"OS CARRASCOS TAMBÉM MORREM"

No dia seguinte ao da morte do marechal Castello Branco o jornalista Hélio Fernandes, na primeira página da TRIBUNA DE IMPRENSA, publicou um artigo com esse titulo – “OS CARRASCOS TAMBÉM MORREM”. Despertou “indignação” entre os militares golpistas que governavam o Brasil (Costa e Silva) e Mário Andreazza, coronel e ministro iniciou um movimento dentro dos quartéis e do governo para que Hélio Fernandes fosse punido.

E de fato foi. A ditadura inventou a pena de confinamento e o jornalista foi confinado por 45 dias numa cidade do estado do Mato Grosso, ainda não dividido. Essa modalidade de punição foi usada mais tarde contra o ex-presidente Jânio Quadros e depois abandonada.

É comum entre nós relegar os crimes cometidos por quem morre. No caso específico Roberto Civita, dono do império ABRIL e um dos mais venais dentre os que detêm o monopólio da comunicação.
Se o artigo fosse escrito hoje o título seria outro, “OS MAFIOSOS TAMBÉM MORREM”.

Num dos seus pronunciamentos nessas solenidades de escolha do bandido do ano, promovidas por entidades como a FIESP e outras, Civita fez um discurso onde defende a “liberdade de imprensa” e critica toda e qualquer forma de regulamentação.

A palavra regulamentação, em se tratando de lixo mídIa, mídia lixo, como VEJA por exemplo, ganhou contornos de censura, de limitação à liberdade de imprensa, de informação, quando na verdade abre espaços para pluralidade e diversidade da informação, o que definitivamente não interessava a Civita e não interessa aos Marinhos (GLOBO).

Quebra o poder de manipular, pois não há o contraponto na mesma medida, fragmenta a comunicação com perspectivas de uma amplo debate sobre fatos, quaisquer que sejam, reduz o poder quase absoluto, ou absoluto de formação da opinião pública através do conceito que o cidadão é um idiota como Homer Simpson, definição de William Bonner.

Cria responsabilidades como no caso da associação de VEJA e Carlos Cachoeira, diminui e muito o poder de chantagem e a formação de quadrilhas capazes de manipular notícias, fato, esconder realidades e criar um mundo de fantasia, onde até uma eventual candidatura de Luciano Huck se torna possível, não em função de seus direitos de cidadão, mas de animador de programa de auditório.

Roberto Civita era um dos bandidos da mídia lixo, da lixo mídia. Sua morte não esconde essa característica e nem o absolve de seus crimes. Por mais besteira que possa parecer a morte é contingência da vida. Se purificasse bandidos Al Capone seria santo.

Roberto Civita foi um dos criminosos que alcançou patamares altos nas organizações mafiosas e morto continua sendo um mafioso.


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