A hipótese de um mundo onde diferentes possam viver em paz, em harmonia, existir e coexistir em bases dignas e humanas foi enterrada num discurso que não esconde o caráter nazi/fascista dos europeus ocidentais.
A presunção da superioridade. Poderia até haver um remoto conteúdo de verdade nas declarações do principal funcionário norte-americano no antigo Reino Unido, não fossem as pretensões de domínio encerradas no conceito enunciado em Berlim, algo como uma tentativa de civilizar MEIN KAMPF de Hitler.
A noção de povo superior e o desejo de subjugar povos tidos como inferiores.
Na segunda-feira, dia 28 de fevereiro, obedecendo a essa lógica perversa e cruel Cameron disse que o Reino Unido poderia atacar a Líbia para garantir os direitos dos líbios. Direitos e democracia, nesse caso, têm outro nome, petróleo e interesses de companhias do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
Que Muammar Gaddafi é um ditador cruel não há dúvidas sobre isso. A revolução líbia perdeu-se na transformação do líder em um sanguinário e corrupto dirigente, mas o destino do povo líbio cabe ao povo líbio decidir.
E o do petróleo líbio também.
Um dos maiores trunfos do mundo ocidental e cristão, dito democrático, tem sido o de demonizar os muçulmanos, tratando-os como se fossem inferiores, ameaça permanente à civilização. Faz isso através da mídia criando e consolidando mentiras.
Jihad, por exemplo, nunca teve o significado de guerra santa. Atribuir à expressão Jihad o caráter de terror, violência e intolerância de uma religião é bem mais que falta de entendimento, é má fé.
É prática deliberada.
Vai desde os âncoras de telejornais de redes no Brasil, como nos EUA. Mas até hoje não se viu uma discussão séria sobre Hiroshima e Nagazaki, dois crimes hediondos contra a humanidade e praticados pelos norte-americanos. Como chega aos vídeos games jogados por nossos filhos cristãos e ocidentais onde muçulmanos são os demônios a serem executados.
A tradução correta da palavra árabe Jihad é esforço, empenho despendido na execução de qualquer trabalho, tarefa, ação.
Nesse sentido um estudante que se esforça ou se empenha para ter o seu diploma, um empregado que se empenha em seu trabalho e mantém convivência cordial com seu empregados, ou um político que se esforça de maneira positiva, com atos dignos em benefício das pessoas, estão praticando a Jihad, digamos assim.
A expressão árabe para guerra santa é "harb al mukadass", ou "harbun mugaddasatu", que não é encontrada em nenhuma passagem do Alcorão e nem em qualquer literatura de caráter religioso do ponto de vista muçulmano.
A essência da Jihad é empenhar-se, esforçar-se para combater o mal a partir de dentro de si próprio, praticar justiça, banir a opressão do seio da sociedade. No aspecto puramente religioso, ser obediente a Alá e expressar sua vontade. Em todos os campos. Político, econômico, social ou outro qualquer. A face real do islamismo é bem mais ampla que uma religião. É um código de ética e moral que norteia a justiça real e orienta uma comunidade que por séculos conviveu eu harmonia e paz com todo povo não islamita, inclusive o povo judeu.
São dois os tipos de Jihad. O Jihad maior e Jihad menor. O maior é o esforço que o muçulmano faz de maneira individual com o propósito de não cair em tentação e cometer pecados. O esforço para corrigir seus defeitos e aperfeiçoar-se espiritualmente.
O profeta Maomé afirma que "... o mujahid (quem se empenha) é aquele que se esforça contra si mesmo por conta de Deus e o muhajiir (quem migra), é aquele que deixa para trás as más ações e o pecado (Sahih ibin Hibban).
Em árabe, muçulmanos significa "aquele que se submete voluntariamente a Deus".
O Jihad menor é todo o esforço ou empenho do muçulmano pela causa de Deus, orientado a terceiros. Por exemplo, pregar o Islã, falar acerca de Deus, mostrar com sua vida como se deve viver para Deus, prestar auxílio às pessoas, fazer a caridade, defender os oprimidos, promover a justiça, a paz e a liberdade.
Guevara falava sobre a transformação do homem. A compreensão do Jihad maior precede a prática do Jihad menor. É uma tarefa difícil.
O confronto armado em prol da auto-defesa pode ser um exemplo de Jihad menor, mas a guerra não é um objetivo do Islã e nem é a ação normal dos muçulmanos. A guerra tem sido um instrumento dos poderosos para escravizar os mais fracos, produto da ganância, da ambição, da opressão.
O Islã é uma religião de paz, não importa se alguns radicais islâmicos ou não se utilizem da força do terror para "apregoar" sua mensagem na maioria das vezes de grupos ou pessoas, mas diferentes da verdade islâmica.
Milhões de muçulmanos vivem em paz com todas as pessoas das diversas religiões. Se o terrorismo fosse uma doutrina do Islã as demais religiões já teriam desaparecido da face da Terra. Quase um quarto da população mundial pratica o islamismo, fiéis em todo o mundo, trabalhando em diversos setores da sociedade, tais como hospitais, forças armadas, comércio, empresas, etc.
