Os legados de Zumbi, Trotsky e Biko no Dia da Consciência Antirracista

Aproxima-se 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Antirracista, alusivo ao assassinato em 1695 de Zumbi o maior herói de cor da pele preta, negro ou afrodescendente do Brasil, o líder máximo da confederação de quilombos Palmares. Isto, porque não se conhece a data de nascimento de tal herói nacional. Ou seja, não se sabe a idade dele quando foi assassinado pelo mercenário Domingo Jorge Velho, o apelidado bandeirante da historiografia oficial-burguesa e racista. Assim, apesar dos movimentos antirracistas autodenominarem-se movimentos negros e revertido o preconceito racista embutido nas expressões negro/negra, para além de tal academicismo, evoquemos também os legados de Trotsky e Biko.

Zumbi é herói nacional porque nasceu não-escravizado no Brasil e enquanto afrodescendente deixou um legado de luta contra o sistema colonial, escravista e racista. Zumbi teve consciência de que tal sistema fôra comercializado pelas elites africanas e imposto a ferro & fogo pela Coroa Portuguesa. A qual entrou nesse negócio por submissão e por dever uma grana-preta à Inglaterra, o mais colonialista dos países colonialistas à época. Em outras palavras, o legado de luta deixado por Zumbi é um exemplo de união entre a maioria oprimida de pretos-negros escravizados e a minoria opositora de tal escravismo colonial e racista constituída por nativos indígenas e imigrantes brancos ou euro descendentes.

Apesar da forma de governo ter permanecido a monarquia e o modo de produção baseado no trabalho escravo, Palmares desenvolveu uma progressista policultura agrícola. O que ficou marcado como ameaçadora alternativa à atrasada monocultura praticada pelo escravismo colonial e racista imposto a ferro & fogo pela Coroa Portuguesa no Brasil. Daí porque foram gastos rios de dinheiro com mercenários apelidados de bandeirantes para a destruição de Palmares. O que acabou ocorrendo no final do século XVII, ou seja depois de mais de um século de resistência dos quilombolas palmarinos. Resistência essa cujas mais sangrentas ocorreram nas últimas décadas quando exército de Palmares era comandado por Zumbi.

Já o revolucionário marxista russo Leon Trotsky (1879-1940) no livro Nacionalismo Negro ensinou: “A luta dos negros na África e países da diáspora contra o racismo e o (imperialismo) colonialismo é específica, estratégica e indissociável da luta de classes. Por último, embora obviamente a literatura e a historiografia oficial-burguesa não registrem isso, o legado de tal ensinamento deixado por Trotsky serviu de inspiração ao maior herói mundial de cor da pele preta ou negro, o sindicalista e líder socialista sul-africano Stephen Bantu Biko o Steve Biko (1946-1977) o mártir internacional da Consciência Antirracista, no legado deixado pelo ensinamento da célebre frase: “Racismo e capitalismo são os dois lados de uma única e mesma moeda”.

O 20 de novembro é o Dia Nacional da Consciência Antirracista. Não, da consciência negra conforme intitulam os movimentos negros adeptos do racialismo, a ideologia e ou/crença fundamentalista não-comprovada cientificamente existência de “raças” humanas. Em meio ao racialismo estão o gênero de políticas privadas e públicas chamadas de ações afirmativas (AAs) e a espécie denominadas de cotas. AAs e cotas querem “humanizar ou racionalizar” o desumano & irracional racismo e “dar caráter social” ao antissocial sistema estruturado na divisão de classes. Por isso, a instituição burguesa Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica dividindo quase 70 % da população afrodescendente deste país entre preto/preta e pardo/parda.

Abaixo o racismo! Abaixo o capitalismo!

Pelo fim das chacinas que vitimam a juventude pobre e oprimida especialmente a juventude preta/negra afrodescendente nas periferia das cidades!

Pela extinção da Polícia Militar!

Pela titulação às famílias remanescentes em comunidades quilombolas em meio as Revoluções Agrária e Urbana!

Pelas revogações das Leis 12.288/2010 o nefasto Estatuto da “Igualdade Racial” (IER) e 12.711/2012 a famigerada Lei de Cotas!

Por escolas inclusas as técnicas profissionalizantes e universidades públicas com excelência na qualidade, gratuitas e universalistas isto é com acesso igual para todos e todas!

Abaixo o PROUNI, o ENEM, o SISU, o FIES ou qualquer filtro/discriminação ao ensino universitário público apelidado de vestibular!

Abaixo a nefasta Reforma do Ensino, a ex-PEC 241, o atual PL 55/2016!

Pela saúde pública, gratuita, com excelência na qualidade e universalista isto é para todos e todas inclusos os casos de epidemia social de anemia falciforme!

Pelo imediato retorno da tropa brasileira que comanda a ocupação militar internacional da ONU no Haiti, com o consequente fim da MINUSTAH! 

Fora Temer e esse Congresso Nacional!

Pela Assembleia Popular Nacional Constituinte!

Pelo Governo dos Trabalhadores!

**Almir da Silva Lima, jornalista, é militante do Movimento Negro Socialista (MNS) e da seção brasileira da Corrente Marxista Internacional (CMI) a Esquerda Marxista (EM) abrigada democraticamente no PSOL.

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