Primeiro transplantado em cirurgia intervivos do Centro Estadual de Transplantes, Edson faz planos para uma vida livre da hemodiálise
Dois eram os motivos de alegria do guarda municipal aposentado Edson Costa, 50 anos, na manhã desta segunda-feira (04/03): a vitória do seu Botafogo sobre o Flamengo e a primeira consulta após receber um novo rim. Edson e o irmão, Joel, participaram da primeira cirurgia de transplante intervivos do Centro Estadual de Transplantes (CET), no dia 22 de fevereiro.
De uma família com 9 filhos, Edson teve a sorte de dois de seus irmãos se oferecem para doar um rim e os órgãos serem compatíveis com ele. O escolhido foi Joel, de 44 anos, com 100% de compatibilidade. A cirurgia de transplante foi realizada com sucesso e Edson teve alta hospitalar na última sexta-feira (01/03).
- Estou me sentindo muito bem. Quando voltei para casa fui recebido com um cartaz de boas-vindas e com muito carinho pela minha família e amigos – conta, feliz, Edson. – Agora, quero aproveitar os feriadões para viajar, coisa que não conseguia fazer por causa da hemodiálise. Era um tipo de prisão. Também quero muito voltar a exercer alguma atividade ano que vem. É bom para aumentar a renda, né?
Por enquanto, Edson vai se concentrar em sua recuperação. Nesta segunda-feira, ele compareceu ao Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, para realizar exames clínicos e fazer uma revisão médica. O irmão doador, Joel, também passou por exames.
- Edson está ótimo. Os exames apontam que os índices de ureia e creatinina já estão diminuindo. À medida que eles se normalizem, vamos cortando os medicamentos imuno-depressivos – esclarece Luciano Morgado, médico que está acompanhando Edson. As consultas se repetirão semanalmente no primeiro mês. Mantendo bons resultados, a partir do segundo mês Edson comparecerá ao hospital quinzenalmente.
Centro Estadual de Transplantes – O Centro Estadual de Transplantes foi inaugurado no dia 21 de fevereiro, no Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca. Inicialmente apta para realizar transplantes de rim e fígado, o novo centro vai, em breve, oferecer também transplante de pâncreas. Essa é a primeira unidade da rede estadual de saúde a realizar os procedimentos, antes só feitos por hospitais federais, universitários e conveniados ao SUS.
Totalizando um investimento de R$ 3 milhões, a unidade conta com centro cirúrgico, com cinco salas, e aparelhos de ponta para realizar cirurgias de alta complexidade, UTI, e ambulatório. A expectativa é realizar no primeiro ano de funcionamento cerca de 200 transplantes de rim e 100 de fígado.
No dia 5 de fevereiro, pacientes antes cadastrados no Hospital Federal de Bonsucesso começaram a ser convidados a agendar consultas na nova unidade para a atualização de seus cadastros.
Números - O estado do Rio registrou nos últimos três anos o maior avanço nacional na área de doação de órgãos. Em 2010, o Rio de Janeiro ocupava a lanterna no país na área, pulando para a atual 3ª posição no ranking. Em 2011, houve um crescimento de 50% no número de doadores em relação a 2010, chegando a 121. Em 2012, foram 221 doadores e a meta para 2013 é superar 250 captações.
Hoje, mais de 23 mil brasileiros aguardam por um transplante, dos quais cerca de 1.600 vivem no Rio de Janeiro.
Assessoria de Comunicação Secretaria de Estado de Saúde
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