Os grupos radicais são como os neopentecostais no cristianismo. Uns apregoam, os pentecostais, a barbárie na fé cega e no poder econômico a serviço dos grandes conglomerados - O Brasil começa a viver esse problema, a sentir na pele esse tipo de fundamentalismo - e outros, pela violência, interesses que transcendem ao Islã. São muçulmanos em práticas não islâmicas.
O Alcorão diz - "E combatei pela causa de Deus, os que vos combatem, porém não cometas agressão, porque Deus não ama os agressores" (2:190 -.
"Que o ódio contra aqueles que vos impediram de irdes à Mesquisa Sagrada não vos induza a provocá-los. Ajudai-vos mutuamente na bondade e na piedade. Não vos auxilieis no pecado e na agressão, mas temei a Deus, pois é severíssimo na punição" - 5:2).
Há muito o que se dizer sobre isso. Sobre o que é real e o que são as distorções preconceituosas e mentirosas lançadas sobre as pessoas no Ocidental.
Para o Islã a paz só é alcançada com a verdade e a justiça. Existem situações em que não se pode ficar parado e permitir que os opressores, por exemplo, invadam nossas terras, ocupem nossas casas e simplesmente seja dito a eles que estão perdoados, que podem ficar e nos dominar. Um exemplo vivo disso é a resistência palestina à ocupação sionista do território da Palestina.
Como em todas as religiões há passagens que simbolicamente mostram o caráter de seus líderes. O profeta Maomé tinha como vizinho um judeu que diariamente colocava seu lido à porta de sua casa de forma ostensiva. Ao perceber que o vizinho não o fazia por três dias, Maomé foi à casa do judeu e atendido por sua esposa perguntou-lhe o que estava acontecendo. Ouviu que o vizinho estava doente e pediu para vê-lo. Maomé, diante do espanto do vizinho disse apenas o motivo de sua visita e que pretendia confortá-lo. Houve a recuperação e a conversão do judeu ao islamismo ao observar a ética e a moral, a capacidade de amar de Maomé.
As guerras travadas pela humanidade, todas elas, tinham como objetivo benefícios políticos ou econômicos para um determinado segmento ou grupo, através da dominação de um povo, ou de um povo em detrimento do outro (a financiada pelos EUA contra o Irã, armando o ditador Saddam Hussein do Iraque).
O Jihad, ao contrário, tem a como objetivo a defesa das pessoas, seus direitos, protegendo-as contra os males e as injustiças dos agressores (Israel contra palestinos).
Quando os muçulmanos enfrentaram os romanos no Egito, os cristãos coptas (ortodoxos e vivendo ainda como no tempo de Cristo) se aliaram ao Islã na luta pela liberdade.
O que será uma possível invasão da Líbia? Uma guerra de colonização, em que descaracterizam uma cultura e implantam a cultura do país colonizador para facilitar seu domínio, abrir novos mercados para os produtos dos países colonizadores, ou se apropriarem das riquezas dos povos colonizados, no caso, o petróleo.
HZ Ali Ibn Tálib foi o quarto califa. Em uma batalha HZ Ali estava esgrimando com seu oponente e conseguiu desarmá-lo. Enquanto se prepara para matá-lo, pois estava em combate, em guerra, o inimigo cuspiu em sua face. HZ Ali parou e disse para seu inimigo ir embora. Ele não entendeu a atitude do califa.
Ao perguntar ouviu a seguinte resposta - "antes de você cuspir na minha face eu ia te matar, pois estava lutando pela causa de Deus, para que se estabelecesse a Justiça. Mas quando você cuspiu na minha face eu já não sabia se iria te matar por ter ficado com raiva disso, ou realmente pela causa de Deus" - HZ Ali já não tinha certeza se naquele momento sua intenção era voltada a Deus ou era por raiva.
Senso de justiça.
Maomé, numa de suas batalhas, viu que um respeitado combatente do inimigo havia caído morto e seus companheiros ofereceram dez mil dinares pelo corpo. A resposta foi simples e lição de humanidade - "Eu não vendo corpos, vocês podem levar o cadáver do seu camarada morto" -.
Há relatos históricos sobre as Cruzadas e quando da tomada de Jerusalém pelos cruzados a cidade tinha sido purificada com o sangue dos infiéis vencidos.
Na enciclopédia britânica está escrito - "tão terrível, diz-se, foi a carnificina que se seguiu, que os cavalos dos cruzados que chegaram a Mesquita de Omar tinham sangue até os joelhos. Crianças eram agarradas pelos seus pés e arremetidas contra as paredes ou atiradas por cima das seteiras, enquanto judeus eram queimados vivos dentro de suas sinagogas".
Os cruzados se apoiavam em textos bíblicos para promoverem sua crueldade.
