Nosso repúdio à desocupação da Aldeia Maracanã e as prisões arbitrárias de ativistas e indígenas

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O ataque à Aldeia Maracanã e ao I Encontro da Frente Independente Popular (FIP-RJ) neste fim de semana se soma aos seguidos crimes cometidos pelo Governo do Estado contra o povo e as organizações populares. Inicialmente o pretexto era o de “proteger” o prédio ao lado, que havia sido usado pela construtora Odebrecht como sede da reforma do Maracanã.

Logo ficou evidente o verdadeiro objetivo: Atacar a organização da Frente Independente Popular que estava realizando seu Encontro organizativo justamente na Aldeia. Em função do papel fundamental da FIP no processo de mobilizações deste ano, e conseqüentemente na derrota política sofrida pelo governo do estado, nesse processo, os acontecimentos comprovam o fato de que na tarde de domingo, a PM só não entrou na Aldeia por conta do número de pessoas dispostas a resistir, que se encontravam no local para o I Encontro da Frente Independente Popular - RJ.

Não havia ordem judicial, além do que já é do conhecimento de todos que aquele é um espaço tombado pelo patrimônio histórico. Foram presas 25 pessoas de forma completamente ilegal e arbitrária.
A ordem de atacar com a truculência de sempre foi dada diretamente pelo governador para sua guarda pretoriana, o Choque da Polícia Militar, e revela o ódio do Governo pelo desgaste político sofrido em todo esse ano de mobilizações. 

A remoção da Aldeia também teve um objetivo claro. Todos se lembram que em torno da defesa da Aldeia, grande mobilização se formou. Assim, a Aldeia Maracanã se tornou além de um centro da resistência indígena, um espaço para as demais lutas sociais. Inclusive a organização do Encontro da FIP no local, faz parte da campanha em defesa da Aldeia. 

Estavam reunidos numa atitude independente índios, membros da FIP, organizações da juventude, professores, camponeses e vários daqueles que não se dobram diante da enorme repressão do Estado, nem se submetem a regras de bom comportamento, ditadas pela democracia dos monopólios, seus intelectuais e seus redatores. 

Isso já era demais para um Governo completamente desmoralizado, como o de Sergio Cabral. Então, mais uma vez, a natureza fascista do Estado se manifestou. A atitude violenta e vingativa se revelou explicitamente na prisão do cacique Guajajára. 

O corpo de bombeiros, que em outros momentos teve o apoio da população em sua luta contra as arbitrariedades desse mesmo governo, foi usado. Numa medida ilegal, arbitrária e fascista, o indígena foi arrancado de cima da árvore, onde diante de toda a sociedade fazia seu protesto. De que maneira poderia ele de cima de uma árvore oferecer perigo à ordem pública? Porque o Governo e sua polícia impediram que lhe fossem dadas comida e até água? Isso não se nega a nenhum preso, seja em guerras ou qualquer tipo de prisão. 

Guajajára foi tratado da mesma forma que as nações indígenas têm sido tratadas: Sem o menor respeito e com toda truculência. A sua atitude representou a luta pela dignidade não só dos índios, mas de todos aqueles que não se dobram frente às injustiças e à repressão.

A FIP e a Aldeia Maracanã vão voltar às ruas já nesta sexta-feira, dia 20 de dezembro. E assim como a juventude se insurgiu no nosso país durante a copa, agora novas mobilizações acontecerão no mês de dezembro, quando o fascismo esperava pegar os apoiadores da Aldeia, a FIP e a juventude desmobilizadas.

Todos nós apoiadores dessas mobilizações e das lutas do povo, democratas, lutadores e entidades que defendem os direitos do povo estaremos presentes!

CEBRASPO - Defender o direito do povo lutar pelos seus direitos!

Foto: Cacique Zé Guajajara, que resistiu em cima de uma árvore dentro da Aldeia Maracanã por mais de 24 horas.
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos - CEBRASPO
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