Miss Brasil 1980 - A Consagração de Eveline Schroeter

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Eveline Schroeter Miss Macaé 1980 eleita Miss Estado do Rio de Janeiro
O ano de 1980 foi marcado pelo início de uma nova era no Brasil, já que a Ditadura Militar estava praticamente ausente em sua hierarquia de poder no país, e os brasileiros vibravam de otimismo e esperança de dias melhores, já que sofreram por duas décadas anteriores sob o regime da ditadura.
E a terrível peste moderna da AIDS, ainda não tinha sido divulgada, passou a ser em 1981.
Nesse contexto, o concurso de Miss Brasil tinha tudo para ser belo, mas infelizmente isso não foi tão completo, pois a falta de interesse do público em assistir tais desfiles estava iniciando. Colaborando para isso, o mesmo formato da década de 1950, - mas precisamente em 1958 quando a modelo carioca Adalgisa Colombo (representante do Rio de Janeiro, o antigo distrito federal) era eleita a mais bela brasileira num certame realizado pela primeira vez em um ginásio de esportes (maracãnazinho), e tendo então uma longa passarela de desfile - estava deixando a desejar.
Entre 1973 à 1980, o Ginásio dos Esportes Presidente Médici, de Brasília, foi o alvo do certame, mas em 1980 ele não estava lotado, já que o povo brasileiro estava agoniado pelo formato antigo do concurso, que estava começando a ficar ultrapassado.
Deixando de lado essas características atípicas da passarela, a eleita nesse ano foi uma jovem de 18 anos, estudante de Comunicação Social (Graduação em Jornalismo), Eveline Schroeter.
Miss Macaé 1979, Judith Maria Pessanha Bacellar (Prima da Vice-Miss Macaé 1975 e Miss Macaé 1976, Mara Bacellar Olive), se despedia de seu título, pois acontecia a coroação de Eveline Schroeter, que foi produzida para a ocasião, pelo "New Alfred' s", o saudoso cabeleireiro macaense Luiz Alfredo de Melo Viana (Alfredinho), falecido em Junho/2009. Eveline Schroeter, Miss Macaé 1980, venceu posteriormente para a cidade, duas vitórias consecutivas, pois abiscoitou os títulos de beleza feminina estadual e nacional.
O Estado do Rio de Janeiro existe oficialmente desde 1975, ano em que aconteceu a fusão do antigo Estado da Guanabara ào antigo Estado do Rio. E Eveline Schroeter foi a 1ª representante do Estado do Rio de Janeiro que venceu o Miss Brasil, e a 2ª foi a sua sucessora, Adriana Alves de Oliveira, de Niterói. Posteriormente, entre 1982 até o ano de 2010, o Estado do Rio de Janeiro nunca mais abiscoitou outras vencedoras ào Miss Brasil, esse feito foi só de Eveline (1980) e Adriana (1981).
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Em 30 de maio de 1980, no Hotel Nacional, Rio de Janeiro-RJ, ela vence com louvores o concurso estadual fluminense derrotando 23 candidatas municipais. Nessa ocasião, se despedia da faixa estadual, Elizabeth Alves Correia, de Araruama. O concurso Miss Estado do Rio de Janeiro 1980 aconteceu muito atrasado, já que a próxima etapa da vencedora, era desfilar na semana seguinte, no ginásio de Brasília junto com outras 26 candidatas dos estados brasileiros e o distrito federal (Brasília, sede do evento), com o objetivo de vencer.
Eveline tinha 18 anos, 180cm de altura, 64Kg, 90cm de busto, 66cm de cintura, 90cm de quadris.
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Durante o concurso, Eveline brilhou em todas as três etapas (Desfiles de Traje de Gala/Traje Típico/Traje de Banho). As torcidas mais eufóricas eram as das candidatas de Brasília, Goiás e Minas Gerais. Concluída as etapas, o apresentador (saudoso Paulo Max) anuncia as dez semifinalistas e elas desfilam para o júri. Depois, na final, ao ser anunciada a vitória de Eveline, muitos aplausos vinham das arquibancadas. O público presente, apesar de discordar e manifestar ruidosamente contra o 4º lugar dado à Miss Rio Grande do Sul, Adriana Zselinsky - que foi considerada pelo público brasileiro como um dos rostos mais fantásticos de todos os tempos de Misses até o presente momento, juntamente com Martha Rocha (1954), Terezinha Gonçalves Morango (1957), Ieda Maria Vargas (1963), Marilena Carriço de Oliveira Lima (1965) e Madalena Sbaraini (1977) - aprovou a escolha da fluminense. Eveline imediatamente se vê diante da emoção, e recebe o título da antecessora, Marta Jussara da Costa, do Rio Grande do Norte. Logo depois, recebe seu troféu, e as suas jóias, e faz o seu desfile para o público em uma linda cerimônia, muito emocionada, arrancando lágrimas dos mais emotivos.
