O DÍZIMO SERIA UM REQUISITO BÍBLICO PARA O CRISTÃO?

Num mundo em constante mudança, tudo se tornou questionável e incerto. "O que era sólido se desmanchou no ar como fumaça". Esta frase foi dita por um analista de renome internacional. Até as descobertas científicas podem ser vistas por outro ângulo. Que dizer das crenças religiosas? Também já são vistas com desconfiança; uma, é a cobrança do dízimo. Em épocas passadas, o dizimista que se tornasse irregular, ou seja, descontinuasse a pagar 10% do seu salário, no mínimo seria disciplinado, e conhecido entre seus concrentes como rebelde. Contudo, perante tantas dúvidas persistirem sobre o referido assunto surgem perguntas: O dízimo é um mandamento bíblico para o cristão? Devo pagar ou não pagar? Dizem até que o dízimo está na Bíblia, mas, o que representa para os nossos dias? Alguns talvez achem que é um assunto polêmico e difícil de obtermos resposta exata. Porém, a Bíblia, por advir de inspiração divina, pode nos revelar seguramente como preceder diante deste dilema.  Inicialmente, leiamos em nossa Bíblia, Deuteronômio, 26: 12 que diz: "De três em três anos, junte a décima parte das colheitas daquele ano e dê aos levitas, aos estrangeiros, aos órfãos e às viúvas que moram na cidade, para que tenham toda a comida que precisarem.

Depois, na presença do Senhor (Jeová) nosso Deus, você dirá o seguinte: "Entreguei aos levitas, aos estrangeiros, aos órfãos e às viúvas a parte das minhas colheitas que pertencem a ti”. O relato bíblico deixou claro que o dízimo era ofertado na casa de Deus, não em dinheiro, mas em (produtos alimentícios). Hoje, os valores se invertem, quando as próprias viúvas que ganham um mísero salário mínimo são obrigadas a pagar o dízimo, quando deveriam ser beneficiadas por ele, segundo a lei. Interessante é que, embora já existisse dinheiro naquela época, Jeová não o aceitava, como podemos observar do seguinte relato: "Mas, se o lugar de adoração ficar muito longe, e for impossível levar até lá a décima parte das colheitas com que Deus o abençoou, então façam isto: vendam aquela parte das colheitas, levem o dinheiro até o lugar de adoração que o Nosso Deus tiver escolhido e, ali, comprem tudo o que quiserem comer: carne de vaca ou de carneiro, vinho ou qualquer outra coisa que desejarem. E ali, na presença de Jeová, vocês e suas famílias comam essas coisas e se alegrem. (Deuteronômio 14: 24 – 26) Quando Paulo juntava contribuições para os necessitados na Judéia não mencionou nenhuma porcentagem específica a ser entregue, mas disse: "Cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama a quem dar com alegria. (2 Coríntios. 9: 7) Já nos dias do antigo Israel, o povo de Deus também trazia seus dízimos em cereais, frutas e gado. Notem: "Eu, Jeová, o Todo-Poderoso, ordeno que tragam todos os dízimos aos depósitos do Templo, para que haja bastante comida na minha casa". (Mal 3:10). Quando os fariseus tentaram se justificar perante Cristo por serem fiéis ao dízimo, veja o que diz o relato bíblico de Mateus, 23: 23 “Ai de vós escribas, e fariseus hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro, e do cominho, mas desconsiderastes os assuntos mais importantes da lei...” Mais uma prova de que o dízimo não era dado em dinheiro, mas em gêneros alimentícios. Após a morte de Cristo esta lei foi abolida, definitivamente, até a que determinava apresentar ofertas e dízimos (materiais específicos). Portanto, no lugar de dízimo, os cristãos são aconselhados a darem uma oferta voluntária, como disse o próprio apóstolo Paulo: "Cada um contribua segundo o que propôs em seu coração...".
A maior das ofertas que o cristão pode oferecer a Deus hoje é o fruto de lábios que fazem declaração pública do seu nome, ou seja, pregar o Reino, haja vista que o Dia de Jeová está próximo e se apressa muitíssimo. Quanto ao dízimo, 10% de nossos salários, já vimos na Bíblia que não existe nenhuma ordem para pagá-lo, até pelo fato de a lei ter sido substituída pela graça, o resgate que Cristo fez por aqueles que reconhecem o seu sacrifício. O que Deus requer de nós é que contribuamos voluntariamente. É lógico que essas contribuições financeiras são essenciais para a manutenção dos locais de adoração com suas despesas inerentes, não para sustentar uma classe privilegiada de líderes religiosos, pois o apóstolo Paulo afirmou que os cristãos deviam estar preparados para trabalhar e sustentar a si próprio e não ser um fardo para outros, como ele mesmo fazia. (Atos 18: 4, 1Cor. 9:13-15).     Ademais, por causa da cobrança do dízimo começam a pipocar casos em que a Justiça tem determinado que algumas organizações religiosas devolvam ao fiel o dízimo que este havia pago mediante recibo. Neste caso específico, certa igreja já está devolvendo o que fora pago pelo fiel. Alguns representantes de igrejas temem haver uma enxurrada de ações judiciais com o mesmo objetivo: devolverem ao fiel o dízimo que ele pagou. Há certo ditado popular que diz: "Enquanto a verdade calça os sapatos, a mentira já deu meia volta ao mundo". Assim, como diziam ainda os antigos: "Podemos enganar as pessoas por um tempo, pela metade de um tempo, mas não por todo tempo". Então, é chegada a hora de se falar a verdade sobre o dízimo, de que não é mais bíblica a sua cobrança. As religiões, não praticam as doutrinas da lei mosaica, como guardar o sábado, sacrificar animais, etc, porém, quanto à cobrança do dízimo, (dinheiro), não desistem jamais, mesmo sabendo que é um mandamento da lei. Em Gálatas 3: 10 diz: “Os que estão debaixo das obras da lei estão debaixo da maldição...” Entretanto, como observar nos textos bíblicos, não há nenhuma base para o cristão ser dizimista e, sim, um ofertante voluntário. Portanto, a não-cobrança do dízimo é apenas uma das características marcantes da Religião Verdadeira.

Sebastião Ramos – funcionário público federal –Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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