'A lição sabemos de cor, só nos resta aprender.'(1)
Nos últimos meses, ainda que assolados pela crise econômica que pôs limites ao evidente sucesso de nossa macroeconomia, mas não a tirou dos trilhos, diversas áreas anunciam explosão de atividades, em nossa região (indústria naval, porto e cargas para transporte naval, construção civil, petróleo e gás, siderurgia etc).
O momento então é de apostar as fichas no desenvolvimento de nossa região alavancado ou arrastado pela locomotiva da Petrobrás e seus negócios.
Mas nossa região expõe as contradições dos interesses e da realidade da pobreza, visíveis e chocantes, mesmo onde se anuncia o sucesso local.
Quem visita o centro de Santos vê o sucesso das 'baladas' e dos imóveis reformados no projeto Allegra, mas deveria dar uma voltinha em ruas importantes como Amador Bueno, São Francisco e suas paralelas... Passando, no sentido do cais, pela Avenida Conselheiro Nébias, o choque é inevitável (a melhor descrição de um amigo "parece zona de guerra, abandonada"), desolação e uma realidade 'realista demais' para as lindas propagandas da bela cidade litorânea, nau maior (em números absolutos) das cidades da Baixada.
Mas a reflexão que merece ser feita é: o que fazer para que o progresso de todas as demais cidades, puxadas pela onda do ouro negro, não reproduzam a dinâmica seguimentada de progreso focado em nichos, setores da sociedade e má distribuição de benefícios?
Como evitar que o benefício do resultado do esperado sucesso seja discriminatório e não atinja aqueles que eralmente precisam?
A resposta passa pela agilidade e mobilidade dos governantes locais e sua capacidade de articular as ações de fomento com a inclusão social e econômica dos menos favorecidos. Porérm uma cidade não terá suceso sozinha, e as ações isoladas ensejarám maiores dificuldades para uma cidade agir, caso as demais não providenciem a dimunição das diversas barreiras enfrentadas pelas populações mais carentes, nas mais diversas áreas. Nossa região é contigua e tudo se comunica ou contagia (para bem ou pro mal).
Sebastião Antonio de Morais Filho, 44, advogado, especialista em Direito Público e Saúde Pública, associado da MACIEL NETO ADVOCACIA (www.macielneto.adv.br) em Santos, SP.