"Quando te achegares a alguma cidade para combatê-la, apregoar-lhe-as a paz. E será que, se te responder em paz, e te abrir as portas, todo o povo que se achar nela te será tributário e te servirá. Porém, se ela não fizer paz contigo, mas antes te fizer guerra, então a sitiarás. E o SENHOR teu Deus a dará na tua mão; e todo o homem que houver nela passarás ao fio da espada. Porém, as mulheres, e as crianças, e os animais; e tudo o que houver na cidade, todo o seu despojo, tomarás para ti; e comerás o despojo dos teus inimigos, que te deu o SENHOR teu Deus. Assim farás a todas as cidades que estiverem mui longe de ti, que não forem das cidades destas nações. Porém, das cidades destas nações, que o SENHOR teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida. Antes destruí-las-ás totalmente: aos heteus, e aos amorreus, e aos cananeus, e aos perizeus, e aos heveus, e aos jebuseus, como te ordenou o SENHOR teu Deus" (BIBLIA Deut. 20:10-17).
"E tudo quanto havia na cidade destruíram totalmente ao fio da espada, desde o homem até à mulher, desde o menino até ao velho, e até ao boi e gado miúdo, e ao jumento" (Js. 6:21).
O muro das lamentações em Jerusalém, que os judeus consideram local sagrado para suas adorações, estava desaparecido em meio aos entulhos e montes de lixo; quando o Califa otomano, o sultão Sulaiman Al Kanuni, ficou sabendo do fato, mandou que o governante otomano em Jerusalém retirasse o que havia sobre o muro e limpasse o local, permitindo aos judeus que o visitassem.
Ao contrário do império cristão, que tentou impor o cristianismo sobre todos os seus cidadãos de forma obrigatória, os árabes reconheceram as religiões minoritárias e aceitaram as suas existências, bem como a dos cristãos e judeus, conhecidos por eles como o povo do compromisso ou como os povos que usufruem de proteção.
Em contrapartida, após a reconquista da Espanha pelos cristãos, eles deram três opções aos judeus e muçulmanos: converterem-se ao cristianismo, serem expulsos ou serem executados. Bem parecido com a política muçulmana, não?
Na enciclopédia Larousse Cultural lemos:
"No século XVI, os mouros da Andaluzia foram praticamente forçados à conversão ao cristianismo".
E na enciclopédia Encarta lemos:
"A mesquita de Córdoba foi conhecida como a maior e mais bonita mesquita antes da sua conversão numa igreja cristã".
No período da inquisição, não foram somente judeus, bruxas e pagãos que foram mortos, como esta escrito em livros ocidentais de história, mas sim os muçulmanos, que também sofreram o martírio das fogueiras e das torturas mortais, e NUNCA parou. Esta intolerância se estende até os nossos dias. Até alguns anos atrás, na Europa, os muçulmanos da Bósnia e posteriormente os de Kosovo foram praticamente dizimados pelos Sérvios da então Iugoslávia, que são em sua maioria cristãos ortodoxos gregos e os croatas que são em sua maioria católicos.
Verificaram a existência de 90 campos de concentração na Bósnia e 20 na Sérvia, onde os muçulmanos foram expostos à prática das piores espécies de torturas, como a extração dos olhos e de outros órgãos do corpo por médicos, até a morte. Os sérvios estupravam moças e senhoras, nas quais desenhavam cruzes em seus corpos e cortavam-lhes os seios. Os rapazes eram levados para o matadouro de porcos, onde os sérvios degolavam um grande número deles, e também estirpavam seus órgãos genitais. Autoridades encontraram vários corpos queimados e outros inteiros, dentro de máquinas de triturar pedras.
Os sérvios declararam abertamente estarem fazendo uma limpeza religiosa a fim de prevenir o surgimento de uma nação islâmica no epicentro da Europa. No fim. Mais de um milhão de muçulmanos foram mortos.
O Islã ensina que caso alguém, não importa quem seja (o governante, o comandante ou o presidente), ordene fazer algo que seja ilícito de acordo com o Islã, como violentar prisioneiras de guerra, ou torturar um prisioneiro até a morte, é expressamente proibido acatar e seguir estas ordens, pois não há obediência à criatura no que se refere à desobediência ao criador. Portanto, o tipo de desculpa "eu estava cumprindo ordens" nunca seria aceita, pois cada um tem plena consciência do que é certo e do que é errado.
O mundo ocidental, cristão e democrático não quer nem a paz, nem a democracia nos países árabes. Quer subjugá-los, roubar-lhes suas riquezas, impor-lhe o deus mercado, o dos negócios,
A barbárie e a violência do conglomerado EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
David Cameron é o porta-voz desse terrorismo transformado em progresso e evolução pelo poder do marketing, da propaganda e das armas.
É um filme historicamente visto há milênios e imposto pelos poderosos.
É preciso começar a entender a realidade, separar a verdade da mentira, pois aqui, a América Latina é o Oriente Médio de amanhã, na incontrolável cobiça dos verdadeiros terroristas. EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.