OS NORTE-AMERICANOS E O IRAQUE

Os últimos soldados dos EUA no Iraque após a invasão de 2003 estão saindo do País e segundo o presidente Barack Obama devolvendo aos iraquianos um "país livre e democrático".

Não é o que pensam duas organizações internacionais de Direitos Humanos. A HUMAN RIGHTS WATCH e a ANISTIA INTERNACIONAL. As sistemáticas violações desses direitos no período que se seguiu a invasão (governo George Bush) permanecem longe dos olhos da justiça e assim impunes torturadores, estupradores, todos militares ou policiais norte-americanos.

As fotos divulgadas há cerca de dois anos mostrando os abusos na prisão de ABU GHRAIB, presos acorrentados e em coleiras, nus e vítimas toda a sorte de tortura e que se transformaram em um dos compromissos de Obama, acabar com esse tipo de procedimento, são válidas até hoje. O presidente não cumpriu a promessa e manteve os mesmos padrões de procedimento do governo anterior.

A rigor, no Iraque, uma única mudança. O petróleo deixou de ser dos iraquianos e passou a ser do complexo de empresas norte-americanas, britânicas e associadas. As armas químicas e biológicas que serviram de pretexto para a invasão não foram encontradas e nem o Iraque é uma democracia. Não seria exagero dizer que o país está mergulhado numa guerra civil que deve aumentar de intensidade nos próximos meses.

O que se pode extrair em termos de análise da invasão, ocupação e saque do Iraque por norte-americanos e aliados já não é mais um desafio para o presidente Obama.

A anunciada decisão de retirar as tropas cumprindo promessa de campanha é apenas uma cortina de fumaça para ocultar o horror semeado pelos norte-americanos entre 2003 e agora, 2010, dizimando um país.

Obama vive um inferno astral em seu país, percebe que suas chances de reeleição em 2012 são mínimas (pelo menos neste momento), o nariz apontado por George Bush, do terrorismo de Estado em cumplicidade com Israel, está prevalecendo e a máquina que mói liberdade vai triturando a resistência em todas as partes do mundo.

Seja por meio do fantástico arsenal militar que dispõem, seja por governos cúmplices na Europa, ou seja na velha prática dos golpes de estado com cooptação de forças armadas de outros países, caso de Honduras.

No Iraque especificamente um documento divulgado em 2004, um ano após a invasão e assinado pelo general Antônio M. Taguba, revela em 53 páginas que os presos eram submetidos "a sessões de eletro choques, abusos sexuais e ferimentos por substâncias químicas, além de serem forçados a prática de masturbação e sodomia com lanternas e vassouras".

O jornal THE NEW YORKER e um programa de tevê nos EUA divulgaram os dados do relatório e os acusados permanecem impunes. No governo de George Bush isso era considerado como defesa dos interesses norte-americanos, da democracia cristã e ocidental. No governo Obama, o presidente logo após ser derrotado no Congresso na tentativa de fechar o campo de concentração de Guantánamo, decidiu não tocar mais no assunto direitos humanos, exceto quando em discursos sobre banalidades, trivialidades. Resolveu ceder aos ímpetos "patrióticos" dos remanescentes do governo Bush, ou seja, relaxar e aproveitar, já que o estupro se mostrou mais forte que sua autoridade para dizer não e punir.

No Iraque existem 1 254 pessoas condenadas à morte e aguardando a execução. Perto de 250 já foram executados nos últimos anos, mas os relatórios e os números produzidos pelo governo iraquiano (imposto pelos EUA) não são confiáveis, contêm dados maquiados segundo organizações internacionais dos direitos humanos.

Obama trata esse assunto nos EUA da mesma forma que Bush, "interesse da segurança nacional". Com isso impede que as vítimas de abusos possam processar seus algozes e ao mesmo tempo, que os fatos ganhem força junto à opinião pública que já começa a questionar a outra guerra sórdida, a do Afeganistão.

É bom lembrar que os cidadãos dos EUA, em sua maioria, só começam a questionar guerras estúpidas como a do Iraque e do Afeganistão, quando o custo dessas aventuras começa a doer no seu bolso. Não dói nos bolsos das grandes corporações envolvidas no processo e que controlam o complexo terrorista ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Obama dá a sensação que toda aquela conversa de campanha eleitoral sobre resgate dos valores éticos que criaram os EUA, direitos humanos, etc, foi só conversa. A partir do momento que se viu incapaz de enfrentar a máquina de moer gente que controla o Estado, cedeu, aceitou e aceita passivamente o papel de primeiro presidente supostamente negro na história dos Estados Unidos.

É branco como Bush, ou qualquer Reagan da vida. O que difere é o estilo, o jeito de ser.

A saída de tropas do Iraque atende a uma imposição das forças armadas (controladas por empresas no processo de privatizações e terceirizações) de aumentar de forma substancial o efetivo no Afeganistão. É que a vaca por lá, quer dizer a democracia cristã e ocidental, está indo para o brejo.

E de quebra um problema. As colônias européias que participam do conflito começam a ouvir críticas vindas dos povos colonizados (britânicos, italianos, alemães, etc) e eleições futuras podem complicar mais ainda a vida de Obama.

O presidente vai ter que inventar um truque capaz de reverter sua cara de Bush. Muito difícil.

E a culpa é do Irã.

Seria interessante Carla Bruni, mulher do presidente francês, protestar contra a execução de 1254 pessoas no Iraque, tanto quanto a da iraniana acusada de adultério.

São violências em tempos distintos. Mas só fração de segundo.

A raiz dessa barbárie toda está no complexo terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

São especialistas em boçalidades, genocídios, extorsões, chantagens. Toda a sorte de crimes imagináveis e inimagináveis.

Obama é só um adereço nessa história em busca de mais quatro anos na Casa Branca.



 

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