O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro e a Polícia Federal (PF) cumpriram, nesta segunda-feira (28), mandado de busca apreensão na casa do coronel-reformado Paulo Malhães, morto no dia 24 de abril, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. O pedido foi deferido judicialmente, no último sábado (26), pelo juiz federal Anderson Santos da Silva, e teve por finalidade apreender documentos e outras provas que possam contribuir para a elucidação de crimes cometidos por agentes de Estado durante a ditadura militar.
Durante as buscas foram apreendidas 3 CPUs, mídias digitais, agendas e documentos do período da ditadura, inclusive relatórios de missões nas quais Malhães participou.
Paulo Malhães foi ex-agente do Centro de Informações do Exército durante a década de 1970 e já vinha sendo investigado pelos procuradores da República que integram o GT Justiça de Transição da PR/RJ em razão de sua confessada participação em desaparecimentos e mortes de opositores do regime. Em dezembro de 2013 e março de 2014, o MPF tentou, inclusive, intimá-lo a prestar depoimento mas o militar recusou-se a receber a intimação. A recusa ocorreu antes de Malhães ser ouvido pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Em novembro de 2012, a família do coronel assassinado Júlio Molinas Dias entregou às autoridades documentos públicos produzidos pela repressão política ditatorial que estavam em poder do morto. Dentre os documentos entregues, havia provas da participação de Molinas e outros militares no atentado à bomba no Riocentro, crime denunciado pelo MPF à Justiça em fevereiro último.
Marcelo Del Negri
Assessor-chefe de Comunicação Social
Procuradoria da República no Rio de Janeiro
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