Você pode inserir seus comentários sobre o vídeo no YouTube e participar no debate: http://www.youtube.com/watch?v=6DikHDHXvL0]
Os aproximadamente 400 cooperantes da Brigada médica cubana no Haiti foram a mais importante assistência sanitária ao povo haitiano durante as primeiras 72 horas após o recente terremoto. Essa informação foi censurada pelos grandes meios de comunicação internacionais.
A ajuda de Cuba ao povo haitiano não começou por ocasião do terremoto. Cuba atua no Haiti desde 1998 desenvolvendo um Plano Integral de Saúde(1), através do qual já passaram mais de 6.000 cooperantes cubanos da saúde.
Horas depois da catástrofe, no dia 13 de janeiro, somavam-se à brigada cubana 60 especialistas em catástrofes, componentes do Contingente "Henry
Reeve", que voaram de Cuba com medicamentos, soro, plasma e alimentos
(2). Os médicos cubanos transformaram o local onde viviam em hospital
de campanha, atendendo a milhares de pessoas por dia e realizando centenas
de operações cirúrgicas em 5 pontos assistenciais de Porto
Príncipe. Além disso, ao redor de 400 jovens do Haiti formados
como médicos em Cuba se uniam como reforço à brigada cubana
(3).
Os grandes meios silenciaram tudo isso. O diário El País, em
15 de janeiro, publicava uma infografia sobre a "Ajuda financeira e equipamentos
de assistência", na qual Cuba nem sequer aparecia dentre os 23 Estados
que haviam colaborado (4). A cadeia estadunidense Fox News chegava a afirmar
que Cuba é dos poucos países vizinhos do Caribe que não
prestaram ajuda.
Vozes críticas dos próprios Estados Unidos denunciaram esse tratamento informativo, apesar de que sempre em limitados espaços de difusão.
Sarah Stevens, diretora do Center for Democracy in the Americas (5) dizia no
blog The Huffington Post: Se Cuba está disposta a cooperar com os EUA
deixando seu espaço aéreo liberado, não deveríamos
cooperar com Cuba em iniciativas terrestres que atingem a ambas nações
e os interesses comuns de ajudar ao povo haitiano? (6)
Laurence Korb, ex-subsecretário de Defesa e agora vinculado ao Center
for American Progress (7), pedia ao governo de Obama "aproveitar a experiência
de um vizinho como Cuba" que "tem alguns dos melhores corpos médicos
do mundo" e com quem "temos muito o que aprender" (8).
Gary Maybarduk, ex-funcionário do Departamento de Estado propôs
entregar às brigadas médicas equipamento duradouro médico
com o uso de helicópteros militares dos EUA, para que possam deslocar-se
para localidades pouco accessíveis do Haiti (9).
E Steve Clemons, da New America Foudation (10) e editor do blog político
The Washington Note (11), afirmava que a colaboração médica
entre Cuba e EUA no Haiti poderia gerar a confiança necessária
para romper, inclusive, o estancamento que existe nas relações
entre Estados Unidos e Cuba durante décadas (12).
Porém, a informação sobre o terremoto do Haiti, procedente
de grandes agências de imprensa e de corporações midiáticas
situadas nas grandes potências, parece mais a uma campanha de propaganda sobre os donativos
dos países e cidadãos mais ricos do mundo. Apesar de que a vulnerabilidade
diante da catástrofe por causa da miséria é repetida uma
e outra vez pelos grandes meios, nenhum quis se debruçar para analisar
o papel das economias da Europa ou dos EUA no empobrecimento do Haiti. O drama
desse país está demonstrando uma vez mais a verdadeira natureza
dos grandes meios de comunicação: ser o gabinete de imagem dos
poderosos do mundo, convertidos em doadores salvadores do povo haitiano quando
foram e são, sem paliativos, seus verdadeiros verdugos.
