RIR DA PRÓPRIA CONDIÇÃO DE HOMER SIMPSON/PATETA

Para levar as eleições presidenciais ao segundo turno a mídia privada vai precisar, até o dia da votação, que Dilma Roussef perca o dobro de votos que Lula perdeu e 2006, na reta final da campanha, numa outra campanha, a das mentiras dessa mídia.

A importância para essa mídia (grandes jornais, redes nacionais de televisão e rádio, revistas) de fabricar escândalos diários deve terminar na ante véspera da eleição, tal e qual foi feito em 1989, e, 1998, em 2002 e em 2006.

Guy Debord, em A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, afirma que “o fato de já não ter contestação, conferiu à mentira uma nova qualidade. Ao mesmo tempo a verdade deixou de existir quase em toda a parte, ou, no melhor caso, ficou reduzida a uma hipótese que nunca poderá ser demonstrada. A mentira sem contestação consumou o desaparecimento da opinião pública que, de início, ficara incapaz de se fazer ouvir e, logo em seguida, de ao menos se formar. É evidente que isso traz importantes conseqüências para a política, as ciências aplicadas, a justiça e ao conhecimento artístico”.

Atribui-se a Lênine um certo desprezo pelos camponeses. O líder revolucionário acreditava que a revolução bolchevique seria conseqüência dos trabalhadores da cidade. E foi, mas num contexto de tempo e espaço diverso do que vivemos.

Debord vai mais além. “a construção de um presente em que a própria moda, do vestuário aos cantores, se imobilizou, que quer esquecer o passado e dá a impressão de já não acreditar no futuro, foi conseguida pela circulação incessante da informação, que a cada instante retorna a uma lista bem sucinta das mesmas tolices, anunciadas com entusiasmo como novidades importantes, ao passo que só se anunciam pouquíssimo e aos arrancos, as notícias de fatos importantes, referentes ao que de fato muda. Tais tolices dizem respeito sobretudo à condenação que este mundo parece ter pronunciado contra sua existência, às etapas de sua autodestruição programada”.

Na prática e vista a realidade de nosso País (em outros também), isso significa mais ou menos transformar o ser, o sujeito, em massa disforme, dócil e capaz de acreditar que vacas alimentadas com determinadas substâncias vão dar leite já com sabor. Direto das tetas (VEJA afirmou isso como grande passo da ciência).

E mesmo que não diga explicitamente, o autor de A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO (Contraponto, Rio) parece estar se dirigindo às classes médias no Brasil tangenciando as “remediadas”, vulneráveis à comoção com o novo namorado de Susana Vieira, ou pelo fato de Ana Maria Braga estar solteira. E solteira resolveu dar uma volta pelo shopping. Quase tropeçou, o tal louro não estava lá para avisar dos degraus.

No campo os camponeses não têm tempo para esse tipo de autocomiseração. Ou seja, aceitar resignadamente a alienação. Pior, na presunção que detêm o saber, classes médias e “remediadas” são especialistas em “dança dos famosos”, não têm a menor noção, em sua maioria, que vivem num imenso matadouro tratadas como gado.

Estão dormindo acordadas, são zumbis e acham que outros precisam acordar para a realidade capitalista de trinta e cinco anos de trabalho semi escravo, mas veneração pelo status da empresa onde deixaram o sangue, o suor e a própria alma.

Anos atrás eram presenteados com relógios de ouro, hoje nem isso.

No caso específico das chamadas minorias (que restam sendo maiorias), negros, mulheres, homossexuais, lésbicas, índios, são o rótulo preferido dos que pespegam a mentira transformada em verdade.

