Pesquisa também aborda como noras e sogras convivem ao serem impostas ao parentesco
A relação entre noras e sogras é comumente e até, culturalmente, vista como conflituosa. Além disso, essa relação é um tema tão recorrente em músicas, novelas e nas conversas sobre família, que também está presente em uma tese de doutorado. Por isso, Gleice Mattos de Vasconcelos Luz, Doutora em Ciências Sociais, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, escreveu a tese “Noras e sogras: sobre relações familiares, conflitos e imagens”.
Em sua tese, Gleice Mattos estudou como se dá o processo de inserção da nora na família, como a sogra reage a essa nova situação e como os filhos/ maridos conduzem as situações. A autora estudou também os possíveis conflitos causados por esse parentesco por aliança, no qual não se pode escolher o novo integrante da família.
Durante a pesquisa, Gleice entrevistou 23 mulheres, entre elas treze noras e dez sogras. Entre as famílias analisadas há apenas um caso no qual sogra e nora se dão bem e a nora ainda é casada com o filho da sogra citada na entrevista. Na maioria dos casos em que as noras são casadas com os filhos das sogras relatadas nas entrevistas, a relação entre elas não é muito boa.
O modo de conduzir a família e de criar os filhos, segundo Gleice, pode ser considerado o principal motivo que causa divergências entre noras e sogras. Em alguns casos, a doutora constatou que a sogra gostava da nora enquanto ela era namorada do filho. No entanto, quando se firmou algum compromisso considerado mais sério, como noivado ou casamento, a relação de afeto que a sogra tinha com a nora mudou.
Em sua tese, Gleice comenta que “algumas noras reclamam que as tomadas de decisões na vida conjugal sofrem interferências da sogra, posto que se sente autorizada, em nome dos laços, a opinar, criticar ou influenciar”. A doutora também acrescenta que “as sogras têm a expectativa de que a nora seja a continuidade de sua existência na família do filho, seguindo suas práticas e orientações”.
Para conferir a tese na íntegra, acesse o link:
http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3373