Federação de mototaxistas quer fim de impostos para peças de moto e bicicleta

A Federação dos Mototaxistas e Motofretistas do Brasil (Fenamoto) está reivindicando que o governo retire as cobranças do PIS e da Cofins na distribuição e revenda de peças para motos e bicicletas. De acordo com a Fenamoto, a União poderia conceder o benefício ao setor, a exemplo do que fez recentemente com a isenção do IPI sobre os automóveis, motos, caminhões, eletrodomésticos e materiais de construção. Com o pedido ao governo federal, os mototaxistas e motofretistas querem evitar mais prejuízos e demissões diante da crise econômica. “Essa isenção não oneraria os cofres públicos e estimularia a criação de novos empregos num ramo da economia que é formado historicamente por milhões de consumidores de baixa renda”, explicou Robson Alves Paulino, presidente da Fenamoto. “Motos e bicicletas representam hoje o principal meio de transporte para essas famílias, em cidades e vilarejos espalhados por todo o Brasil”, disse.
O Brasil possui uma frota de 11 milhões de motos e 30 milhões de bicicletas, segundo a Fenamoto. Estes veículos necessitam fazer troca de peças de reposição já a partir do primeiro ano de uso. A cadeia produtiva - que inclui os fabricantes e distribuidores de peças, componentes, oficinas e serviços autorizados - emprega diretamente meio milhão de pessoas. Dois milhões e meio de mototaxistas de todo o país dependem indiretamente dessa atividade. "Estes trabalhadores circulam até 300 quilômetros por dia e trocam as peças de seus veículos, em média, a cada dois meses de trabalho", argumentou Paulino. “Uma das particularidades do setor é o de absorver mão-de-obra de pessoas que perdem seus empregos e começam um pequeno negócio. Esta característica fomenta a economia das pequenas cidades, com a abertura de bicicletarias, oficinas de motos e vendas de peças de reposição”, exemplificou.

A bicicleta, principalmente, é o meio de transporte mais comum entre as populações de menor acesso a bens de consumo no Brasil. Seja na cidade ou na zona rural, ela ainda é o veículo mais acessível em regiões onde falta transporte público adequado. O Brasil é o terceiro maior pólo mundial de produção de bicicletas e o quinto maior mercado. Toda a produção brasileira é destinada ao mercado interno.
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