A tal da “vaquinha virtual”

s32 300x198 A tal da “vaquinha virtual”Boas ideias pipocam pelo mundo a todo instante, mas muitas não saem do papel por falta de recursos financeiros. O financiamento coletivo é uma alternativa para transformar sonhadores em empreendedores.
Ajudar um artista a gravar o seu primeiro CD, um escritor a publicar o seu primeiro livro ou viabilizar um projeto no qual você acredite, gastando apenas R$ 10,00. Com o financiamento coletivo, uma nova ferramenta que está ganhando espaço na internet, isso agora é possível. A ideia surgiu nos Estados Unidos, há mais ou menos uma década, para conectar artistas, escritores ou inventores a doadores interessados em patrocinar seus projetos. Consiste na divulgação das iniciativas em sites, nos quais os internautas podem fazer contribuições financeiras. O idealizador anuncia o valor necessário para tirar a proposta do papel, os interessados fazem suas contribuições e, em troca, recebem recompensas como, por exemplo, adesivos, o nome nos créditos do filme custeado e outros brindes criativos.

O termo financiamento coletivo, ou financiamento colaborativo, é uma tradução do inglês crowdfunding, que é uma junção das palavras crowd (multidão) e funding (financiamento). A ideia é uma releitura de modelos que já estão por aqui há algum tempo, como o Criança Esperança, da Rede Globo, com o qual, por meio de telefonemas e doações pela internet, as pessoas podem colaborar financeiramente com pequenas quantias e o montante é doado para projetos e instituições beneficentes.
As principais diferenças são que, no novo sistema, você sabe exatamente para onde está indo o seu dinheiro e pode fiscalizar se ele realmente foi aplicado. Além disso, qualquer pessoa está habilitada a arriscar e enviar as suas ideias. Na maioria dos sites, os projetos que vão pleitear o financiamento passam por uma análise e precisam preencher alguns pré-requisitos como, por exemplo, ser um projeto com início, meio e fim. “Assim fica mais fácil de a pessoa que colaborou saber se aquilo que foi proposto realmente está sendo entregue”, explica Giuliano Barros, um dos sócios do site ComeçAki. O portal, que recebe os internautas com o slogan Apoiar, Acreditar e Realizar, está no ar desde o início de 2011e nesse período já divulgou cerca de 50 projetos. “Mais ou menos dois terços do total foram viabilizados”, conta o cientista da computação, de 29 anos.
No ComeçAki, os projetos precisam também estar enquadrados em oito diferentes setores: ambiental, social, cultural, esportivo, pessoal, jornalístico, de eventos e de empreendedorismo. “A ideia da classificação foi manter algo que eu e os outros sócios pensamos desde o início, que é incentivar iniciativas que causem impactos positivos na sociedade”, explica Giuliano. Ao lado dele na gestão do portal, que tem sua sede em Curitiba, estão Bruno Lopresti, Marcelo Aoki, Eduardo Nicz e João Rebequi.
Dentre as oito opções, a categoria que mais arrecada valores e que realizou os maiores eventos por intermédio do ComeçAki é a de esporte. Uma ação recente com o time carioca Fluminense arrecadou mais de R$ 200 mil para a elaboração do livro Fluminense, 110 Jogos Inesquecíveis – Guerreiros desde 1902. É também de esporte o projeto que mais marcou Giuliano. Com o nome Karatê Minha Vida a inciativa pretendia levantar recursos para que a atleta de karatê Elaine Barreto, que tinha apenas oito anos na época, pudesse disputar um campeonato nacional. “As doações atingiram 200% do necessário e ela ganhou a medalha de ouro no campeonato. É muito bom saber que a gente de alguma maneira faz parte disso”, relata. Neste projeto, as recompensas iam, de acordo com o valor doado, de fotografias autografadas pela atleta à inclusão de logomarca da empresa no quimono.
