Ela vai montar esse cavalo?

A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) é a favorita para comandar o Ministério da Agricultura. Seu nome, porém, enfrenta oposição de diversas frentes, de setores do agronegócio, do PT e do seu próprio partido

Na manhã da quarta-feira 3, cerca de 150 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) invadiram uma área do projeto de irrigação Sampaio, localizado na região co­nhe­cida como "bico do papagaio", no extremo norte do Tocantins. O movimento alega que o empreendimento, cujo objetivo é levar água para 1,07 mil hectares de terras para o cultivo de frutas e grãos, está sendo construído em áreas públicas. Mas o verdadeiro motivo da invasão era outro. Seus integrantes protestavam contra a possível indicação da senadora Kátia Abreu, do PMDB de Tocantins, para comandar o Ministério da Agricultura.
"Kátia Abreu é um símbolo do agronegócio, que tem como lógica a terra para produção de mercadorias, com uso intensivo de agrotóxicos e sementes transgênicas destruindo os recursos naturais", afirmou, em nota, o MST. A oposição ao nome da senadora, que também preside a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por parte dos sem-terra não é surpreendente. Mas essa é apenas uma das várias instâncias do setor agrícola que não veem com bons olhos sua possível nomeação para a pasta. Por isso mesmo, a resistência tem gerado dúvidas quanto à sua confirmação no posto.
Kátia enfrenta oposição dentro do seu próprio partido, o PMDB. Grupos no PT, partido da presidenta Dilma Rousseff, também criticam a escolha. A União Democrática Ruralista (UDR), que representa os pequenos produtores, chegou a chamá-la de traidora. Já o empresário Joesley Batista, presidente do frigorífico JBS, em encontro com o ministro-chefe da Casa Civil, na semana passada, teria mostrado descontentamento com a indicação de Kátia. A empresa, no entanto, negou que isso tenha acontecido e, por intermédio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não tem nada contra a senadora.
De qualquer forma, Kátia vem, desde o ano passado, criticando a atuação do frigorífico da família Batista, em particular sua estratégia de marketing e propaganda na tevê, com a participação de artistas como Tony Ramos. Até o momento, quem está sustentando a indicação de Kátia, que entre as lideranças do agronegócio contou até agora com o solitário apoio do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, é, justamente, a presidenta Dilma. As duas se tornaram próximas desde 2010, ainda que a senadora tenha sido uma ferrenha opositora ao governo do padrinho de Dilma, o ex-presidente Lula.
Antes de se filiar ao PMDB, ela passou pelo DEM e pelo PSD. Kátia foi, inclusive, a relatora do projeto de lei que acabou com a CPMF, considerada a maior derrota de Lula em seus dois mandatos. O responsável pela aproximação política das duas foi o vice-presidente da República, Michel Temer, que preside o PMDB e tem uma relação próxima com Kátia. Apesar do apoio da presidenta e do vice, a senadora tocantinense está longe de ser uma unanimidade nos dois principais partidos da base de apoio.
No PT, a corrente Articulação de Esquerda, grupo que defende um posicionamento mais à esquerda, publicou em seu site uma nota na qual classifica a indicação de Kátia como uma "concessão desnecessária e equivocada ao campo conservador, que foi derrotado nas últimas eleições". Um manifesto assinado por 60 intelectuais e ativistas de movimentos sociais, alguns deles ligados ou próximos ao PT, como André Singer, ex-porta-voz de Lula, o teólogo Leonardo Boff e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, também classificou a indicação como uma marcha à ré na execução da agenda vitoriosa nas urnas.
No PMDB, por sua vez, Kátia é considerada uma novata no partido, que não teria, portanto, prestígio suficiente para merecer o ministério. Por esse motivo, os peemedebistas não querem que sua indicação seja incluída na cota de ministérios do partido, reivindicando que entre como uma escolha de Dilma. Essa exigência, por sinal, levou a presidenta a adiar o anúncio do novo ministro da Agricultura. No entanto, a avaliação do governo é de que a senadora sobreviveu à intensa campanha opositora e segue como a favorita para ocupar a pasta.




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