Soldados com cachorros invadem uma madrassa [escola islâmica], aeroporto de Jalabad atacado pelos Talibãs – e a aprovação relâmpago de Petraeus, na Comissão do Senado dos EUA
O Los Angeles Times observa que a Comissão do Senado para as Forças Armadas aprovou à velocidade da luz a indicação do general David Petraeus para o Comando do exército dos EUA no Afeganistão; na 5ª-feira, será aprovado pelo plenário do Senado.
Conversei hoje com um informante afegão, que observou que, na sua opinião, algum senador, pelo menos, deveria ter feito três perguntas ao general Petraeus:
1. A estratégia de contraguerrilha dos EUA exige necessariamente parceiro afegão?
2. Hamid Karzai seria o parceiro ideal?
3. Se não é o parceiro ideal, os EUA estão condenados a continuar agarrados a ele e aos seus comparsas?
As respostas são, obviamente, “sim”, “não” e “sim”.
O comentário mais revelador veio do senador Jim Webb (D-VA): “O senhor tem o meu mais profundo respeito, por aceitar essa convocação.” É possível que estivesse apenas aliviado por alguém assumir o comando dos soldados nas montanhas movediças do Afeganistão, e não quisesse perguntar muito, para não agitar o vespeiro.
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E a rede Al-jazeera em inglês informa que Petraeus deu sinais, durante a arguição pelos senadores, de estar disposto a reconsiderar as regras de engajamento instituídas pelo general Stanley McChrystal e que visavam a diminuir o número de mortes de civis afegãos. Apesar de não terem sido aplicadas ao pé da letra pelos sargentos locais, as regras de engajamento, em si, são boa ideia. Poucos simpatizaram com o soldado norte-americano que disse à revista Rolling Stone que não concordava com, e muito o irritava, o Manual de Engajamento que obriga a “manter a pistola do coldre”.
John McCain parece ainda não saber que os EUA foram derrotados no Vietnã (como um daqueles soldados japoneses nas selvas das Filipinas, que só souberam do fim da guerra 30 anos depois).
McCain insistiu em perguntar se o Pentágono exigira que a retirada dos soldados comece em julho de 2011. O senador Carl Levin (D-MI) respondeu a McCain que haver data limite fixada para a retirada é indispensável para manter a pressão sobre o governo afegão.
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Enquanto isso, suicidas-bombas Talibãs foram acusados de atacar o aeroporto de Jalabad, a leste, no território pashtun.
Noutros noticiários, rumor de que soldados ocidentais, com cachorros, invadiram um seminário muçulmano nos arredores de Cabul, provocando revolta e violência generalizadas. Para os muçulmanos, cachorros são impuros e sujos. O rumor de que houvesse soldados norte-americanos naquele grupo foi desmentido por autoridades dos EUA e Afeganistão, segundo as quais a ação foi conduzida exclusivamente pela polícia afegã.
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Finalmente, prosseguem os combates pesados entre soldados dos EUA e guerrilheiros Talibãs no distrito de Marawara, província de Kunar. No primeiro dia de batalha, domingo, morreram dois soldados da OTAN, dois dos quais, norte-americanos.
Escolas religiosas em rebelião, efeito dos boatos que se espalharam; combate furioso nas regiões pashtun rurais; e um aeroporto regional bombardeado. Até aí, só as manchetes de uma manhã. É só parte do cenário. Petraeus precisará de todos os seus consideráveis talentos, só para conseguir levar água até lá, àquele túmulo de impérios.
O artigo original, em inglês, pode ser lido em: Petraeus confirmed Quckly by Committee; Seminary rioting, Jalabad Airport Bombings