Sete líderes bahá'ís e ex-membros do Yarán (grupo de representação bahá'í banido pelo governo iraniano) - Sra. Fariba Kamalabadi; Sr. Jamaloddin Khanjani; Sr. Afif Naeimi; Sr. Saeid Rezaie; Sr. Behrouz Tavakkoli; Sr. Vahid Tizfahm e Sra. Mahvash Sabet foram presos ilegalmente durante os meses de março e maio de 2008 em Teerã e Mashad e deverão ser julgados na próxima terça-feira, 12 de janeiro, após três postergações. Eles estão sendo acusados de “disseminação da corrupção na terra”, punível com a pena de morte.
A Comunidade Bahá'í do Brasil está extremamente preocupada a respeito do resultado final do julgamento e denuncia a perseguição do bahá'ís pelo governo iraniano. “O Irã precisa saber que o mundo está acompanhando o julgamento das sete lideranças bahá'ís, e espera que este seja realizado de forma aberta e de acordo com o procedimento legal internacionalmente reconhecido. O Brasil, como todos os outros países, conhece os bahá'ís e sabe que as acusações não se fundamentam”, afirma Iradj Eghrari, o representante Comunidade Bahá'í do Brasil.
O governo iraniano culpa os bahá'ís pelas manifestações durante o feriado religioso da Ashura e as revoltas civis após as eleições presidenciais em 2009. “Ao longo dos últimos dias, a mídia iraniana patrocinada pelo Estado, têm acusado os bahá'ís de serem responsáveis pela agitação em torno do dia sagrado da Ashura”, afirmou Diane Ala'i, representante da Comunidade Internacional Bahá'í para as Nações Unidas em Genebra. Dentre esses veículos da mídia estão a Agência Noticiosa de Fars, o Jornal Javan, a Agência Noticiosa da República Islâmica (IRNA), e a Agência Noticiosa dos Estudantes Iranianos (ISNA). As acusações são um fator alarmante, uma vez que os bahá'ís não se envolvem em manifestações político-partidárias. No último domingo mais 13 bahá'ís foram presos em suas casas em Teerã e levados para um centro de detenção.
Os sete líderes são ex-membros do Yarán (“Amigos do Irã”, em Persa), uma unidade informal que representava os mais de 300 mil bahá'ís no país (uma vez que a religião não é formalmente reconhecida pelo governo). Desde que a religião surgiu na antiga Pérsia, atual Irã, os bahá'ís sofreram diversas perseguições, intensificadas após a revolução islâmica em 1979 e agora, com as manifestações civis.
Em 18 de dezembro do ano passado, a Assembléia Geral da ONU aprovou uma resolução que condenou o Irã por uma longa lista de violações aos direitos humanos, incluindo uma extensa menção da perseguição aos bahá'ís. O documento demonstra preocupação com os ataques feitos pela mídia estatal aos seguidores e sua Fé; o aumento dos esforços por parte do Estado para identificar, monitorar e prender arbitrariamente os bahá'ís; e o impedimento de acesso ao ensino superior, dificultando o sustento econômico.
Comunidade Bahá'í no Brasil
No Brasil a Comunidade Bahá'í é formada por cerca de 65 mil pessoas, predominantemente brasileiros que conheceram a Fé por meio de bahá'ís que aqui chegaram fugindo da perseguição iraniana. Eles estão em todos os estados e capitais, desenvolvendo atividades sócio-econômicas baseados em princípios como igualdade de gênero, acesso universal à educação, redução entre os extremos de pobreza e riqueza e a unidade entre os povos por meio da educação não formal e autônoma.
Luana Reis - Jornalista
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