A Copa do Mundo no Brasil vai gerar a emissão de 1,4 milhão de toneladas de dióxido de carbono em emissões diretas e indiretas. O gás é responsável por agravar o efeito estufa. A projeção é de uma metodologia desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, as emissões diretas, de 60 mil toneladas, já foram compensadas por meio da chamada pública para empresas, feita em abril e que continua aberta. “A Copa está 100% mitigada das emissões diretas, que são aquelas estabelecidas sob o nosso domínio [do governo], como hospedagem, construção, mobilidade. As indiretas são as emissões geradas pelo transporte aéreo internacional e aquelas não relacionadas a roteiros definidos dentro das cidades-sede”, afirmou, ao explicar que o compromisso do governo era de compensar as emissões diretas.
Uma das ferramentas para ajudar o governo a calcular as emissões indiretas é o Passaporte Verde, que foi ampliado. O projeto, feito em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), tem o objetivo de propor escolhas sustentáveis aos turistas. A partir de agora, o Passaporte Verde passa a ser uma plataforma de comunicação em consumo e produção sustentáveis, com portal interativo e aplicativos.
Com ênfase no consumo consciente, a campanha apresenta instrumentos de informação para subsidiar escolhas responsáveis durante viagens de lazer e negócios. Além de dicas de sustentabilidade, a campanha conta com os Roteiros Passaporte Verde.
Turismo sustentável
São 60 opções de passeios, a partir de cada uma das doze cidades-sede da Copa, que estimulam o viajante a optar por práticas mais sustentáveis, como deslocamento em transporte público e a experiência da culinária local. O turista também poderá recomendar, usando critérios sustentáveis, estabelecimentos comprometidos com a campanha.
As ações sustentáveis para a Copa do Mundo foram apresentadas na terça-feira, 27 de maio, pela ministra do Meio Ambiente, com a presença dos ministros de Esportes, Aldo Rebelo, do Turismo, Vinícius Lages, de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e da representante do Pnuma no Brasil, Denise Hamú.
Selo Leed
Além da mitigação e compensação das emissões e da ampliação do Passaporte Verde, os ministros anunciaram políticas públicas na gestão de resíduos sólidos, com a inclusão de catadores de material reciclável e coleta seletiva nas iniciativas e a campanha “Brasil Orgânico e Sustentável”, que irá distribuir kits de alimentos para os voluntários e instalar, nas cidades-sede, quiosques de comercialização de produtos orgânicos e da agricultura familiar.
A certificação e gestão sustentável das arenas da Copa também foram ressaltadas pela ministra Izabella Teixeira. Segundo ela, todos os estádios terão o selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). As arenas Castelão, em Fortaleza, e Fonte Nova, em Salvador já receberam o reconhecimento internacional. As certificações de seis estádios (Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife) devem ser entregues até o início da competição, e as quatro restantes (Cuiabá, Porto Alegre, São Paulo e Natal), até o final de 2014.
* Publicado originalmente no site EcoD.