Bater ou não bater?

Bater ou não bater: eis a questão!

Freqüentemente alguns pais chegam ao consultório trazendo esta questão que tanto os aflige.

Se batem, sentem-se culpados ou procuram justificativas e o apoio para o que fizeram. Se não batem, sentem-se perdidos e perdendo o controle da situação.

Pessoalmente, não acredito que a punição física seja a melhor solução para educar uma criança. É importante pensar em métodos eficientes e construtivos para colocar limites nos filhos.

Adolescentes e adultos relatam mais tarde o quanto sofreram com tapas, surras e beliscões e como sentiram-se humilhados, além de lhes ter gerado sentimentos de mágoas e ressentimentos. O reflexo disto pode atingir vários setores: descontar no irmão menor ou nos colegas de escola, tirar notas baixas, quebrar objetos importantes para os pais, etc.

O castigo é uma alternativa mais eficaz pois tem a função de fazer a criança parar para refletir e comprometer-se com seu ato.

A punição física, em compensação, funciona como um pagamento pelo que a criança fez: ela compra a liberdade de continuar a fazer tudo igualzinho. "Apanhava, pagava meu preço e logo em seguida estava pronta para outra", relata uma adolescente.

É bem verdade que, em muitas ocasiões, as crianças sabem como ser exasperantes! Provocam seus pais e quase os levam ao desespero. Quando não levam! E é nesta hora que os pais se descontrolam e batem.

Batem porque foram postos à prova em sua posição de autoridade ou porque foram expostos à uma situação constrangedora em público. Batem porque estão cansados, irritados ou frustrados com algo de ordem pessoal: trabalho, dinheiro, desilusões amorosas...

Como então condenar os pais se, afinal, todos somos vulneráveis ao descontrole?

Como lidar com a criança provocadora que, em busca do limite que seus pais deviam lhe assegurar, se depara com um adulto nervoso, descarregando nela uma cota de dor ou raiva que não foi desencadeada por ela?

Qualquer atitude extremada é sempre perniciosa!

Não bater e deixar fluir, fingir que não viu é:
1) permitir o desvio na hierarquia: através dos pais é que as crianças entram em contato com a hierarquia e aprendem a obedecer
2) correr o risco de criar rebeldes ou selvagens mal educados que começam a ser rejeitados pelo grupo de amigos, escola, a não receberem convites, a serem excluídos dos passeios e festas criar uma criança insegura que se sente desprotegida por não possuir pais competentes o bastante para deter seus impulsos

Bater, por sua vez é:
1) incitar a agressividade – quem já não ouviu a sábia frase "Violência gera violência"?
2) estimular a mentira – é comum observar crianças que escondem as verdades para se protegerem de apanhar e outras que desenvolvem o hábito de jogar a culpa em outras pessoas para se "livrar" da punição
3) desencadear o medo – há crianças que tornam-se fechadas, não expressam suas idéias claramente pelo medo tornando-se, mais tarde, pessoas sem iniciativa e pouco criativas

Diante deste impasse, os pais atuais começam a procurar por alternativas diferentes do modo como foram educados já que, ao longo do tempo, ficou mais que comprovado o quanto o uso da força é um método ineficaz para colocar limites nas crianças.

O castigo ainda é um recurso extremamente eficiente pois leva as crianças a desenvolverem um senso de responsabilidade sobre seus atos. Não basta simplesmente, levar uma palmada e tudo fica bem outra vez. Não basta um pedido de desculpas arrancado pela autoridade para "zerar" a grosseria ou falta de educação.

Quando colocamos uma criança de castigo, isto é, sentada em seu quarto ou sem ver seu programa de televisão preferido por exemplo, e lhe dissemos para parar e pensar no que fez, estamos ajudando-a a criar um senso próprio do que é certo ou errado. Afinal, nem sempre os pais estarão por perto para determinar o que é certo ou errado e elas necessitam ir criando suas próprias medidas sobre o que é um comportamento adequado.

Elisabeth Noël Ribeiro

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