Esses parlamentares que faltam aos trabalhos ou transigem com os
gazeteiros na Câmara Federal deveriam respeitar o contribuinte, que é
surrupiado para, entre outras coisas, bancar o salário de políticos. Em
qualquer empresa privada quem não comparecer ao trabalho ou não ficar
até o final do expediente - sem justa causa - é penalizado. Por que no
Parlamento brasileiro é diferente? Nas segundas-feiras já não fazem
nada e nas quintas idem porque muitos só vão ao plenário bater ponto e
logo debandam a seus estados. Aos políticos brasileiros falta
fiscalização externa da sociedade, com poder de punir e cassar, por
exemplo, os gazeteiros inescrupulosos. Essa leniência com procedimentos
irregulares de parlamentares demonstra a falta de seriedade da política
brasileira, formada por parlapatões esmerados em enganar o eleitor
nacional.
Os senhores deputados Michel Temer (PMDB-SP) e Marco Maia (PT-RS), respectivamente, presidente e vice-presidente da Câmara Federal, dão maus exemplos de dirigentes políticos (irresponsáveis) ao condescenderem com os políticos gazeteiros. E isso não é surpresa, pois no caso dos "passeadores" com cotas de viagem, o presidente da Câmara Federal, Michel Temer, não teve a coragem de chamá-los à responsabilidade e passou uma borracha imoral naquele episódio. Da mesma forma contestamos o corregedor da Câmara, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), bem como o procurador, deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), que também defendem os gazeteiros.
Lamentavelmente, este é o quadro deplorável de comportamento do Parlamento brasileiro: políticos irresponsáveis, não cumpridores de suas obrigações, e sem respeito social, arvoram-se em poderosos para mandar e desmandar, e trabalham quando querem, mas recebem mensalmente suas benesses custeadas às nossas custas. Há exceções de políticos responsáveis, mas são poucos.
Triste País onde proliferam políticos oportunistas, parlapatões e que só sabem tungar o dinheiro da nação. E graças ao voto obrigatório, trocado por qualquer dinheiro ou promessa, elementos indecorosos vão continuar sendo eleitos.
Julio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC