Mesmo ainda sendo vítima da violência, principalmente a doméstica, as mulheres têm progredido, mudando gradativamente de comportamento. Segundo dados do Mapa da Violência 2012, mais de 13 mil mulheres sofreram violência sexual em 2011, sem contar os inúmeros casos de agressão física e assassinatos. Mas o mesmo levantamento comprovou que elas não só têm denunciado mais como também estão com coragem de enfrentar o crime de frente.
No último concurso para delegado de polícia no Rio de Janeiro, dos aprovados, cerca de 30% foram mulheres. Na recente formatura de 464 Policiais Militares, no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, 119 eram mulheres, sendo as três primeiras colocações ocupadas por elas. De 2008 pra cá, o contingente feminino do PM do Rio aumentou 84% e hoje elas já representam quase 10% de toda a tropa, tendo inclusive aquelas que comandam os batalhões.
E esse fenômeno não acontece só no Rio, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, atualmente 28% dos delegados de polícia são mulheres. No Pará, esse índice chega a 36%.
Enfim, estamos diante de uma quebra de paradigma, na qual a política de enfrentamento tende a dá lugar às ações mais inteligentes e pacificadoras. E quem melhor do que elas para conduzir conflitos com outro olhar? Com mérito, elas estão no foco e armadas. Prontas para mudar o conceito de que são frágeis.
*Advogado criminalista