LULA APRENDEU A LER

Não tenho mais saco para ler jornais ou assistir programas jornalísticos de televisão. Não dizem coisa com coisa, ou dizem coisas que eu, na minha santa ignorância, não consigo compreender.

Dia desses, sei lá quando, não mais do que duas semanas, tv ligada, fui obrigado a ouvir, melhor do que ser surdo, mais um trecho de discurso presidencial, especialmente selecionado pela rede Globo para mostrar ao povo a ferrenha vontade de Lula em derrotar os antinacionalistas que, de forma vil e hedionda, sem dó e sem piedade, continuam roubando os cofres públicos.

Disse o presidente, talvez com outras palavras: “... eu não consigo acreditar que li nos jornais os números alcançados pela corrupção no Brasil, uma vergonha, quando eu tenho dificuldades para conseguir liberar quarenta, cinqüenta mil reais para socorrer aos que passam fome, eles conseguem com toda facilidade roubar milhões”.

O mais importante na fala do presidente é a notícia de que ele, agora, aprendeu a ler, o que talvez explique porque até então nunca soube de nada.

Quem sabe Lula não fique curado da cegueira e da surdez e consiga descobrir mais alguns dos inumeráveis crimes cometidos contra o proletariado brasileiro.

NO JAPÃO CORRUPTO SE SUICIDA

Na terça, 29 de maio, a imprensa internacional noticiou o suicídio de um ministro japonês acusado de corrupção. Se fosse no Brasil o ministro seria promovido. Como já estaria no topo da escada, a única opção seria agraciá-lo com a presidência dessa abençoada (não sei por quem) República.

BALA DE FESTIM TAMBÉM MATA

A tragédia acontecida na cidade de Rondonópolis, Cuiabá (MT), por ironia do destino num bairro denominado “Jardim das Flores”, pode ser considerada o cúmulo da irresponsabilidade, um absurdo inconcebível se permitido acontecer justamente por quem se atribui como dever de ofício proteger a vida do cidadão.

O mínimo que a sociedade poderia esperar seria o imediato e definitivo afastamento de todos os oficiais que comandam a PM do estado, sem prejuízo das penas legais pertinentes aos responsáveis diretos e indiretos pela tragédia.

Tal irresponsabilidade jamais poderá ser atribuída a um descuido, ao desconhecimento do policial responsável pela escolha das armas e da munição, e a falta de cuidado e atenção dos policiais que receberam o equipamento. Ou será que na PM do MT os militares não recebem treinamento? Impossível imaginar que esse tipo de operação não tenha sido protegido por ordens claras e inconfundíveis, que não se tenha nomeado um graduado para fazer a checagem do trabalho passo a passo. Impossível que alguma explicação ou justificativa seja suficiente e aceitável para definir a tragédia como uma simples e mera fatalidade.

MENINOS DE 12 e 13 ANOS BARBARAMENTE ASSASSINADOS NO ES

Município de Cariacica, região metropolitana, ES, e mais uma vez o destino faz das suas ironias no infernal mundo da violência, escolhendo como palco de outra desgraça o bairro batizado de Boa Sorte.

Dois amigos, Carlos Henrique, 13, e Rodrigo Braga, 12, vizinhos de rua, como faziam todos os dias no final da tarde, saíram de casa para brincar com as bicicletas. Bons filhos, obedientes, estudiosos, educados. Retornavam sempre antes da hora do jantar. Nesse dia foi diferente, não voltaram. Os pais desesperados, pois sabiam que algo grave deveria ter acontecido saíram à procura das crianças. No meio da noite procuraram a polícia. Buscas de desaparecidos só depois de 24 horas do desaparecimento.

No dia seguinte os moradores se mobilizaram para encontrar os meninos. Foi um dos irmãos de Henrique que achou os corpos. Numa estradinha do bairro a pouco mais de 100 metros das residências. Um crime brutal, as cabeças dos menores foram esmagadas.

Um duplo assassinato aparentemente sem motivos. Nenhuma pista. Os capixabas também estão vivendo em pânico. No Espírito Santo, não apenas nas principais cidades, como também nos menores municípios do interior, a situação é a mesma: mata-se por matar, virou moda.

PREGAÇÃO NO DESERTO


Ontem abandonei o trabalho por volta das três da tarde. Trabalho com uma equipe de individualistas, cada um por si e o diabo com quem for mais fraco.

Todos, ou quase todos, com um único objetivo, subir a escada, descobrir o caminho da mina, que se dane o mundo, quem puder mais chora menos.

Sem saber como ou por que entrei no principal shopping da capital. Um mundo de luzes e cores, sofisticação, futilidades alegóricas, gente desocupada, despreocupada, sem pressa e sem destino. Pensei: para onde caminha a humanidade?

Um compromisso martelava a minha cabeça, escrever para o jornal “O REBATE”. Afinal escrever o que e sobre o que? Sobre a inocência do Renan? Da alfabetização do presidente ou da liberdade concedida aos 40 companheiros que escaparam da navalhada, ganharam a liberdade, e mesmo quando presos não viram o sol nascer quadrado?

Só Jesus deve saber do que eu estou falando, só ele era capaz de pregar no deserto e ser ouvido em todos os lugares.

Vaguei pela cidade, testemunhei assaltos relâmpagos, bêbados desafiando a sorte e a morte ao volante das suas carretas envenenadas, prostitutas ganhando o troco nos cantos da praça, crianças dormindo amontoadas nas calçadas tentando fugir do frio e esquecer a fome, viciados fazendo a cabeça e policiais extorquindo.

Vou escrever o que e pra quem? Quem se importa com o que acontece no Congresso Nacional? Cheguei em casa as quatro da matina. Descobri que Nelson Rodrigues estava certo quando afirmava que o homem no mundo atual é um ser sozinho na multidão.

 

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