Vaticano põe em prisão domiciliar ex-arcebispo acusado de pedofilia

Um novo passo foi dado, na terça-feira, 23 de setembro, em linha com a firmeza e a transparência exigidas pelo Vaticano a respeito dos sacerdotes acusados de atos de pedofilia. O Papa Francisco autorizou a prisão domiciliar no território do menor estado do mundo, a República Dominicana, do antigo núncio apostólico no país, o arcebispo Jozef Wesolowski, um polonês, de 66 anos.
O responsável pela sala de imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que o processo havia sido iniciado, "de acordo com a vontade do papa, para que um assunto tão sério e delicado fosse tratado sem demora, com o justo e necessário rigor e um sentido pleno de responsabilidade por parte das instituições que lideram a Santa Sé".
A mídia Dominicana havia afirmado, com testemunhas em seu apoio, que o prelado, que havia exercido o cargo entre 2008 e 2013 ia com frequentava com assiduidade as praias e a área da "Zona Colonial" na capital da ilha de comprar serviços sexuais  de menores.
Convocado a Roma, o sacerdote foi condenado pela Congregação para a Doutrina da Fé, em junho, em primeira instância, à redução ao estado laico, a pena máxima prevista pelo direito canônico para infrações desta natureza. Enquanto isso, o Vaticano autorizou a abertura de um processo penal preliminar por pedofilia no Vaticano. Será o primeiro.
Jozef Wesolowski perdeu proteção diplomática, mas mantém sua cidadania do Vaticano. As autoridades da Santa Sé recusaram sua extradição para a Polônia, na falta de acordo com Varsóvia.

RUPTURA
Na terça-feira, as coisas se aceleraram.. Chamado à Praça de São Pedro para uma audiência preliminar realizada pelo "promotor de justiça", o ex-monsenhor foi preso pela polícia do Vaticano.
Monsenhor Wesolowski havia se tornado, ao longo dos meses, um novo símbolo do silêncio do Vaticano desacreditado por revelações de dezenas de milhares de casos de abuso sexual de menores.
A Comissão da ONU para os Direitos das Crianças citou este caso para ilustrar a falta de iniciativa na cidade-estado na luta contra o abuso sexual por clérigos. A opacidade do processo do inquérito canônico secreto, dirigido pela Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé, também foi denunciada. Uma ação penal poderia dar um pouco mais de publicidade aos debates.
O que impressiona neste caso é o desejo da Igreja de informar que esta prisão foi decretada pelo próprio Papa. Acusado de proteger prelados culpados de abuso de menores, muitas vezes simplesmente transferindo-os, a Igreja se sai muito mal em muitos desses casos. Francisco decidiu romper com a prática de seus antecessores, mesmo que ele credite  a Bento XVI o mérito pela primeira denúncia desses escândalos.
Jozef Wesolowski foi ordenado sacerdote em 1972 pelo Arcebispo de Cracóvia, o então Cardeal Karol Wojtyla que tornou-se o Papa João Paulo II e foi canonizado este ano.
Representante do Vaticano na Bolívia, o Monsenhor Wesolowski  ocupou também este posto em diversos países asiáticos antes que Bento XVI o nomeasse para a República Dominicana em 2008. Segundo a imprensa,outro padre polonês, Wojciech Gil, estaria associado com seus desvios de conduta.

Tradução: Argemiro Pertence


Le Vatican place en résidence surveillée un ex-archevêque accusé de pédophilie

Le Monde.fr - 24.09.2014 
par Philippe Ridet (Rome, correspondant)

Un nouveau pas a été franchi, mardi 23 septembre, dans la ligne de fermeté et de transparence voulue par le Vatican concernant les prélats accusés d'actes pédophiles. Le pape François a autorisé le placement en résidence surveillée sur le territoire du plus petit Etat du monde de l'ancien nonce apostolique à Saint-Domingue, l'archevêque polonais Jozef Wesolowski, 66 ans.
Le responsable de la salle de presse du Vatican, le père Federico Lombardi, a précisé que ces poursuites avaient été entamées « conformément à la volonté du pape, afin qu'une affaire aussi grave et délicate soit traitée sans retard, avec la rigueur juste et nécessaire, et une entière prise de responsabilité de la part des institutions à la tête du Saint-Siège ».
Des médias dominicains avaient affirmé, témoignages à l'appui, que le prélat, en poste de 2008 à 2013, fréquentait avec assiduité les plages et le quartier de la « Zona Colonial » de la capitale de l'île pour y monnayer des prestations sexuelles avec des mineurs.
Rappelé à Rome, l'ecclésiastique a été condamné par la Congrégation pour la doctrine de la foi, au mois de juin, en première instance, à la réduction à l'état laïc (radiation du clergé), la peine maximale prévue par le droit canon pour des faits de cette nature. Parallèlement, le Vatican a autorisé l'ouverture d'uneenquête préliminaire à un procès pénal pour pédophilie dans la Cité-Etat. Une première.
Jozef Wesolowski a perdu sa protection diplomatique, mais conserve sa nationalité vaticane. Les autorités du Saint-Siège ont refusé son extradition vers la Pologne, en l'absence de convention avec Varsovie.

RUPTURE
Mardi, les choses se sont accélérées. Convoqué place Saint-Pierre pour une audience préliminaire menée par le « promoteur de la justice », l'ex-Monsignore a été arrêté par la gendarmerie vaticane.
M. Wesolowski était devenu, au fil des mois, un nouveau symbole du silence du Vatican décrédibilisé par les révélations de dizaines de milliers de cas d'abus sexuels sur mineurs.
Le Comité des Nations unies sur les droits des enfants avait cité son cas pourillustrer l'absence d'initiatives de la Cité-Etat dans la lutte contre les sévices sexuels infligés par des ecclésiastiques. L'opacité de la procédure de l'enquête canonique secrète, gérée au Vatican par la Congrégation pour la doctrine de la foi, avait également été dénoncée. Un procès pénal pourrait donner un peu de publicité aux débats.
Ce qui frappe dans cette affaire, c'est la volonté de l'Eglise de faire savoir que cette arrestation a été décidée par le pape en personne. Accusée de protégerles prélats coupables d'abus sur mineurs, se contentant souvent de les muter, l'Eglise se remet mal de ces affaires. François a décidé de rompre avec la pratique de ses prédécesseurs, même s'il revient à Benoît XVI le mérite d'avoir, le premier, dénoncé ces scandales.
Jozef Wesolowski avait été ordonné prêtre en 1972 par l'archevêque de Cracovie, le cardinal Karol Wojtyla, devenu le pape Jean Paul II, canonisé cette année.
Représentant du Vatican en Bolivie, M. Wesolowski avait ensuite été en poste dans différents pays d'Asie avant que Benoî XVI ne le nomme en République dominicaine en 2008. Selon la presse, un autre prêtre polonais, Wojciech Gil, serait associé à ses méfaits.

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