O "PAI"

Juan Carlos Ramirez Abadia cumpre pena por tráfico de drogas. Foi preso em São Paulo numa operação da Polícia Federal em sete de agosto de 2007. Abadia foi detido em sua residência, uma espetacular mansão no condomínio Aldeia da Serra, um dos mais luxuosos da capital do condado “socialista” FIESP/DASLU e, por decisão do Supremo Tribunal Federal, extraditado para os Estados Unidos.

Na cinematográfica casa de Abadia foram encontradas coleções de relógios de grife, obras de arte, automóveis alguns com valor superior a um milhão de reais, além de uma “expressiva” quantia em dinheiro.
Juan Carlos Ramirez Abadia tinha como fachada a ocupação de “empresário” e entre seus planos estava o de montar uma empresa de táxi aéreo operando a partir do aeroporto do Campo de Marte. Lá a vigilância é menos severa e se tornaria mais fácil o transporte de valores (dinheiro) para paraísos fiscais. O produto do lucro com o tráfico de drogas.

Para o transporte de drogas o grupo empresarial de Abadia, o cartel de Valle Del Norte na Colômbia, dispunha de submarinos de vinte metros de comprimento. Era com esses equipamentos que sua empresa fazia a droga chegar aos EUA e a várias partes do mundo, inclusive o Brasil.

O governo norte-americano calculou que Abadia, em dez anos, movimentou mais de um bilhão de dólares em drogas só no mercado dos EUA. O faturamento pessoal de Abadia era da ordem de setenta milhões por mês.    

Em 2008 todos os bens de Abadia no Brasil foram leiloados e comprados. Diga-se de passagem, que inclusive as cuecas.

Segundo o Drug Enforcement Administration (DEA), agência do governo de Washington para o combate ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro Abadia seria o segundo homem mais perigoso do mundo, logo após Osama bin Laden. Discutível isso, mas, é a opinião deles.

Boaventura de Souza Santos, num belo artigo, trata de hipnose. Conceitua e tece considerações em torno do assunto para concluir que Barack Obama é um hipnotizador. Sugere que Obama induziu as pessoas a acreditar que sua eleição significou uma grande mudança na ordem política, econômica e social em todo o mundo a partir do centro, os EUA, embora tudo continue como dantes, nada tenha mudado, muitas coisas pelo contrário se agravado, o rufar dos tambores bélicos dos mariners em várias partes do mundo, por exemplo.

Abadia nunca subiu o Morro dos Macacos no Rio de Janeiro e tampouco qualquer morro em São Paulo. Esse setor de sua empresa era recebido pela porta dos fundos, ou nem era. Emissários/funcionários de Abadia se encarregavam da distribuição/abastecimento dos pontos de vendas. 

Banqueiros, grandes empresários, organizações de consultoria, parlamentares aqui e na Colômbia, policiais, esses sim, tinham contato com o “empresário”. Cliente privilegiado de várias “respeitáveis” instituições bancárias e empresariais, Abadia era até discreto, talvez pela natureza do seu “negócio” (sic). A despeito das coleções de relógios, carros e obras de arte, mantinha-se distante de colunas sociais. 

O “empresário” tinha (tem evidente, ainda está vivo) natureza política conservadora, de direita. Contribuiu para os grupos paramilitares do seu país, para as campanhas de Álvaro Uribe, afinal, todos parceiros nos grandes empreendimentos do cartel a que pertencia.

Como decorrência dos “negócios”, a compra de armas era fundamental para determinado tipo de operação. Liquidar, por exemplo, deputados, senadores, juízes, líderes comunitários na Colômbia que ousassem se opor ao “progresso”, aos “novos tempos”, etc, etc. Nos últimos anos o complexo de cartéis que domina aquele país e tem em Uribe seu principal “funcionário”, eliminou cinco mil “adversários”.

Sabedor da instabilidade dos “negócios”, lógico, bolsa de valores, exportação, importação, distribuição, todo o esquema das grandes empresas, manifestou intenção de ser extraditado para os Estados Unidos, assim que foi preso. Não pretendia voltar à Colômbia e nem o governo da Colômbia pediu sua extradição. Colônia norte-americana na América do Sul concordou de pronto com a entrega de Abadia à matriz. Foi mais garantido parta os “negócios”. E a extradição a partir do Brasil tornava Abadia imune à pena de morte.

