O segundo partido a perder eleitos acusados de corrupção é o PMDB, com 66 cassados. Os tucanos conseguiram o bronze. São 58 que perderam seus mandatos. PP, PTB, PR, PDT, PPS (o partido do "paladino da moral e dos bons costumes" Roberto Freire) e PT, esse com dez cassados, são os que completam a lista.
A divulgação foi feita pelo jornalista Luís Nassif em seu portal e os números são contados desde o ano 2000.
Se somarmos DEM, PSDB e PPS, os três maiores partidos de oposição o número de corruptos é espantoso e se considerarmos o PMDB como um partido hermafrodita, tem vertente governista e outra de oposição, mais umas tantas de folha de bananeira, a situação é de lascar.
O fato principal aí ultrapassa os corruptos. É fundamental saber quem corrompe, que interesses representam os corruptos? De quem?
Interesses dos professores de todo o Pais com certeza não o fazem. De bancários também.
No domingo, dia 2 de outubro, na loja do supermercado CARREFOUR, na cidade mineira de Juiz de Fora - 600 mil habitantes - as funcionárias dos caixas recusaram-se a trabalhar. Houve, lógico, um princípio de tumulto, filas imensas com clientes e pressões violentas por parte da gerência da loja sobre as moças.
As funcionárias da rede estavam denunciando condições desumanas de trabalho na loja. Proibição de ir ao banheiro, de lanche, troca do pagamento de horas extras por folgas que nunca se concretizam, enfim, trabalho escravo.
Essas moças, com certeza, não corrompem ninguém. Não se ouviu uma única voz de prefeito, ou vereadores em defesa da atitude que tomaram.
Bancos fazem doações sistemáticas a campanhas eleitorais. Grandes empresas e latifundiários não medem recursos para comprar candidatos e elegê-los. Bancada ruralista, bancada de empresas desse e daquele setor, bancada de banqueiros e vai por aí afora.
O Estado brasileiro é propriedade das elites econômicas. As funcionárias do CARREFOUR serão, com certeza, demitidas dentro de um prazo qualquer que disfarce a prática do uso de trabalho escravo e não prejudique a imagem da empresa.
Trata-se de uma organização mentirosa em tudo e por tudo. Em seus folhetos de propaganda está lá a afirmação que se alguém encontrar um determinado produto mais barato o CARREFOUR devolve o dinheiro.
Mentira! Devolve nada. Mas contribui para a campanha de políticos, é proprietária em conjunto com outras empresas de lotes de políticos.
Generalizar a aplicar aos políticos o epíteto de bandidos no seu todo, no entanto, é um equívoco. Há deputados íntegros, caso de Chico Alencar, cito um exemplo. Existem outros, mas não mais que 10% do Congresso Nacional.
O que o ranking do TSE reflete é exatamente isso. Os corruptos são produtos dos corruptores.
Você tem desde quadrilhas nacionais, como regionais (Minas hoje é propriedade de um grupo e assim o Espírito Santo, o Rio de Janeiro, São Paulo) ou municipais. A cidade de Juiz de Fora onde aconteceu o episódio envolvendo caixas do CARREFOUR é administrada por um prefeito tucano e a QUEIROZ GALVÃO, por sua subsidiária VITAL ENGENHARIA AMBIENTAL LTDA, não paga menos de um milhão por mês de propinas para manter um aterro sanitário construído ilegalmente, rateado entre um ex-prefeito, o atual e figuras do anterior e do governo tucano. Sem falar na parte do procurador geral da FEAM - FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO-AMBIENTE - de Minas, o conhecido joaQUINZINHO.
A corrupção é isso. O assalto ao Estado, a invasão do Estado, do aparelho estatal por grupos econômicos e financeiros com interesses diversos dos interesses populares.
É parte implícita do capitalismo, do modelo neoliberal, está incorporada a ele modelo.
É só olhar nesse ranking do TSE os partidos com maior número de bandidos cassados.
Ah! A GLOBO, defensora da moral e etc, etc, recebeu 17 milhões num convênio com o Ministério do Turismo, quando ministro um dos afastados por Dilma acusado de corrupção. Devia estar querendo mais.
