UNIÃO DAS NAÇÕES SUL-AMERICANAS

Onde os recursos energéticos serão a base do desenvolvimento

http://www.voltairenet.org/IMG/jpg/Hugo-Chavez-copia.jpgENQUANTO o império incentiva as guerras de agressão com a cumplicidade e a abulia do Norte rico e industrializado para garantir a fogo e ferro os recursos petroleiros visando saciar sua demencial sociedade de consumo, exatamente ao sul do Rio Bravo acaba de nascer a União das Nações Sul-americanas (Unasul), aliança política e estratégica que reafirma essa energia como um bem comum, sustentátulo do bem-estar social e do desenvolvimento de nossos povos.

Os presidentes Hugo Chávez e Luiz Inácio Lula da Silva, com seus colegas do Paraguai, Nicanor Duarte; e da Bolívia, Evo Morales; colocaram a pedra fundamental do mais moderno Complexo Petroquímico da região, um projeto conjunto entre as empresas Pequiven, da Venezuela, e a
Braskem, do Brasil

O transcendental nascimento teve lugar na cidade de Porlamar, ilha venezuelana de Margarita, com a paternidade compartilhada dos governos das doze nações que integram a América do Sul, oito das quais estiveram representadas por seus presidentes na Primeira Cúpula Energética convocada pelo presidente Hugo Chávez, sendo também qualificada de bem-sucedida por seus participantes.

Ao encontro assistiram os presidentes Álvaro Uribe, da Colômbia; Néstor Kirchner, da Argentina; Evo Morales, da Bolívia; Hugo Chávez, da Venezuela; Luis Inácio Lula da Silva, do Brasil; Michelle Bachelet, do Chile; Rafael Correa, do Equador; e Nicanor Duarte, do Paraguai, assim como delegados do Uruguai, do Suriname, da Guiana e do Peru.

A reunião se criou em Cochabamba, Bolívia, em dezembro passado, na última reunião presidencial da Comunidade Sul-Americana das Nações, que serviu de análise e reflexão acerca do tema energético e de sua importância para o desenvolvimento integral de nossos povos.

Acompanhar essa problemática com aspirações de institucionalizar seus acordos, levando em conta que nesse momento já avançavam alguns projetos conjuntos, seria tarefa desta Primeira Cúpula Energética.

Devemos ter em consideração que o encontro se realiza num momento crucial para o futuro da humanidade, quando o Norte rico e industrializado desespera diante da inevitável realidade do esgotamento de muitos recursos naturais que produzem energia, como o petróleo, o gás e a água.

A América Latina torna-se então uma região em que a cobiça imperial centra suas aspirações como nunca por ser uma das maiores reservas de petróleo, gás, água e florestas do mundo, e sobretudo, quando se sabe que, nos próximos 20 anos, a demanda dos dois primeiros vai crescer em 22% e 62%, respectivamente.

Trata-se é, de acordar uma política de integração que ultrapasse o comercial no assunto energético e se torne o veículo insubstituível para o desenvolvimento econômico e social da região, já que ninguém duvida que no mundo de hoje não pode haver desenvolvimento sem garantia energética.

E, trata-se é, em nosso caso, de um assunto imperativo se levamos em conta que, primeiro, o colonialismo, e depois o neocolonialismo e o neoliberalismo, obstaculizaram estruturalmente nossas economias, ao tornar-nos agroexportadores.

Trata-se é, do consumo, de reverter essa situação de dependência e subdesenvolvimento, utilizando nossos recursos naturais como garantia de nossa própria soberania e independência e em benefício de nossos povos.

Estas são razões suficientes para que a cúpula da ilha de Margarita, depois de um franco, cordial e aberto debate entre seus participantes, adotasse quatro importantíssimos acordos:

1 - Nomear este esforço de integração de seus estados-membros de União das Nações Sul-americanas (Unasul).

