Brasília - Por cinco votos a dois, o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, foi absolvido nesta terça-feira (6) da acusação de mandante da morte da missionária americana Dorothy Stang, em novo julgamento na 2ª Vara do Juri de Belém (PA).
O advogado Eduardo Imbiriba, que defendeu o fazendeiro, pediu a absolvição de Bida, sustentando a tese de negativa de mando do crime.
O promotor Edson Souza, que atuou na acusação, informou
que entrará com um recurso pedindo um novo julgamento no prazo legal de cinco
dias. Ele adiantou que vai fundamentar a sua apelação com base no fato de que o
resultado do julgamento foi contrária às provas dos autos, que apontavam Bida
como mandante do crime.
Edson Souza disse que a apelação será apreciada
por uma câmara de desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará, e a decisão
sobre se haverá um novo julgamento só deverá ser anunciada no fim do
ano.
O juri que absolveu Bida era formado por seis homens e uma mulher.
Eles acataram a tese da defesa de negativa de autoria de mando do crime. Os
jurados, no entanto, mantiveram a condenação de Rayfran das Neves, apontado como
o executor do assassinato, que no primeiro julgamento foi condenado a 27 anos de
prisão, e agora teve a pena aumentada para 28 anos.
No primeiro
julgamento, Valdomiro Bastos havia sido condenado a 30 anos de prisão. Hoje ao
ser anunciada a absolvição, o fazendeiro foi imediatamente colocado em
liberdade.
A missionária Dorothy Stang foi morta com seis tiros em Anapu,
a 300 quilômetros da capital paraense, em fevereiro de 2005. Ela trabalhava com
a Pastoral da Terra e comandava o programa em uma área autorizada pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
(Envolverde/Agência
Brasil)