Alternativa positiva ao SUS

O Governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) disse que a extinção da CPMF foi covardia com o povo brasileiro. Antes de falar estultices, ele deveria se preocupar com os narcotraficantes que desmoralizam o Rio de Janeiro. Ontem mesmo (6/9), o Complexo do Alemão foi palco da ação bélica dos traficantes, expondo a falta de segurança daquele Estado. Ele deveria se preocupar também com as caronas que pega em aviões de empresários, inadequado para o comportamento moral de um governador.
A CPMF foi descaradamente desviada de sua finalidade, com a anuência ilegal de políticos como Sérgio Cabral. Ele não tem autoridade para reclamar a extinção dessa contribuição. O que ele deseja é a vitrine política.
Independente de cor partidária, temos que reconhecer que a presidente Dilma dá mostras de que pode melhorar a prestação de serviços públicos de saúde, sem criação de novos impostos, por meio de ações positivas como registrou a Agência Brasil: "No programa semanal Café com a presidenta, Dilma lembrou que o médico recém-formado que optar por trabalhar em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) terá a dívida do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) reduzida. Segundo ela, 5 mil dos 24 mil alunos de medicina que acessaram o crédito estudantil já estão formados ou se formando. A ideia é distribuir esses profissionais em cerca de 2 mil municípios, onde a carência de médicos é maior. Um dos maiores objetivos do meu governo é fazer com que a qualidade de atendimento do Sistema Único de Saúde seja igual àquela praticada, por exemplo, nos grandes hospitais privados do nosso país. Vamos garantir atendimento humano e de qualidade e isso é um compromisso a ser buscado todos os dias, concluiu Dilma." E essa ideia, ao meu juízo, pode ser estendida também aos médicos recém-formados das universidades públicas, que tiveram os seus estudos bancados pela União.
O que faltou ao incompetente presidente "político" Lula foi inteligência administrativa de governo para encontrar saída alternativa ao combalido sistema de saúde pública, porque inteligência política ele teve de sobra para agradar a sua corriola de apaniguados e não deixar que nenhum de seus corruptos fosse punido, ao passo que a presidente Dilma está mostrando outra face, ou seja, que, com um pouco de inteligência, de criatividade administrativa, e não só pensar no aumento da carga tributária para criar nova contribuição à saúde, como desejam os empedernidos e recalcitrantes petistas -que querem enquadrar a presidente Dilma para ceder no marco regulatório da liberdade de imprensa, a qual tem escancarado à sociedade a corrupção política de membros do PT e aliados - é possível amenizar a situação do SUS, pelo menos para os pequenos socorros.
Sabemos que o problema atual do sistema público de saúde é crônico e que os médicos do SUS são mal remunerados, mas a ideia de aproveitar os médicos recém-formados para prestação de assistência às camadas mais necessitadas é boa. Embora seja um paliativo, é necessário diante da atual situação calamitosa da saúde pública. E o médico iniciante, principalmente aquele que teve ajuda financeira pública, deveria cooperar com o social, como demonstração sacerdotal pela nobreza da profissão escolhida, que é prestar serviços médicos às pessoas enfermas. Não vale a crítica de que os médicos iniciantes darão atendimento sem a qualidade de um médico experiente. Ao contrário, todos serão beneficiados: a população que passará a contar com um atendimento médico mais presente, e o médico novo que adquirirá mais experiência e sensibilidade com o sofrimento humano.

 

Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

 

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