Abadia não vive numa mansão como a que tinha em São Paulo, mas por ossos do ofício assegurou aos seus uma vida “decente”, com três lautas refeições diárias, boa moradia, perspectiva de férias uma ou duas vezes por ano e em troca, lógico, garantias de segurança mínima – pelo menos enquanto os sócios entenderem – em sua residência atual.

O “empresário”, que se mantém informado, lê jornais, vê televisão, deve estar feliz com o andamento das coisas na Colômbia, enfim o presidente hipnotizador prolongou por mais um ano o Plano Colômbia (o governo trafica, os cartéis tomam conta da produção, distribuição, de todo o organograma e os EUA armam golpes e vão assumindo o controle da Amazônia).

No Brasil nem tanto. A despeito de FHC ter dito que perdemos a guerra contra o tráfico e defendido a liberação do consumo de drogas, as perspectivas de José Jânio Serra, baluarte dos valores de Deus, pátria e família, começam a ficar cada vez mais difíceis. De qualquer forma existe a alternativa Aécio, mas vai ser preciso um esforço muito grande.

Já o Morro dos Macacos, a Maré, todo o esquema usado pelas empresas de Abadia e parceiros para manter, fomentar e ampliar os negócios, esses são detalhes e uma, duas, cem mortes aqui e ali acabam sendo parte dos riscos que qualquer “negócio” oferece.

A CUTRALE invade terras do governo, produz laranjas e sucos com dinheiro do governo. A ARACRUZA CELULOSE, de Ermírio de Moares, paladino do progresso, do desenvolvimento e que trabalha das seis da manhã até a meia noite, associa-se a outros grandes “benfeitores da humanidade” e transforma o estado do Espírito Santo, antigo estado, em propriedade privada. Invade terras quilombolas, indígenas, depreda o meio-ambiente, faz o diabo, mas ganha a capa de VEJA.

Esse é o pulo do gato. 

Os caras se escoram em “funcionários” da escola Abadia (resolvem qualquer problema) e liquidam os entraves.

E compraram a mídia. Os meios de comunicação. 

A grande ameaça a humanidade, ao pacato cidadão carioca, ou de qualquer metrópole brasileira (nem precisa, Divinópolis, cidade mineira de porte médio os moradores construíram um muro para evitar o morro) é o cara lá do Morro dos Macacos. 

E esse pacato cidadão nem pode contar com a proteção policial. Pelo jeito há carência de tênis, blusões, etc entre alguns policiais militares e numa ação da lei “expropriam” o produto do “trabalho” de dois assaltantes, ou pelo menos assim chamados, para o benefício da lei, da ordem, não importa que ao chão esteja um corpo agonizante.

Agonizantes estamos todos nós.

Vai daí que “milhões” morreram de gripe suína (quem vai se atrever a desafiar a afirmação da senhora Miriam Leitão quando a gripe apareceu? Se não morreram milhões tem que dar um jeito para que morram milhões, ela é que não pode ficar desacreditada, afinal é da GLOBO). A economia brasileira foi para o beleléu (vaticínio dessa fantástica versão de Nostradamus). A violência está incontrolável e como o Rio vai poder sediar as Olimpíadas de 2016? 

Já começaram a dar a resposta via IBOPE. As pesquisas iluminadas do instituto apontam a direção, a luz, o caminho, a salvação. José Jânio Serra. Por enquanto. De repente pode ser Aécio, guia e condutor dos mineiros.

No fundo, só o modelo político e econômico dos “negócios”, o capitalismo.

Abadia tem raiz em ABATTIA, palavra latina que deriva do aramaico ABBA, que significa PAI.

E, pois é então, a GLOBO e todos os grandes veículos que veiculam a luz dos ABADIAS do mundo dos “negócios”, ensinam que o caminho passa também por compreender Ana Maria Braga, Xuxa e não se esquecer das verdades diárias ditas nas preces do JORNAL NACIONAL ou do sábio William Haack.

A culpa de todos os sofrimentos é do Irã, dos palestinos, dos que moram no Morro dos Macacos, nos morros vários e diversos, do MST.

É preciso agradecer cada momento proporcionado a cada um nesse curral em que os seres são tangidos pela luz que emerge de Wall Street e aqui, do condado “socialista” FIESP/DASLU.

Ah! Quem trafica drogas, ia me esquecendo, imperdoável, heresia, são as FARCs-EP. 

Abadia é só um grande empresário.
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