Tema foi debatido em primeira plenária de comissão presidida por Marcel Silvano
Os índices da violência no ambiente escolar aumentam a cada dia no país. Em Macaé não é diferente e o assunto tornou-se motivo de preocupação para o vereador Marcel Silvano, que na tarde desta quarta-feira (14) presidiu a primeira plenária da Comissão Especial de Enfrentamento à Violência nas Escolas, na Câmara Municipal. O prefeito Dr.Aluízio, vereadores, secretários, forças de segurança - polícias federal, militar, civil e guarda municipal - representantes de classes e do grêmio estudantil participam do evento que debateu ações preventivas para combater a violência nas escolas do município.
O que motivou o Marcel Silvano a propor a criação da comissão na Câmara foi a triste realidade de algumas escolas do município. Entre elas, o estado da escola Maria Isabel, os incêndios na Renato Martins, e as depredações no Polivalente.
- A Câmara entendeu a importância de desenrolar nossa possibilidade de atuação. E essa reunião é um desdobramento disso. Vivemos em uma cidade muito violenta. O reflexo dessa violência, logicamente, vai para nossas escolas. Minha filha estuda numa escola pública municipal. Fico me perguntando como vai ser e a escola dela quando ela chegar no sexto, sétimo ano. Esse momento é importante para que a agente trace alguns pactos – explicou o vereador.
Marcel Silvano falou ainda que é preciso entender o esforço para que as escolas sejam espaço de paz e respeito. “Enquanto legislativo, temos a missão de ouvir a sociedade, encaminhar o que ela cobra ao poder executivo e pedir a outros poderes que acompanhem o que tem acontecido nas escolas. No colégio Maria Letícia, no Novo Cavaleiros, em menos de 15 dias, quatro alunos e professores foram assaltados. O muro está quebrado e o medo é que os assaltos aconteçam dentro da escola”.
O vereador acredita que a educação é o caminho para a solução dos problemas e que é preciso superar a desesperança em meio aos profissionais da educação. “Para além dos debates nas escolas, me preocupo quando a repressão parece que é a solução. Isso é uma derrota da sociedade. Queremos propor um grande pacto pela paz nas nossas escolas”.
O papel da escola – Segundo a secretária de Educação, Lúcia Thomaz, o problema da violência alcança toda sociedade, que vive uma crise de valores. “Se não pensarmos juntos, não vamos encontrar soluções. Gostaríamos de mais reuniões com representantes da polícia civil, juizado, para fortalecer. Penso que, para nós que trabalhamos com educação, temos que ter uma ação preventiva e acolher esses meninos de forma que não sejam acolhidos por quem não deve”, explicou.
Lúcia Thomaz falou ainda sobre as ações que são feitas nas escolas, citando exemplos como as bandas escolares, como importantes no papel socializador nas escolas. “Vejo que as bandas e os esportes são ações que dão a esses meninos uma ocupação útil para o seu tempo. A gente precisa ampliar isso. Precisamos antes dar conta da estrutura de muitas escolas que precisam de reformulação, principalmente para atender os adolescentes como quadras, atividades de xadrez, esportivas, que possam preencher o tempo desses alunos”.
O papel do município – Durante a plenária, o prefeito Dr. Aluizio falou da importância de se dividir a responsabilidade para avançarmos na solução. “A questão da violência perpassa por todos os setores. A violência não está na escola, está no entorno. Por outro lado, existe outro fator aqui: a complexidade e impotência na solução dos fatos. Todos nós nos convidamos para esse processo. A guarda municipal vai ter que colocar um efetivo na porta das escolas. O coronel sabe que a prioridade é essa. O poder público está assumindo mea culpa no processo e também vontade de fazer aquilo que é exequível”, explicou o prefeito, ressaltando que no próximo dia 29 vai dar início ao projeto Judô na Praça, na Barra, que vai beneficiar, a princípio 300 alunos da rede, selecionados pelos diretores.
