um processo de conscientização sobre os valores positivos das favelas e compartilhar com toda a sociedade formas de se preservar o meio ambiente em ações cotidianas. Ela ressaltou que a maior parte dessas boas práticas de sustentabilidade surge nas favelas de forma orgânica, devido às necessidades dos moradores.
“O Rio de Janeiro é a cidade com o maior número de pessoas morando em favelas, pouco mais de 1,3 milhão de habitantes, cerca de 22% da população total. Essas pessoas são, em sua grande maioria, os trabalhadores que fazem a cidade funcionar ao prestarem inúmeros serviços essenciais. São não apenas as empregadas domésticas, mas também os motoristas dos ônibus, os office boys dos bancos, entre muitos outros”, destacou.
Para Roseli Franco “já não é aceitável” que quase um quarto da população carioca continue vivendo “sob o estigma de favelado”. “Esta percepção alimenta uma mentalidade antidemocrática, limitada e limitante que não considera todos os habitantes da cidade cidadãos plenos”, acrescentou.
A diretora de redes da Comcat informou ainda que um outro vídeo está sendo produzido para ser apresentado durante a Cúpula dos Povos, o Favela Faz Parte. Nesse projeto serão apresentadas carências na área de urbanização que impedem que as favelas se tornem, efetivamente, bairros sustentáveis.
“O objetivo é também cobrar dos governos uma intervenção maior nesses territórios que fazem parte da cidade”, explicou.
Os vídeos serão roteirizados e produzidos pela equipe da Comcat em conjunto com as lideranças comunitárias. Para selecionar as práticas que serão apresentadas, a ONG está recebendo sugestões de imagens enviadas por representantes e moradores das favelas cariocas.

* Publicado originalmente no site da EcoAgência.
(EcoAgência)

 

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