A próxima tarefa era representar então o Brasil na disputa do Miss Universo 1980, na Coréia do Sul, em Seul, no Sejong Cultural Center, juntamente com 68 candidatas de vários países.
Na final do certame, em 8 de Julho, ela não ficou entre as 12 semifinalistas, mas era uma das favoritas ao título e muito bem representou o país, além de ter sido favorita também pelos fotógrafos e jornalistas que cobriam o espetáculo. A vitória foi de Shawn Weatherly, dos Estados Unidos. Quando Eveline retornou ao Brasil, ela redigiu uma matéria para a Revista Manchete entitulada "Miss Eua ganhou porque o júri era americano". Em seu depoimento, ela escreveu tudo o que viu, e o que rolou nos bastidores do concurso, não só em relação ao júri facçioso, mas de vários outros fatores negativos, como por exemplo, que a coreógrafa não gostava das misses latinas, e que a alimentação era deprimente e provocava intoxicações, e com isso, muitas misses quase adoeçeram.
Quanto à vencedora do Miss Universo 1980, ela tinha um belo rosto, mas não tinha uma postura ereta em seu andar.
Deixando de lado todas as injustiças que Eveline sofreu no certame universal, ela deixou nesse concurso, marcas positivas na sua participação como candidata brasileira: O seu belíssimo rosto brasileiro-germânico, seu corpo estonteante, e a sua pele perfeita.
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Eveline em 1969 aos 7 anos de idade
Posteriormente às suas vitórias estadual/nacional, ela foi recebida pelos macaenses, com muita festa, inclusive depois de retornar do Miss Universo.
Eveline reinou como Miss Brasil, e por onde passou, esbanjou beleza, simpatia, graça e ternura. Participou de programas de televisão, desfiles, e eventos em geral. E a imprensa brasileira sempre a destacava, e ela figurou nas capas de revistas famosas do país.
Em 1981, ela se despedia de seu título de Miss Macaé, pois acontecia a coroação de Rosângela Dias Freitas, e posteriormente as coroações estadual/nacional de Adriana Alves de Oliveira, vitória niteroiense. Eveline deixara de ser Miss Brasil, e fez um lindo desfile de despedida para o público brasileiro no Miss Brasil 1981 (realizado para 1ª vez pelo SBT), e em sua entrevista final deixou a marca da sua doçura e simpatia.
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Eveline apos a vitoria nacional na companhia do saudoso ator e diretor Jece Valadão
Filha do violinista gaúcho Harry Oscar Schroeter, e da pianista baiana Maria Helena Didier do Rêgo Maciel, Eveline é de família originária de músicos da música erudita, e quando criança, tocava flauta doce, mas o destino não a fez seguir carreira artística musical.
No universo das Misses do Brasil, Eveline sempre foi referida como "gaúcha de Santa Maria", mas ela é nascida na cidade do Rio de Janeiro, e a sua família paterna é originária alemã, e migrou para o Brasil rumo à Erechim-RS.
Quando ela nasceu, em 21 de Fevereiro de 1962, no Hospital Santa Lúcia, no Bairro Carioca do Botafogo, o médico se dirigiu à sua mãe: "Dona Maria Helena, esta é a sua filha Miss Brasil!" Ou seja, Eveline já nasceu bonita e preciosa, e o médico fez previsão ào futuro.
Eveline é uma pessoa simples, muito diferente do que normalmente se é padronizado em geral pelas pessoas, de uma vencedora de Miss Brasil. A sua personalidade doce sempre foi seu principal atrativo. Quem a conhece, sabe disso, pois ela gosta de fazer amizades, valoriza as coisas simples da vida, nunca foi arrogante, e sempre foi modesta.

Eveline com o Traje de Banho na competicao do Miss Universo 1980
Com certeza de que Eveline Schroeter foi das mais belas misses de todos os tempos, e realmente a sua beleza e simpatia se concebiam, e o município de Macaé a guarda na sua história, por ela ter feito a cidade ter uma grande vitória no ambiente nacional. Eveline foi também a mais bela candidata que o município macaense enviou ao concurso de beleza feminina estadual, dentre todas as épocas, até o presente momento. Além das vitórias, ela brilhou demasiadamente em cenário municipal/estadual/nacional/internacional.
Nos dias atuais, ela reside em Joinville (SC), no afago de sua família, e permanece sendo a mesma pessoa simples que sempre foi. Longe dos holofotes e muito amada por todos, por onde ela passa, sempre deixa a sua marca registrada, que é a sua meiguice.


Raphael Guedes Marinho

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