2.- Estabelecer a criação do Conselho Energético, cuja missão é a de apresentar uma proposta nessa área para a 3a Cupula Sul-americana das Nações. O Conselho será integrado pelos ministros da Energia de cada país, que trabalharão baseados no princípio de que a integração energética deve ser utilizada como uma ferramenta importante para promover o desenvolvimento social e econômico, assim como para erradicar a pobreza.

3.- Designar uma Secretaria Permanente que terá sua sede nas proximidades do monumento à Metade do Mundo, em Quito, Equador.

4.- Encomendar os ministros das Relações Exteriores a designarem a Secretaria Permanente e transformarem a Comissão de altos funcionários num conselho de delegados ou comissão política encarregada de redigir um projeto de acordo constitutivo da Unasul.

Outra das propostas que, segundo os analistas e os meios de comunicação, por si só tivesse validado a reunião regional, foi a criação do Tratado Energético Sul-americano, cujo objetivo é, num futuro próximo, contar com um instrumento aglutinante de um sistema de produção, distribuição e fornecimento de energia seguro para os povos do continente, segundo explicou o presidente Hugo Chávez.

Estes acordos são adotados quando já estão sendo implementados os projetos de integração como o Grande Gasoduto do Sul, tornado megaprojeto que levará o gás do Caribe venezuelano ao rio da Prata, atravessando o imenso território do Brasil.

Nessa direção também avança o chamado Transoceânico, que irá da Venezuela à costa do Pacífico colombiano e ao Panamá com aspirações de estendê-lo à Nicarágua.

Umas horas antes da inauguração da Cúpula, os presidentes do Brasil e da Venezuela, Lula e Chávez, respectivamente, colocaram a pedra fundamental do mais moderno Complexo Petroquímico da região para o processamento de oleofinas e polipropileno, no estado de Anzoátegui. O projeto conjunto estará a cargo da empresa venezuelana Pequiven e da brasileira Braskem.

É um fato importante, levando em conta que alguns meios de comunicação, precisamente aqueles que são geralmente caixas de ressonância das mentiras imperiais, repetiram até o cansaço que as supostos divergências entre Lula e Chávez, sobretudo no assunto mais recente da produção de etanol, fariam fracassar a Cúpula e a integração sul-americana voltaria a ser uma quimera.

O assunto, pelo contrário, serviu para esclarecer posições e ganhar adeptos no sentido de que, como disse o líder bolivariano, ninguém é contra o etanol, mas contra a macabra idéia do presidente dos Estados Unidos de converter a produção em massa de milho e de outros cereais e grãos em biocombustíveis para seus carros.

Foi tanto assim que o próprio Chávez expressou sua disposição de comprar etanol ao Brasil sem tarifas de importação —como os Estados Unidos lhe impõe — para adicioná-lo à gasolina venezuelana.

Foi também importante o fato de que na Declaração de Margarita se destacou a necessidade de desenvolver programas e atividades de cooperação em matéria de poupança e uso eficiente da energia, quando nenhuma das alternativas que procura o Norte rico visa à poupança nem ao uso racional desse recurso.

No texto, os máximos representantes das declarações dos 12 países expõem sua determinação de promover a cooperação entre as empresas petroleiras nacionais dos países-membros, incluindo a industrialização dos combustíveis, assim como as transações comerciais de energéticos, a fim de contribuir para o desenvolvimento e a competitividade da região sul-americana e o aumento do bem-estar dos povos no âmbito da complementaridade, solidariedade e eqüidade.

Além disso, expressaram seu reconhecimento às iniciativas tomadas pelos diferentes países para incrementarem a cooperação e a coordenação de seus esforços de energia, tais como a Petrosul, a Petrocaribe, a Petroandina, a Petroamérica, a Petroleira do Cono Sul e outras.
A Primeira Cúpula Energética é, sem dúvida, um encontro de muita importância para novos empenhos no caminho da verdadeira integração, que é também o da construção de uma América nova.

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