É uma pequena amostra do que vai ser o governo do novo Uribe, o chileno. Pinochet saindo da tumba e assombrando o país. Piñera tem um papel a cumprir no jogo político da América Latina. É a reação das forças de direita e com amplo apoio do governo dos Estados Unidos. O cerco a governos populares como o da Venezuela, do Equador, da Bolívia, do Paraguai e do Uruguai na América do Sul e de Daniel Ortega e Raul Castro, Nicarágua e Cuba, na América Central.
Cerco político e militar. São treze as bases militares dos EUA ao redor da Venezuela.
Há um raciocínio em Washington que é implícito aos norte-americanos desde George Washington. O da escolha do aliado naquele que se submete, pouco importa que seja ligado ao tráfico de drogas, caso de Álvaro Uribe na Colômbia, ou um empresário trapaceiro, caso de Sebastián Piñera no Chile.
Quando o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, no governo do ditador Garrastazu Medice disse a Nixon que as violações de direitos humanos eram sistemáticas nos cárceres da ditadura, Nixon respondeu que era uma pena, mas “Medice é um bom aliado”.
A tortura como prática rotineira da ditadura, toda a sorte de barbárie perpetrada pelos militares e seus acólitos, isso pouco importava aos EUA. E continua não importando, acontece desde julho em Honduras. Importa que os interesses norte-americanos sejam preservados e os governos sejam submissos.
Caso contrário são inimigos, rotulados de “terroristas” e daí para pior.
A jóia da coroa é o Brasil. Lula não é um inimigo dos EUA, mas é um obstáculo em muitas situações e por essa razão Barack Obama, ou qualquer outro que lá estivesse, vai investir fundo na eleição de 2010, como sempre fizeram. O preferido de onze entre dez norte-americanos é o governador de São Paulo, José Collor Serra.
Não vai hesitar em acabar de privatizar o que resta para ser privatizado, PETROBRAS inclusive, como vai passar a escritura e um nova reforma ortográfica, essa para mudar a grafia da palavra Brasil. Vai virar BRAZIL.
O sonho dos governos norte-americanos são bases militares em território brasileiro. Uma próxima a Amazônia, ou na própria Amazônia, para facilitar o processo de ocupação e outra no sul, abrindo caminho para o controle total do País.
Qualquer especialista em meio-ambiente pode explicar os efeitos imediatos e as conseqüências dos testes nucleares feitos pela França no atol de Mururoa. Foram quarenta e seis testes atmosféricos e cento e cinqüenta subterrâneos. Entre 1966 e 1974.
Em 1995 a França tentou retomar os testes. Os protestos em todo o mundo acabaram por levar o governo francês a recuar em sua intenção.
Cada uma das guerras que os norte-americanos travam em função de seus interesses implica em testes com armamentos novos. Armas químicas (agente laranja no Vietnã, por exemplo), biológicas, armas de efeito e padrão ainda desconhecidos e lógico, tecnologia de armas nucleares bem mais avançada o que permite que esses artefatos imensos no passado, caibam hoje dentro de uma mala de porte médio.
Não há preocupação nem com seus próprios soldados. Usam balas de urânio empobrecido (Iraque, Afeganistão). A GLOBO não noticia, está preocupada com a declaração da sister Cláudia – “não queria dormir com o Eliéser” –, mas é assustador o número de veteranos de guerra dos EUA padecendo de doenças provocadas pelos armamentos e balas de urânio empobrecido. Distúrbios de toda a ordem, inclusive psíquicos.
A idéia que o terremoto que abalou e destruiu o Haiti possa ter sido conseqüência de testes com armas nucleares na região não é nem despropositada ou descabida. É possível. Ou armas que chamam de última geração, as tais que o sangue do inimigo aparece verde na telinha.
Uma dessas partículas dos testes franceses, qualquer que seja, no Atol de Mururoa, trazida pelo vento, leva, pelo menos 200 anos para se decompor. O efeito é letal.
O alerta partiu do governo chinês, foi feito publicamente pelo presidente da Venezuela Hugo Chávez e Washington sequer cogitou de desmentir, resolveu não levar em consideração, a velha tática de desqualificar o adversário, rotular e assim evitar a discussão do assunto.
Na guerra Irã versus Iraque, quando os EUA financiaram o governo do então “aliado” Saddam Hussein para tentar acabar com a revolução islâmica e popular iraniana, o uso de armas químicas e biológicas fornecidas a Saddam foi denunciado em todos os cantos do mundo.
Como na guerra do Brasil com o Paraguai, apresentada como página de heroísmo de nossa história. Conflito montado, dirigido e produzido por Londres, à época, com a recomendação que aquele país fosse varrido do mapa. Genocídio puro e simples. O Paraguai era o principal competidor do chamado Reino Unido, onde o sol não se punha (colônias em todos os cantos do mundo), na exportação de mate e tecidos.
É corriqueira essa história.
Sebastián Piñera foi colaborador do regime do ditador Pinochet. É empresário desses em que a iniciativa privada é financiada e paga pelo dinheiro público. Tipo Ermírio de Moraes que quando quebra vende as ações, não o controle acionário, mas parte das ações do “negócio” para o governo via BNDES e depois se arrosta gerador de “progresso”, “empregos”, etc.
São mortos vivos saindo das catacumbas. No Brasil reagem ao Plano Nacional de Direitos Humanos e hoje o jurista (putz é o fim da picada, o cara é mestre em ensinar a sonegar) Ives Gandra Martins, no jornal (venal) FOLHA DE SÃO PAULO, o tal que chamou a ditadura de ditabranda e emprestava seus caminhões para que corpos de presos políticos mortos na tortura fossem desovados e dados como atropelados, mas hoje o jurista desancou “guerrilheiros pretéritos”.
Múmia. Guerrilha transcende à compreensão de gente como o “jurista” Ives Gandra. A reação dos franceses à ocupação de seu país pela Alemanha se deu pela guerrilha, por operações típicas de guerrilha. O comandante da resistência era o general Charles De Gaulle. Na visão do “jurista”, “guerrilheiro pretérito”.
O fenômeno não se atém apenas à América Latina. Sílvio Berlusconi é um caso europeu. Fascismo explícito, diferente do de Sebastián Piñera, o chileno. Com suas declarações criticando Chávez começa a mostrar a que veio, antes mesmo da posse.
É fechar a janela, colocar tranca nas portas, arrumar dentes de alho e uma cruz para espantar esse tipo de gente.
E depois dizem que Drácula é imaginação. E nem é bem Drácula. É Frankenstein, gerado em laboratório. Produzido em série com a inscrição “made in USA”.
São mortos vivos voltando a assombrar a América Latina especificamente.