Índios caiapós estão sendo retirados à força de suas terras. Vão dar lugar a obras que não levam a lugar algum e nem significam progresso comum a todos, mas privilégios para os principais controladores do Estado brasileiro.
Um general do Exército brasileiro declara que não temos munição para uma hora de guerra. Referia-se à possibilidade do Paraguai ocupar – isso mesmo – ocupar a Hidrelétrica de Itaipu com apoio dos Estados Unidos.
Exagero? Militares norte-americanos iniciaram há cerca de uma semana exercícios conjuntos com o exército do Paraguai. Essas manobras haviam sido encerradas desde a eleição do presidente Fernando Lugo, deposto num golpe de estado com apoio ostensivo do latifúndio brasileiro e absoluta incompetência do governo Dilma Roussef em tratar o assunto. O chanceler Antônio Patriota é hoje motivo de chacota geral, seja no universo diplomático nacional ou internacional.
O governo do Brasil “contratou” o exército dos Estados Unidos para concluir as obras de transposição das águas do Rio São Francisco e construir uma hidrovia que, entre outras coisas, permite que belonaves norte-americanas cheguem ao território nacional de maneira mais rápida, ao contrário do que aconteceu no golpe militar de 1964, quando permaneceram a uma relativa distância do litoral brasileiro, na expectativa de uma eventual necessidade de dar apoio aos golpistas.
Imaginar que o Brasil seja hoje o senhor da Amazônia, ou que essa parte do País seja integrante do território nacional é acreditar em contos de fadas. Organizações de várias partes do mundo, principalmente dos EUA, disfarçadas em missões religiosas, de ajuda humanitária, etc, controlam de tal forma a região que em alguns lugares o inglês é a língua oficial.
A Colômbia integra o antigo projeto SIVAM – Sistema de Monitoramento Aéreo da Amazônia –, em “parceria” com o Brasil e os Estados Unidos.
O deputado provincial equatoriano Thomas Zevallo veio ao Brasil às próprias expensas para denunciar na Cúpula dos Povos, evento paralelo à RIO + 20, denunciar que empresas internacionais, como sempre a maioria delas norte-americanas, estão controlando as águas amazônicas a partir do Peru e se estendendo a toda a Amazônia.
Belo Monte é um escárnio para satisfazer interesses de empreiteiras, grandes grupos econômicos e latifúndio, um crime ambiental sem tamanho e pior, construída no regime de trabalho escravo, nas piores e mais rudes condições impostas aos trabalhadores por empresas como a Norberto Odebrecht.
Todos esses grupos compõem a base de sustentação do governo Dilma Roussef, como foram convivas do governo Lula.
Nos oito anos do ex-presidente e nos quase dois anos de Dilma, nenhuma mudança nas políticas neoliberais de FHC, reversão de privatizações criminosas, nada disso foi feito, pelo contrário. O governo está encurralado pelo mensalão, mesmo sabendo e podendo enfrentar o mensalão tucano.
O governo Dilma favorece grupos que chama de “setor produtivo”, desmonta os serviços públicos essenciais, ignora e sucateia a universidade pública e até a mídia contrária a presidente e seu partido silenciam sobre todo esse cerco que transforma o Brasil em parte do Plano Grande Colômbia, uma processo de recolonização da América do Sul, posto em prática desde Bogotá e cujo objetivo é fazer com que a América Latina como um todo volte a ser a AMÉRICA LATRINA.
Lula e Dilma são farsas e o PT não difere do PSDB na essência. Disputam poder, nada além disso.
Políticas sociais que poderiam ter aberto espaços para o movimento popular e social, permitido a retomada de projetos como a reforma agrária e avanços efetivos na reconstrução do patrimônio público vendido por FHC e os tucanos, sumiram na sua essência e se transformaram em grandes “coronéis” eleitorais.
Currais eleitorais.
A política terrorista dos EUA se volta para novos golpes brancos, para ações efetivas contra os governos democráticos de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Corrêa, até de Cristina Kirchner, o Brasil virou peão nesse processo.
Há uma responsabilidade clara das forças armadas em todos esses acontecimentos. Os militares brasileiros não são norte-americanos, mas continuam a pensar como norte-americanos em sua grande maioria.
Ao não aceitarem as culpas do golpe de 1964, toda a barbárie imposta desde a derrubada do ex-presidente João Goulart, se apequenaram e continuam pequenos. Não renasceram com a democracia, pelo contrário, se arvoram tutores do modelo.
É claro que precisamos de forças armadas fortes, preparadas, com equipamentos à altura dos desafios de um País com dimensões continentais como o nosso, principalmente se o patriotismo sempre citado, implicar e garantir a integridade do território nacional e nossa soberania.
Temos uma fragata na força de “paz” no Oriente Médio. Para que? Mantemos o povo haitiano debaixo do tacão norte-americano para que? Com que sentido?
As políticas de integração latino-americanas foram deixadas de lado e o governo Dilma se mostra pequeno, anão, diante desse processo de cerco não tão lento e nem tão gradual que vem sendo imposto ao Brasil.
Passadas as eleições municipais o governo vai dar a luz a um projeto de flexibilização dos direitos trabalhistas, favores e incentivos aos donos do Estado (setor financeiro, grandes corporações e latifúndio), anunciar “parcerias” em novas privatizações, o disfarce petista para entregar o que resta. Os hospitais universitários inclusive.
Não foi por outras razões que a revista FORBES, uma das bíblias do capitalismo chamou o consumidor brasileiro de tolo por pagar mais caro por carros de uma determinada montadora beneficiada com todos os privilégios possíveis pelo governo.
Já os trabalhadores... Esses não.
Os professores e servidores das universidades públicas... Esses não.
O governo Dilma é um carro desgovernado que liga a seta para a esquerda e vira à direita.
O Brasil é um País que vai sendo comido pelas beiradas, como mingau quente. O cerco nem é tão lento e nem é tão gradual.
Às vezes Paulo Maluf resolve, quem sabe?