Mesmo falando em português, com apenas uma parte da platéia dos partidos verdes utilizando aparelhos de tradução simultânea, a ex-ministra do meio ambiente brasileira, empolgou a platéia e foi bastante ovacionada.
Veja abaixo algumas das suas principais declarações durante a sua apresentação e na rápida entrevista concedida ainda no interior do Klimaforum.
Metas brasileiras
“A proposta brasileira foi estabelecida a partir da grande pressão da sociedade. Nós trabalhamos muito para que o Brasil não deixasse de ter metas. Temos que adotar compromissos efetivos de redução e isso não de forma genérica ou voluntária”.
Código florestal
“Não podemos permitir que o Código Florestal Brasileiro seja alterado, seja mudado, da maneira como estão tentando fazer no Congresso Nacional. Esse seria um retrocesso inaceitável”.
Modelo de desenvolvimento
“É necessário abandonar esse modelo predatório. Não se pode pensar em crescimento com melhorias na educação, na saúde, no emprego, apenas baseado no uso dos combustíveis fósseis. É preciso pensar e trabalhar por um outro modelo de desenvolvimento”.
Compromisso dos líderes em copenhague
“Os líderes não podem pensar nos interesses políticos e econômicos atuais, sem se comprometer com o futuro. Eles precisam ter a visão de que a humanidade precisa mudar o modo de caminhar, assumindo os desafios do século XXI e sendo capazes de adotar um compromisso de um outro mundo possível”.
Delegação brasileira
“Faço parte da delegação brasileira e estão previstos diversos encontros. Espero poder dar minha contribuição nas negociações que levem a um efetivo compromisso do país com metas de redução”.
Ânimo em Copenhague
“Mais do que otimista eu me considero persistente. Foi assim, com pressões e ações que a posição brasileira mudou para metas definidas e poderá melhorar ainda mais”.
Negociações: inversão de prioridades
“Os países estão tratando de interesses, de limitações de cada um quando a discussão deve partir das limitações enfrentadas pelo planeta. Isso é o que deve ser levado em conta aqui em Copenhague.”
REDD
“É preciso salvaguardar, respeitar os direitos das populações tradicionais, pois ali residem as suas visões e forma de viver. As negociações em torno do REDD devem levar em conta essas comunidades. Precisamos sair dessa convenção com uma estrutura de apoio aos povos tradicionais, que preveja a redução das emissões e ao mesmo tempo a proteção das florestas.
O pagamento por meio dos serviços ambientais é uma boa ideia, mas é preciso cuidado para que invasores de terras públicas não sejam favorecidos com esses benefícios.
Também é preciso que o REDD não seja apenas um mecanismo financeiro, deve-se evitar que uma proposta meramente econômica leve à guerra fiscal entre os estados.
Quanto aos recursos, eles podem ser voluntários ou de mercado. Um sistema misto com doações para REDD como o que é feito com doações do governo da Noruega representa um bom caminho a ser pensado”.
Material produzido e editado pela Envolverde/Mercado Ético/Carbono Brasil/Rebia/Campanha Tic-Tac/EcoAgência, e distribuído para reprodução livre com o apoio da Fundação Amazonas Sustentável.
(Agência Envolverde)