MORTE POR DIVERSÃO

Jeremy Morlock é um dos cinco soldados norte-americanos que responde a processo numa corte marcial em seu país por assassinatos a guisa de "diversão". Morlock e seus companheiros - quatro, incluindo um sargento - assassinaram afegãos para se divertirem e nos relatórios oficiais os apresentavam como "terroristas".

Segundo Morlock o sargento Calvin Gibbs, chefe de sua unidade, colocava uma granada próxima aos corpos das vítimas para justificar a barbárie como se tivesse acontecido uma reação a uma tentativa de ataque aos norte-americanos. Outros soldados já haviam dito que essa prática "assassinar por diversão" era comum na guerra do Iraque e que o sargento Gibbs costumava retirar os dedos e outras partes dos corpos das vítimas.

No Afeganistão os soldados serviam na base de Kandahar (sul do país) e integravam a 5ª Brigada de combate Stryker, parte da 2º Divisão de Infantaria do exército dos EUA.

Morlock e seus companheiros foram recrutados e treinados por empresa privadas nos célebres contratos de terceirização dos serviços pertinentes às forças armadas, feitos no governo Bush. Ou seja, a segurança nacional, como gostam de dizer, virando um negócio lucrativo - sempre foi, agora na versão neoliberal - e permitindo prosperidade à livre iniciativa.

Barack Obama, uma espécie de fantoche na Casa Branca, amarrado de todos os lados pelo legado de seu antecessor George Bush, repete apenas que vai acabar com esses abusos, mas admite que não conseguirá reverter além de sete por cento dos contratos assinados por Bush com empresas privadas.

São contratos tanto para recrutar e treinar soldados, como para operações no cenário de guerra e serviços de inteligência. Com os poderes conferidos pelo Ato Patriótico assinado por Bush que, entre outras coisas, permite tortura em defesa de cidadãos e interesses dos EUA.

Na Colômbia as milionárias recompensas oferecidas pelo governo central levam cidadãos comuns e grupos paramilitares ao assassinato de camponeses, lideranças sindicais, populares, com a justificativa que pertencem à guerrilha. Segundo organizações de direitos humanos muitos inocentes já perderam a vida nessa cruel combinação de democracia com boçalidade.

Uma das primeiras providências tomadas pelas forças dos EUA em seguida a ocupação do Iraque foi a de tentar disseminar a pornografia através de filmes desse gênero, como tentativa de quebrar a resistência do povo islâmico à cultura McDonald's.

Falhou e terceirizam os serviços para figuras como o brasileiro Edir Macedo. Vende uma pornografia diferente. Levas de pastores de várias seitas neopentecostais foram levadas ao Iraque para tentar afastar dos iraquianos "o demônio do Islã".

Adam Winfield é um dos soldados acusados. O pai dele declarou a jornais de seu país (país? Ou conglomerado de empresas?) que o filho chegou a alertar através do Facebook que sua unidade matou um civil afegão sem qualquer motivo e a intenção de cometer o mesmo tipo de crime permanecia. Segundo ele, Christopher Winfield, as autoridades militares foram avisadas, bem como um parlamentar do estado da Flórida.

Para evitar que os fatos fossem denunciados os acusados surraram companheiros de tropa que ameaçavam abrir a boca.

O jornal THE WASHINGTON POST (o que levantou o caso Watergate, a renúncia de Nixon) publicou os fatos em sua edição de 19 de setembro.

Um porta-voz do Exército disse que as audiências até final devem durar várias semanas.

O THE WASHINGTON POST afirma que num dos crimes um civil se dirigia a soldados dos EUA no Afeganistão e um deles simulou aos gritos que estava sendo atacado pelo civil, levando seus colegas a atirar e matar o "inimigo".

Imagino que essa notícia não sai no JORNAL NACIONAL, pois, na avaliação do editor e apresentador William Bonner, "contraria os nossos amigos americanos".

As Nações Unidas determinaram a Israel que suspenda a construção de assentamentos judeus em terras palestinas. Roubo de terra, ocupação indevida de forma violenta.

Israel não concorda e quer que os palestinos negociem, ou seja, cedam.

O governo do Irã anunciou que ao contrário do que disse a mídia ocidental não há decisão sobre o caso da iraniana acusada de adultério. Segundo a mídia privada ela seria enforcada. Os documentos do processo postos à disposição de jornalistas do mundo inteiro revelam que a moça matou o marido com ajuda de um amante.

Tereza Lewis foi executada no estado de Virgínia semana passada acusada do mesmo crime e sendo comprovadamente retardada mental. E antes de ir para a câmara da morte onde lhe foi aplicada uma injeção letal exerceu seu "direito" de um último prato. Dois peitos de frango fritos, salada com ervilhas na manteiga, torta alemã de chocolate e um refrigerante. Minutos antes recebera a visita de sua filha e seus netos.

Tudo dentro da lei.

Nos EUA existem mais de 1 300 condenados à morte em prisões espalhadas pelo país (país?) e entre eles 52 são mulheres. Um levantamento recente feito por organizações de direitos humanos mostrou que há anos atrás muitos dos executados eram inocentes. Como não havia ainda o exame de DNA o benefício da dúvida não valeu para os réus.

No caso de Tereza Lewis o governador do estado recusou o pedido de adiamento e a corte suprema de forma simples respondeu a um pedido semelhante que "está negado".

Nos dias que se seguiram a ocupação do Iraque e garantiram o petróleo daquele país para empresas dos EUA e do Reino Unido fotos mostraram prisioneiros sem culpa formada e sem processo regular sendo torturados numa prisão de Bagdá.

Não houve nem como esconder. Foram divulgadas no mundo inteiro.

Países como o Brasil são alvo da política norte-americana de controle de todo o mundo. A importância do nosso País para os EUA é relevante e cresceu mais ainda nos últimos oito anos.

O Brasil mostrou sua cara, exibiu sua soberania.

Não interessa aos EUA. O sonho de pelo menos três bases militares por aqui permanece e pode virar realidade na hipótese de eleição ou de Arruda Serra, ou de Marina da Silva.

A morte por diversão é um exercício corriqueiro nos EUA, praticado pelos EUA. Faz parte da "cultura" da boçalidade que governa aquele conglomerado de empresas.

Os soldados são apenas produtos oferecidos por essas empresas no passatempo que chamam de democracia e na verdade é pura barbárie.

Morte por diversão, os direitos são deles, dos EUA. E de Israel.
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