“PERIGO DE GOL”

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO, há cerca de três semanas, reuniu 70 “especialistas” em futebol para escalar a seleção de todos os tempos e nenhum deles se lembrou de Leônidas da Silva, ou Zizinho. E ainda puseram Rivelino na reserva.
A exceção de três ou quatro, a figura mais chata das transmissões esportivas hoje são os comentaristas. Entendem de tudo, mesmo que o resultado seja diferente de suas previsões. Tem um que sabe até a hora do parto do jogador.
Num jogo Brasil e Peru pelo Campeonato Sul-americano, Zizinho servia Leônidas da Selva, um trombador emérito e da Selva dia todos os gols, se atrapalhava com a bola. No intervalo foi a até Zizinho, um mestre na arte de jogar e lhe disse – “senhor Zizinho, eu não sou o da Silva, comigo a bola tem que vir no meio da boleira”. Dito e feito, o Brasil ganhou de quatro a dois, Zezé Moreira era o técnico.
Jornalistas do porte de João Saldanha, Geraldo Romualdo da Silva, Mário Filho, Nelson Rodrigues, Valdir Amaral, Jorge Couri, Oduvaldo Cozzi, Doalcei Camargo e outros eram unânimes em proclamar suas dúvidas se Pelé era melhor que Leônidas, se Leônidas era melhor ou se eram equivalentes.
Bela Gutman, um dos integrantes da comissão técnica da célebre seleção húngara de 1954, veio treinar o São Paulo em 1957 e disse – “deem-me Zizinho e serei campeão”. O São Paulo comprou Zizinho e o foi campeão. Em condições quase idênticas anos mais tarde o técnico, outro, pediu Gérson e o São Paulo foi bi-campeão.
Leônidas da Silva talvez tenha sido o primeiro jogador a virar marca no Brasil. A Lacta lançou o chocolate, existe até hoje, DIAMANTE NEGRO.
João Etzel Filho era um juiz venal e em duas oportunidades expulsou Leônidas. A primeira quando apitou uma falta e o jogador perguntou se havia marcado “perigo de gol”. A segunda, quando o apito caiu de sua boca e Leônidas partia para ao gol e ele, desesperado, vendo o dinheiro fugir, começou a gritar “segura esse crioulo aí que ele vai marcar gol”.
Leônidas era um fenômeno, virou comentarista e não tinha o mau caráter de Pelé, o que torna melhor.
Sequer, os “especialistas”, se lembraram de Heleno de Freitas , outro gênio do futebol.
Zico, jogador de clube, metade futebol, metade marketing, está lá. Na reserva, ao lado de Rivelino, segundo Maradona, o “maior jogador de todos os tempos”.
A exceção de João Saldanha, que havia sido campeão como técnico em 1957, pelo Botafogo, todos os comentaristas que se meteram a técnicos deram com os burros n’ água.
Ao contrário, todos os jogadores que se transformaram em comentarista com exceção de um ou outro, mostraram a simplicidade do futebol e traduziram, como traduzem, o que ocorre e campo com nitidez e clareza.
Casagrande, Roger Flores, Sorin, Caio e outros.
Há um perigo de gol rondando a copa do mundo e as transmissões dos jogos. Os tais especialistas. O futebol vai acabar ficando em segundo plano.
Vai ser duro.

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