A legião de zumbis montados na mentira/verdade aboleta-se diante da “telinha” e transforma-se em sábios cidadãos/ãs bem informados, bem informadas, resignados ao papel de Homer Simpson ou Pateta, etiqueta pregada por William Bonner editor e apresentador do JORNAL NACIONAL, a mentira como conseqüência do que Debord percebe. “A sociedade modernizada até o estágio do espetacular integrado se caracteriza pela combinação de cinco aspectos principais; a incessante renovação tecnológica, a fusão econômico-estatal, o segredo generalizado, a mentira sem contestação e o presente perpétuo”

Importante é calçar havaianas, não importa que sejam legitimas ou não, importa a etiqueta. O ser etiquetado.

Escorado na hipocrisia moralista e na convicção que colgate vai resolver todos os problemas bucais, ou que a natureza teve seu aroma apreendido num frasco para fazer com que as pessoas flutuem em suas casas.

Camponeses e trabalhadores são invulneráveis em sua grande maioria a esse negócio de recall de ser humano que tanto pode ser o do carro comprado há um mês com financiamento a perder de vista, como a certeza que a moral e os bons costumes se encontram num cofre numa sala super secreta na sede da FIESP/DASLU em São Paulo.

O sudário de Wall Street.

O que explica Dilma Roussef e a derrocada de José Arruda Serra, a tentativa desesperada de fabricar mentiras a cada dia para levantar o tucano, é exatamente a percepção que o grande dilema é existencial, digamos assim. Ou sou humano, ou sou Homer Simpson/Pateta, fiel cumpridor dos meus deveres e observador das regras de moral e religião, não importa qual seja.

O diretor do Banco do Vaticano está sendo investigado por lavagem de dinheiro. O papa, alvo de protestos inéditos em Londres, está espantado e perplexo, segundo o Vaticano. Já já assume o perfil Edir Macedo e leva tudo em carteiras tais como carnê de dez prestações.

Há um fenômeno novo nessa história. O ser humano começa a se encontrar, por mais paradoxal que possa parecer, no mundo virtual. Na internet.

Espraia-se ali o vagido de renascimento da vida em seu sentido e em sua essência. Desperta-se do horror das máquinas denunciadas por Charlie Chaplin, naquele negocio de uma colherada por cada dois segundos.

O desperdício, o que cai, aos porcos.

Aí é inevitável que Tiririca tenha um milhão de votos em perspectiva, é produto desse modelo.

A continuar assim, breve a mídia privada vai se manifestar através dos out doors ambulantes, o ser humano, com adesivos que estampam “eu sou Homer Simpson/Pateta com orgulho”.

Acredito na GLOBO. Acredito em VEJA. Acredito na FOLHA DE SÃO PAULO. Acredito na RBS. Acredito no ESTADO DE SÃO PAULO. Acredito em José Arruda Serra.

Foi nesse meio de caminho que Marina da Silva jogou fora sua historia. Acreditou-se um produto vendável, deixou de ser uma ambientalista com prestígio internacional, no afã de garantir o selo Homer Simpson/Pateta a tal sustentabilidade.

É como um terceiro ou quarto round de uma luta de boxe. Até então estudos entre os lutadores. Agora, VEJA conseguiu do nada outra teta que dá leite sabor chocolate, ou morango, ou baunilha. O tal envelope que cabe 200 mil reais.

Garante diploma de Homer Simpson/Pateta Honorário a quem acreditar.

Não olhar para o passado? Esquecer o passado? É não querer o futuro, mas o presente perpétuo como diz Debord.

Sorte das clínicas psiquiátricas, sorte dos laboratórios que fabricam PROZAC e semelhantes e não se deixe enganar pelo que não tira manchas. Não importa que as manchas fiquem, importa é não se deixar enganar.

Continuar zumbi, dormindo/acordado.

Boa parte das classes médias, ou das “remediadas” adora isso. E com água de coco e pizza com requeijão e frango (o que por si só é uma aberração, mas pizza não é).  Nem humano. É coisa.

Tiririca não tem culpa nenhuma disso. Nasceu de parto natural dessa força prodigiosa da mentira vendida dia a dia pela mídia privada.

 

 

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