Apresar de ser um ponto importante, para Giuliano a recompensa não é o que faz o internauta doar dinheiro para o projeto. “Tem que ser algo em que a pessoa acredite. A recompensa vai influenciar apenas no valor. Se colaborando com um pouco mais a recompensa for mais bacana, existe uma probabilidade maior de a pessoa aumentar a colaboração”, comenta.
Esta é a mesma opinião de outro empreendedor que acreditou na ideia do financiamento coletivo. Diego Reeberg, de 23 anos, é formado em administração e um dos fundadores do portal Catarse. “A recompensa é a menor parte”, afirma. Para ele, o que realmente faz com que as pessoas desembolsem algum dinheiro é a credibilidade do idealizador do projeto. “Nossa experiência mostra que quanto mais confiança o dono do projeto inspirar, mais chances ele vai ter de arrecadar o montante necessário”, diz Diego.
O portal Catarse surgiu mais ou menos na mesma época de seu concorrente ComeçAki, mas já tem hoje proporções maiores. Conta em seu histórico com mais de R$ 4 milhões arrecadados, para 317 projetos bem-sucedidos e mais de 38 mil doadores. Na capa do site o internauta é recebido com o convite “Faça acontecer os projetos em que você acredita. Financie projetos de maneira colaborativa e torne-se parte de algo maior”.
O portal possui 24 categorias, mas, dentre os atuais 73 projetos que atualmente esperam colaborações no Catarse, a maioria é de cultura. E é de caráter sociocultural a iniciativa já financiada que faz Diego ter a sensação de missão cumprida. “O projeto Pimp My Carroça foi muito legal”, enfatiza. A inciativa do grafiteiro Mundano levantou mais de R$ 63 mil para realizar uma ação de revitalização de carroças de catadores de material reciclado da cidade de São Paulo.
Em países da Europa e nos Estados Unidos, o financiamento coletivo já é uma ideia mais difundida e viabiliza projetos de proporções gigantescas. “A comunidade de Rotterdam, na Holanda, construiu até uma ponte com dinheiro de doações”, conta Diego, que afirma também, acreditar que no Brasil esse não é o propósito. “Nós já pagamos muitos impostos”, exclama.
Um dos principais impulsos para a expansão dos sites de financiamento coletivo foi o sucesso do Kickstarter, criado em 2009 por três jovens norte-americanos, com a ideia de ser um canal de financiamento para artistas independentes. Hoje, há cerca de 170 portais ao redor do mundo, sendo 17 no Brasil. Para se manterem economicamente, a maioria das plataformas retêm 10% dos valores arrecadados. Quando um projeto recebe doações, mas não atinge o montante mínimo para realização, o dinheiro é devolvido para os doadores.
O campo parece ser promissor e repleto de pessoas bem intencionadas. Tanto Diego quanto Giuliano não acumulam em seus históricos experiências de idealizadores que não honraram a confiança dos colaboradores. A declaração de ambos sobre a possibilidade de a pessoa pegar o dinheiro e não investir na ideia é de que “ainda não aconteceu”.

Conheça alguns sites de financiamento coletivo que estão no ar no Brasil
ComeçAki No ar desde o início de 2011, divulga iniciativas que se enquadrem nas categorias ambiental, social, cultural, esportivo, pessoal, jornalístico, de eventos e de empreendedorismo.
Catarse Está entre os mais conhecidos do Brasil. Com 24 categorias, aceita projetos de quase todos os tipos.
Vakinha– Financia projetos pessoais, como a reforma da casa ou um som para o carro. Quem coloca o pedido no ar pode enviar para seus amigos e familiares.
Juntos.com.vc – Arrecada valores para projetos de organizações do terceiro setor.
Movere.me – É uma plataforma bastante parecida com o Catarse. Aceita projetos de diversas categorias. Um dos pré-requisitos é que o idealizador faça um vídeo explicando a ideia. (Envolverde)
(Agência Envolverde)

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