A medida adia automaticamente o julgamento, que estava previsto para esta segunda-feira.
O bispo da diocese de Wilmington, que abrange os Estados de Delaware e Maryland, disse que o pedido de falência seria a melhor forma de beneficiar todas as vítimas, mas a decisão foi criticada pelo advogado que acusa a instituição religiosa.
O bispo Francis Malooly argumenta, em um texto publicado no site da diocese na internet, que as negociações da Igreja com oito vítimas de abuso sexual fracassaram.
'Dolorosa'
Caso eles ganhassem o processo nesta segunda-feira, a quantia pedida deixaria a diocese sem recursos para pagar outras 133 pessoas que têm processos semelhantes contra a instituição.
"Esta é uma decisão dolorosa, uma que eu esperei e rezei para que nunca tivesse que fazer", disse Malooly, no texto.
"Entrar com um pedido no Capítulo 11 [da lei de falência] é a melhor oportunidade, dados os recursos limitados, para dar o tratamento mais justo possível a todas as vítimas de abuso sexual por padres da nossa diocese."
Para o advogado Thomas Neuberger, que representa 88 vítimas, a medida foi uma forma desesperada da diocese para impedir que a verdade fosse revelada, já que a Igreja teria de apresentar documentos às autoridades durante o julgamento.
"Este pedido é o mais recente e triste capítulo na história de décadas de acobertamento destes crimes condenáveis para manter em segredo a responsabilidade e cumplicidade do abuso de centenas de crianças católicas", disse Neuberger, em nota à imprensa.
Wilmington é a sétima diocese americana a pedir falência devido a prejuízos provocados por escândalos sexuais. A primeira a fazê-lo foi a arquidiocese de Boston, em 2002.
Até agora, a diocese pagou US$ 6,2 milhões a vítimas de abusos. O maior pagamento do tipo até hoje foi feito pela arquidiocese de Los Angeles, que em julho de 2007 desembolsou US$ 660 milhões com 508 vítimas.