Mas o que nos chama a atenção é que políticos como senadora Serys que hoje fazem observações sobre a crise do sistema de saúde se esquecem que no passado recente fizeram vistas grossas ao problema do desvirtuamento da CPMF e jamais contestaram essa anomalia praticada pelos governos. Ao contrário, há pouco tempo se armaram com unhas e dentes para tentar prorrogar aquela contribuição, que seria novamente desencaminhada, mas foram derrotados pela maciça parcela da população brasileira que não concordou com a prorrogação dessa contribuição.
Agora, o ministro Temporão, da Saúde, intempestivamente também reclama da falta de verba e vem defender a volta da CPMF. Já desde o início da vigência da CPMF, ele deveria como médico, inclusive a ilustre senadora, ter se posicionado de forma contundente contra os governos FHC e Lula pela não aplicação total da arrecadação da CPMF na saúde. Em vez de o ministro se posicionar agora como mocinho, para fazer média, defendendo a instituição de outra tributação, sob o eufemismo de Contribuição Social para a Saúde, para cobrir o buraco deixado pelos governos no setor de saúde pública brasileira, deveria sim ele exigir, inclusive a senadora Serys, do governo Lula e de FHC que todo o valor da CPMF, que foi surrupiado para outras finalidades, fosse devolvido para cumprimento de finalidade legal. Chega de taxar a sociedade!
Dessa forma, por que o ministro Temporão e a senadora Serys não exigem que o governo federal reduza os gastos públicos do Planalto, isto é, dos ministérios, das empresas públicas, dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para aplicar a sobra em saúde pública? O médico e ex-ministro Jatene idealizou a CPMF para a saúde, mas FHC e Lula juntamente com os políticos do Congresso Nacional desvirtuaram os seus sagrados objetivos. E agora querem ressuscitá-la com novo batizo para novamente ser desviada? Parem com isso, deixem disso, ó Temporão e senadora Serys Slhessarenko! O dinheiro roubado da saúde (CPMF), num país sério, levaria à cadeia muitos políticos e governos solertes que praticaram malversação.
Julio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC