Estudo analisou textos sobre o tema publicados no primeiro semestre de 2008 pelos principais jornais do país. Embora a qualidade do material tenha evoluído, o volume de textos diminuiu em relação ao período entre julho de 2005 e junho de 2007.
Problema continua a se agravar, mas mídia diminuiu a cobertura.
Nova análise de mídia realizada pela ANDI constata que o volume de
reportagens sobre a alteração do clima publicadas no primeiro semestre de 2008
caiu, em relação ao período 2005/2007, analisado anteriormente. Entre julho de
2005 e junho de 2007, foi publicada uma matéria sobre o tema a cada quatro dias.
Já nos seis primeiros meses do ano passado, a média foi uma notícia a cada sete
dias. Em compensação, a qualidade da cobertura melhorou.
Uma das razões
para o arrefecimento da discussão é o fato da cobertura ainda ser, em grande
medida, pautada pela agenda internacional. E no primeiro semestre de 2008,
poucos foram os destaques internacionais da agenda climática. A calmaria do
cenário externo teve um desdobramento positivo: no período analisado, a produção
editorial se caracterizou por uma valorização da esfera interna. O foco central
dos textos, por exemplo, passou a se concentrar no governo brasileiro, e não
mais nos governos estrangeiros.
De acordo com o levantamento, as mudanças
climáticas estiveram mais presentes nas páginas dos veículos de abrangência
nacional (Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo e Correio Braziliense)
e econômicos (Valor e Gazeta Mercantil). Eles foram responsáveis por quase
metade (48%) da cobertura. No primeiro estudo, respondiam por 37% do total de
textos.
A análise aponta que, embora o volume de textos tenha sido menor,
em relação ao período anterior, é possível identificar alguns avanços na
qualidade do material publicado. Houve aumento significativo na quantidade de
textos que mencionaram questões relacionadas a desenvolvimento e que
apresentaram causas ou soluções para o fenômeno.
Outro aspecto importante
detectado pela nova análise é a mudança no enquadramento do tema. Se em
2005/2007 a grande preocupação era com as conseqüências do fenômeno, os dados do
primeiro semestre de 2008 indicam uma valorização das estratégias de
enfrentamento. "Essa mudança no tipo de abordagem pode ser um reflexo dos
debates registrados no nível internacional. Os governos e especialistas têm
avançado, ainda que lentamente, na formulação de potenciais soluções, como metas
de redução de emissões de carbono e utilização de energias renováveis", explica
o secretário-executivo da ANDI, Veet Vivarta.
Entre as limitações
verificadas na pesquisa, encontra-se, novamente, a ausência de uma discussão
mais aprofundada sobre políticas públicas. "Essa é uma falha que deve ser
trabalhada pelas redações. Cabe à imprensa, como ocorre em relação a outros
setores, cobrar um posicionamento mais efetivo dos poderes públicos diante da
agenda climática".
De acordo com o estudo, o principal desafio para o
aprimoramento da cobertura é a necessidade de que a temática deixe as páginas
especializadas e assuma um caráter transversal. "É fundamental que o fenômeno
não seja concebido apenas como uma questão de interesse ambiental e sim como um
problema que atinge as mais diversas áreas, como a política e a econômica",
conclui o secretário-executivo.
Para ler o estudo na íntegra, acesse - http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/945
Para
acessar a análise anterior, acesse - http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/node/742
Conheça
o site Mudanças Climáticas, que oferece informações aprofundadas e subsídios
para a construção de matérias contextualizadas sobre o tema - http://www.mudancasclimaticas.andi.org.br/
(Envolverde/ANDI)