Caros senhores “sem informação”

Como era a minha situação até que meu quintal fosse inundado em 11/12/2005: sai à pesquisa. E agora, não levanto mais bandeiras sem saber por que chegamos a tal ponto. Embora esta situação seja emergencial: muros cercando “favelas”. Fere a Constituição Federal e quando cometida por quem devia zelar pelo cumprimento da lei é o agente da ação: a pena é aumentada. Avilta a todos nós e fere os Direitos Humanos. Na realidade, fere até mesmo o meio ambiente. Mas, este estado fluminense foi acostumado a agir de forma errada e a não sofre recriminações e nem advertências.  E isto tem de ter um fim: 68 % de favelas em dados do IBGE. E elas irão aumentar em breve com os 180 mil desempregados do COMPERJ que está impermeabilizando o Aqüífero Macacu, mesmo com estudos indicando que não é para ser feito, pois é um aqüífero de vasão media e que deveria estar sendo preservado. Irão impermeabilizá-lo e mexer pela terceira vez em nascentes do que pertence ao Recôncavo da Guanabara. O Arco Metropolitano também fará isto: comprometer de forma irreversível nossos recursos hídricos.
Entrem no Google e procurem à área da Baixada e Jacarepaguá: Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes e acionando em MAPA vão dando zoom e vejam quantas favelas há. Sempre ao lado dos luxuosos condomínios: quem mora nas favelas de lá? Com certeza os empregados dos mesmos condomínios. Assim, que tiverem robôs também mandaram: não cercar, mas retirar as favelas. Que classe social começou a degradar o meio ambiente? Lá, também, existem problemas graves e não computo nada ao poder do dinheiro e sim a desobediência à lei mor deste país que norteia a todas as outras. Ninguém fala, mas muitas áreas ali de alta valorização imobiliária está construída cenograficamente em cima de áreas lagunares e tem gente que viu o crime acontecer e se omitiu e ainda vive. 

Aproveito para dizer que a historia sobre o desmatamento da Mata Atlântica não está bem contada. Alem do fato de estar escrito, ainda temos testemunha relatando o fato. Os senhores sabem quem mora no que hoje chamam de Baixada? Que antes era parte do Recôncavo da Guanabara e antes da Província do Rio de Janeiro. A turma que hoje habita na área em que estão os “cercadores” e “cerceadores” do Direito Constitucional pertencia ao Município Neutro. Na Baixada moram os descendentes dos que vieram ajudar a construir este país: Corte, Ex Capital da Republica  e Capital Federal. Não falarei das grandes obras como o Metro ou a Ponte Rio Niterói e nem mesmo dos absurdos cometidos pelo Rodrigues Alves sob a batuta da Pereira Passos, isto deixo a cargo dos que irão mentir para justificar o injustificável. Não falarei dos negros “recém libertos”, da Lei de Terras e nem mesmo do Decreto-Lei 9760 de 5/9/1946. Também não falarei do DSBF e nem do DNOS, pois faço questão de dar corda para que “eles” se enforquem a cada dia mais rápido, graças a Deus! E que a terra lhes seja bem pesada.

Nós nunca trabalhamos com previsão, apenas vamos fazendo depois o povo trabalhador que se ajeite e ele o faz: vai morar em área em área e risco pela omissão  negligência de quem devia zelar para que não acontecesse e isto aumenta a pena. Mas, como o nosso povo não tem informação, não aciona a lei. Informação não é formação: acadêmica ou não. Assim, temos uma situação “sui generis” acontecendo em muitas áreas do território Nacional: Desembargadores, Juízes, Arquitetos, PHDS, negros ou brancos, ricos ou classe media milionários ou favelados morando em área de risco. Agora é esperar para ver quem vai: afundar, deslizar, contaminar ou pegar fogo primeiro. Façam as apostas: o gato já subiu no telhado! Muito cuidado ao tentar me desdizer: não recebo da Viúva e nem da Petrobrás! Mas, afinal com quem “eles” acham que estão mexendo? Que todos somos omissos? Nestes momentos me lembro do Código de Hamurabi! 

É por isso que o E.S.T.A.D.O odeia pesquisadores. Este murro é uma vergonha e um desrespeito a nosso povo. E é inconstitucional! Cadê a OAB? O MP?

Márcia Benevides Leal cidadã brasileira moradora em Maricá que jamais responderá por omissão
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