A autora do texto tem opiniões e conceitos corretos acerca do certo e errado em termos filosóficos. Porém, conforme ocorre geralmente com tais profissionais ela é confusa e não compreende o papel do artista, ainda mais no caso de um poeta como Cazuza. Contraditória é ela própria quem reconhece que as obras musicais do compositor-poeta são tocantes. O que vem a ser o papel dos artistas e dos poetas em geral. Assim, a relevância na excelência da obra musical de Cazuza é a de ter ficado para gerações futuras e, não, dele ter sido exemplo de comportamento humano. Daí, considero correta a crítica da psicóloga ao saudoso poeta-compositor por ele ter sido usuário e, além disso, ter feito apologia ao consumismo de droga ao considerá-la um ‘barato’.
Repito compositor-poeta de excelência na qualidade, e não um ‘Deus’ ou mesmo uma pessoa exemplar, Cazuza deixou, dentre suas obras, músicas com letras pífias. Numa delas ele cantou esta pérola “Meus heróis morreram todos de overdose” no auge de sua ‘piração’. Isto é, não dá para considerar como heróis, os ídolos dele que morreram por extremado consumismo de droga. Entretanto, apesar de sua piração ter sido agravada pela doença terminal que o levaria à morte prematura, Cazuza rompeu os grilhões de mimado burguês e compôs obras-primas musicais próprias do poeta que se tornou. Haja vista o conteúdo filosófico de oposição à exploradora e opressiva classe social de sua origem. Numa delas Cazuza cantou “A burguesia fede; enquanto houver burguesia não vai haver poesia”.
Embora sejam cristãos, dois emitentes, agora destinatários com cópia (Cc), ofendem a imagem do saudoso compositor-poeta ao chamá-lo de ‘idiota morto’. Já a aludida psicóloga (que não expôs o correio eletrônico dela) afirma que Cazuza foi um marginal, um verdadeiro criminoso, dizendo concordar com o burguês e reacionário juiz Ciro Darlan quando diz que a única diferença entre Cazuza e o mega traficante Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e o outro não. Valendo-me da expressão utilizada pela psicóloga é estarrecedor que, além de trabalhadora sem consciência de classe social, confusa e contraditória, ela revele-se tão alienada, a ponto de avalizar essa obtusidade. Nascer ou morar na zona sul ou na zona norte, por si só, não define situação de classe social.
Para concluir, que fique claro o significado deste texto desde o título, afinal o saudoso compositor-poeta Cazuza tem relevância artístico-cultural e histórica para ter a honra ao mérito de ser nome de filme e praça pública no bairro da zona sul carioca, Leblon. Por sua vez, o aludido mega traficante merece estar, conforme o rigor da lei, cumprindo na prisão considerada de segurança máxima, as penas de suas condenações judiciais. Por último, os dois emitentes anteriores deste correio eletrônico devem seguir o conselho da citação da psicóloga de reverem seus conceitos de cristãos, assim como ela, a começar por assinar o nome completo no texto que redige e não esconder o endereço eletrônico quando fizer a comunicação através da Internet. 
*jornalista