A União Européia, que comemora a semana das florestas entre os dias 20 e 27
de outubro, não pretende incluir os créditos de carbono florestais no esquema de
negociação de emissões do bloco (EU ETS) até 2020. Essa decisão foi anunciada
pela Comissão Européia juntamente com um pacote de medidas para combater o
desmatamento tropical e a importação de madeira ilegal.
A proposta é
criar um Mecanismo de Carbono Florestal Global (GFCM) para o próximo acordo
climático que deverá vigorar a partir de 2012. Por esse sistema, serão
estabelecidos objetivos fixos para frear a perda de cobertura florestal do
planeta até 2030. Uma das metas é reduzir o desmatamento tropical em pelo menos
50% até 2020. O mecanismo prevê a compensação de países em desenvolvimento que
diminuam as emissões de dióxido de carbono (CO2) por meio de ações para reduzir
o desmatamento.
Dimas afirma que inicialmente o financiamento para
proteção das florestas deve vir de recursos públicos e poderá incluir lucros
provenientes dos leilões de permissões de emissão da EU. De acordo com a
Comissão, se 5% da renda dos leilões forem destinados para projetos de
desmatamento evitado, entre € 1,5 bilhão e € 2,5 bilhões podem ser arrecadados
até 2020.
De qualquer forma, a integração dos créditos dos projetos do
GFCM no esquema ETS não está prevista nesse período. Por meio de comunicado, a
Comissão Européia afirmou que "como as emissões do desmatamento são três vezes
maiores do que as cobertas atualmente pelo ETS, permitir a compra de créditos
florestais resultaria em sérios desequilíbrios entre oferta e demanda dentro do
esquema".
Uma fase piloto, no entanto, está prevista para testar a
inclusão dos créditos do desmatamento evitado nos mercados de carbono. Os
governos poderão usar esses créditos para cumprir metas obrigatórias que forem
estabelecidas após 2012. "A inclusão de créditos florestais no ETS deverá ser
considerada apenas depois de uma revisão sistemática dessa experiência e para o
período após 2020", afirma a Comissão.
(Envolverde/CarbonoBrasil)