*Quadro Informativo 1. Dados da cooperação de Cuba com o Haiti
desde 1998:*
- Desde dezembro de 1998, Cuba oferece cooperação médica
ao povo haitiano através do Programa Integral de Saúde;
- Até hoje trabalharam no setor saúde no Haiti 6.094 colaboradores
que realizaram mais de 14 milhões de consultas médicas, mais de 225.000 cirurgias, tendo atendido a mais de 100.000 partos e salvado mais de 230.000
vidas.
- Em 2004, após a passagem da tormenta tropical Jeanne pela cidade de Gonaives, Cuba ofereceu sua ajuda com uma brigada de 64 médicos e 12 toneladas de medicamentos.
- 5 Centros de Diagnóstico Integral, construídos por Cuba e pela
Venezuela, prestavam serviços ao povo haitiano antes do terremoto.
- Desde 2004 é realizada a Operação Milagre no Haiti e
até 31 de dezembro de 2009 haviam sido operados um total de 47.273 haitianos.
- Atualmente, estudam em Cuba um total de 660 jovens haitianos; destes, 541
serão diplomados como médicos.
- Em Cuba já foram formados 917 profissionais, dos quais 570 como médicos.
Cuba coopera com o Haiti em setores tais como a agricultura, a energia, a pesca,
em comunicações, além de saúde e educação.
- Como resultado da cooperação de Cuba na esfera da educação,
foram alfabetizados 160.030 haitianos.
*Quadro 2. Dados das atuações do Contingente Internacional de
Médicos Cubanos Especializados em Situações de Desastres e Graves Epidemias,
Brigada "Henry Reeve", anteriores à cooperação
no Haiti:*
- Desde sua constituição, a Brigada Henry Reeve cumpriu missões
em 7 países, com a presença de 4.156 colaboradores, dos quais
2.840 são médicos.
- Guatemala (Furacão Stan): 8 de outubro de 2005, 687 colaboradores;
destes 600 médicos.
- Paquistão (Terremoto): 14 de outubro de 2005, 2 564 colaboradores;
destes 1 463 médicos.
- Bolívia (inundações): 3 de fevereiro de 2006-22 de maio,
602
colaboradores; destes, 601 médicos.
- Indonésia (Terremoto): 16 de maio 2006, 135 colaboradores; destes,
78
médicos.
- Peru (Terremoto): 15 de agosto 2007-25 de março 2008, 79 colaboradores;
destes, 41 médicos.
- México (inundações): 6 de novembro de 2007 - 26 de dezembro,
54 colaboradores; destes, 39 médicos.
- China (terremoto): 23 de maio 2008-9 de junho, 35 colaboradores; destes,
18 médicos.
- Foram salvas 4 619 pessoas.
- Foram atendidos em consultas médicas 3.083.158 pacientes.
- Operaram (cirurgia) a 18 898 pacientes.
- Foram instalados 36 hospitais de campanha completamente equipados, que foram
doados por Cuba (32 ao Paquistão, 2 a Indonésia e 2 ao Peru).
- Foram beneficiados com próteses de membros em Cuba 30 pacientes atingidos pelo
terremoto do Paquistão.
Notas:
(1) http://cubacoop.com
(2) www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=153705&Itemid=1
(3) www.ain.cu/2010/enero/19cv-cuba-haiti-terremoto.htm
(4) www.pascualserrano.net/noticias/el-pais-oculta-344-sanitarios-cubanos-en-haiti
(5) democracyinamericas.org
(6) www.huffingtonpost.com/sarah-stephens/to-increase-help-for-hait_b_425224.html
(7) www.americanprogress.org/
(8) www.csmonitor.com/USA/Military/2010/0114/Marines-to-aid-Haitian-earthquake-relief.-But-who-s-in-command
(9) www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2010/01/14/AR2010011404417_2.html
(10) www.newamerica.net/
(11) www.thewashingtonnote.com/
(12) www.thewashingtonnote.com/archives/2010/01/american_diplom/
Leia também em espanhol:
Enviamos médicos y no soldados
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=ES&cod=44522
Fidel
Castro
Ruz, Enero 23 de 2010, 5 y 30 p.m.
* Coordinador de Cubainformación