A Grã Bretanha é uma patética colônia norte-americana com governos submissos e orientados a partir de Washington, recheados de temperos nazi/fascistas. Um arremedo de um império que costumava dizer que "no império britânico o sol não se põe". Vive o ocaso, marcha para transformar-se numa grande base militar dos EUA e nada além disso.

A arrogância, no entanto, permanece. A presunção que Elizabeth II reina sobre COMMONWEALTH, comunidade de nações do antigo império.

O discurso do primeiro-ministro David Cameron sobre multiculturalismo feito semana passada na Alemanha, na Conferência de Segurança Européia é uma ressurreição dos conceitos xenófobos de Adolf Hitler - o britânico se inspirou em MEIN KAMPF - e breve, com certeza, campos de concentração como AUSCHWITZ-BIRKENAU para muçulmanos, africanos, latinos e asiáticos.

Ou como os campos norte-americanos (que a mídia ignora) que confinaram cidadãos de origem japonesa ou alemã durante a Segunda Grande Guerra. O de CRYSTAL CITY, no Texas, onde milhares de cidadãos arrancados de suas casas ficaram confinados até o fim do conflito.

Não havia diferença alguma entre os campos nazistas e os norte-americanos, refiro-me ao tratamento dado aos prisioneiros. Fossem judeus, cristãos, descendentes de japoneses, ou de alemães, ou meros suspeitos.

A ditadura chilena valeu-se dessa modalidade de prisão e os norte-americanos reativaram os campos através da base de Guantánamo (território cubano ocupado pelos EUA), onde mantêm prisioneiros sem culpa formada e sem qualquer espécie de direitos, sujeitos a torturas durante o interrogatório, com base no Ato Patriótico do governo George Bush e que permanece vigindo no governo Obama.

No Brasil mesmo, entre 1915 e 1932 o governo criou no estado do Ceará campos de concentração para confinar retirantes que fugiam da seca. Eram chamados de "currais do governo". A prática foi reativada em 1942 quando o País declarou guerra a Alemanha. Doze campos para descendentes de alemães, italianos e japoneses foram criados em vários estados brasileiros.

A ditadura militar da Argentina, o franquismo na Espanha e o salazarismo em Portugal recorriam a esse "expediente" para controlar adversários.

David Camerom, em seu discurso, nega a possibilidade de convivência pacífica e harmoniosa entre povos de culturas e religiões diferentes, tanto quanto afirma que essa política fracassou na Europa. Recebeu o apoio dos governos de extrema-direita da Alemanha e da França.

Em seguida advertiu para o "terrorismo". Pela primeira vez um líder de governo europeu no bloco subordinado aos EUA, ampliou o conceito de "terrorista" para além de muçulmanos. Latinos, africanos, asiáticos estão no mesmo balaio, vale dizer, brasileiros.

Assassinatos como o de Jean Charles serão corriqueiros na limpeza étnica que se prenuncia na Europa colonizada pelos EUA.

Na visão do líder nazista os povos "livres, democráticos, cristãos e ocidentais do mundo" têm o direito, por exemplo, de ocupar o Canal de Suez e por extensão o Egito, se os acontecimentos naquele país colocarem em risco os interesses de sua majestade a rainha.

Um bibelô guardado para ocasiões em que é preciso o beija mãos.

É dentro desse raciocínio que mantêm a ocupação das Ilhas Malvinas, território argentino saqueado pela Grã Bretanha.

Cameron levou para a Conferência de Segurança Européia a visão dos principais líderes norte-americanos que têm usado a Grã Bretanha para enunciar conceitos nazistas, enquanto falam em paz, ou guerras, como fizeram através de Tony Blair, na invasão, ocupação e saque do Iraque.

A dominação é política, econômica e vendem seu mundo podre através da mídia de países como o Brasil. Mídia podre, comprada e cujo papel é criar o ser morto/vivo.

O culto dos tênis de marca. O "viva a vida Maria", no lenocínio disfarçado de BBB através do cafetão Pedro Bial.

Se há problemas mais sérios, enviam seus "rapazes" armados até os dentes e capazes de espalhar o terror pela morte e pela barbárie, como o fazem no Afeganistão, na Colômbia e silenciam agora diante da luta do povo egípcio para se libertar de um tirano sem entranhas e comprado pelo poder imperial dos EUA.

Todo esse contexto terrorista a partir dessa visão nazista, repleto de imagens coloridas foi anunciado e definido por David Cameron.

No caso específico da América Latina sinaliza na necessidade de aprofundar a integração entre os países da região e criar mecanismos claros de reação a essa nova ordem brutal e vergonhosa dos donos do mundo.

Vencida a primeira década do século XXI o que se percebe é que os tentáculos do império, preocupados com a perspectiva de falência econômica, de declínio, ameaçados pelo crescimento da China, uma espécie de potência amoral, um contraponto diverso do que era a União Soviética, apertam seus garrotes e criam caminhos opressores transformando a mentira capitalista em verdade sagrada.

É exatamente o que o geógrafo brasileiro reconhecido mundialmente Milton Santos chamou de "globalitarização". A globalização pela força das armas, do terror explícito no discurso do primeiro-ministro David Cameron.

Muçulmanos, latinos, asiáticos, africanos somos os alvos desse império doente e seu poder doentio.

Dois fatos recentes mostram isso. Os documentos revelados pelo WIKILEAKS (querem executar Julian Assange em corredores da morte nos EUA) e a revolta de povos árabes. Na Tunísia e agora no Egito.

Um, o WIKELEAKS, mostra a podridão do império. Outro, a reação de tunisianos e egípcios, que essa luta, que é de sobrevivência a ameaça nazi/fascista, não será ganha nem na omissão, no virar para o lado ou enterrar a cabeça na terra (como está fazendo o novo chanceler brasileiro), nem no medo.

Mas nas ruas.

 

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