Já não basta o “Partido da Imprensa Golpista” com seus analistas, colunistas e colaboradores, todos falando a mesma linguagem e com profundo horror ao governo Dilma Roussef. Agora, meros especuladores financeiros, que O Globo chama de investidores, são usados com referência para avaliar o cenário político e a saúde de nossa economia. A Bolsa, o dólar e o famigerado FMI passaram a ser instrumentos políticos da campanha do candidato Aécio Neves, tentando criar um clima de desconfiança. Descaradamente, esse jornal, associado ao golpe da Proconsult para tirar os votos de Brizola na eleição de 81 (lembram-se?), diz que “analistas” (08/10), sem citar nomes, como sempre faz, ficaram satisfeitos com a expectativa de que Marina Silva (PSB) apoiará a candidatura Aécio Neves (PSDB|), o que aumentaria as chances de vitória da oposição. Aí, diante disso, a Petrobras (viva!) já acumulava alta de 15,6 % nos dois dias após o primeiro turno eleitoral; o dólar, como num passe de mágica, teve uma queda de 0,94 % e todos do mercado financeiro comemoraram o feito degustando refinadas bebidas, já vislumbrando um final feliz para suas futuras especulações..
A respeito desses especuladores, o jornalista da Globo, Elio Gaspari, então no Jornal do Brasil em 10/11/2001, lembrava que “no dia 29 de janeiro de 1974, Mario Henrique Simonsen estava na sala do presidente eleito Ernesto Geisel, no velho edifício do Ministério da Agricultura, no Rio de Janeiro. Geisel tinha acabado de convidá-lo para o Ministério da Fazenda e repassavam as dificuldades da economia: crise do petróleo, inflação e taxa de crescimento. Foi quando a conversa desbordou apara o mercado de capitais”. E Simonsen: “Se o senhor quiser moralizar em cinco minutos o mercado de capitais, tem que transformar aquele pedaço da Praça15 em presídio”. O que pensam a respeito disso O Globo e o financista Armínio Fraga, convidado pelo candidato Aécio para ser seu Ministro da Fazenda?
NO COLO DA DIREITA
Para aqueles que viam em Marina uma guerreira, com personalidade forte forjada em meio ao seringal do Acre junto ao companheiro Chico Mendes, foi uma profunda decepção vê-la se jogando nos braços da direita e do agronegócio, que tanto combateu.
Com o rosto sempre fechado nos debates, expressando uma forte vontade de se vingar da presidenta, o que se viu no palanque com Aécio foi um largo sorriso de satisfação ao costurar uma aliança com a elite. As condicionantes “impostas” ao programa do candidato do PSDB servem apenas como uma forma de defesa. E é o próprio Aécio que reconhece essa inusitada decisão: - “... sei que não deve ter sido fácil para ela, já que ela representa um conjunto de pensamento da sociedade que não era o mais próximo a nós...”. Lamentável, manchou sua história.
Se tivesse tempo, seria bom que lesse “1989”, excelente obra do escritor Laurentino Gomes, que aborda o golpe da velha República, e ver nas páginas 31, 42 e 314 com quem ela está se envolvendo.
XICO SÁ CENSURADO
O Globo e a Folha de São Paulo levantam-se sempre em favor da liberdade de imprensa, mas ambos a usam para defender seus interesses. Nenhum de seus colunistas tem liberdade, por exemplo, para elogiar um feito importante do governo Dilma. Todos a atacam, e sempre, sem refresco. Desde sua eleição vem sendo alvo de chacotas, como “um poste sem luz própria ou uma gerentona agressiva que não sabe se relacionar com sua equipe”. Agora, a Folha censurou o colunista Xico Sá, que se sentiu à vontade para declarar voto em Dilma. Advertido pelo jornal, que alegou não permitir proselitismo eleitoral, resolveu se demitir.
