A cidadania aviltada nas eleições

Reentramos num tempo de pouca vergonha escancarada.  Uma fase do cotidiano, quando nos impõem ver e ouvir sons e imagens de indivíduos que se candidatam ao bem-bom da vida pública, exalando o mau cheiro típico que se infiltra em nosso requintado gosto de cidadania.
Mas, que cidadania aviltada é esta – violada, corrompida, estuprada pela ação dos pretendentes à reeleição?  Como se não bastasse a atitude de uma justiça federal que algema nossa cidadania indignada?
- Algemas sim! Para corruptos que buscam imunidade na reeleição!
Em momentos da vida nacional, diante de atos vergonhosos que emanam dos poderes, constituídos para proteção da cidadania elementar, baixa um arrepio na pele, feito um exu-das-sete-catacumbas incorporado nas encruzas da vida.  Dá uma vontade enorme de sair por aí, com uma AK-47 fumegante nas mãos, ansiosa por abater os pulhas que desvirtuam nossa alegria de viver num turbilhão de dificuldades, geradas pelos poderes que nos desgovernam: quanta safadeza embutida no jargão técnico que só os togados entendem: e por que tanta presepada para enunciar o óbvio?
- Para que somente eles manipulem o enunciado nas leis; para que defendam o indefensável; para que absolvam o réu confesso, o estuprador, o ladrão, o assassino vil, e ainda despontem na mídia com a cara de pau arrogante, divulgando serviços esdrúxulos que prestam a quem de direito – perdão, a quem tenha o vil metal nas mãos sujas, ainda que fruto da corrupção e do crime...
O que estamos vendo e vivendo é um exercício insuportável de cidadania! 
Passamos anos inteiros das nossas vidas decorando o que nos foi ensinado nas escolas do bem.  Quando nos formamos, somos lançados às ruas com um diploma nas mãos, procuramos viver e trabalhar honestamente, num mercado controlado por corruptos e ladrões que compõem a súcia que manobra os controles do País.
Não existe um único setor da vida nacional onde as coisas fluem honestamente, sem desvios nem conchavos, onde não atuem quadrilhas e padrinhos poderosos, nem mesmo na fila dos transplantes! 
No banco dos hospitais e ambulatórios falidos, nas agências que representam entidades oficiais, na espera revoltante do Inss e do Inamps, nas Varas de Justiça e do Trabalho, nos tribunais onde os miseráveis apelam, em vão. Nas Assembléias e Câmaras que deixaram de representar o eleitor que vota inconsciente e obrigatoriamente!
Afinal, o que pretendem estes senhores e senhoras que se candidatam aos cargos eletivos disponíveis?
- Compor grupos dominantes, chamados de partidos, para barganhar com o poder central, formando quadrilhas para agir em foro próprio, roubando a massa ignara e o Erário...
Ouço dizer que existem leis específicas para disciplinar as eleições, elas emanam dos TSE’s e dos TRE’s instalados no território nacional.  Dizem que é proibida a panfletagem, o uso de carros de som, a boca de urna: mas o que fazem miríades de indivíduos poluindo a cidade, colocando cartazes iluminados em logradouros públicos, circulando carros com volumes que atordoam os sentidos?
Dizem que existem controles, porém, o que ocorre nas rádios e tevês, invadidas por hordas de pedintes, roubando nosso espaço pago de lazer?
Por que os eleitos buscam a reeleição e quem degusta o poder não quer mais largar o osso?
Por que a justiça não consegue enquadrar as quadrilhas e os colarinhos brancos surpreendidos, de cuecas, pela logística excepcional da Polícia Federal?
E por que liberta indivíduos em flagrante de suborno e evidência de corrupção, enquanto cria regras para o uso de algemas em criminosos?
Por que a justiça eleitoral aceita candidatos sob suspeição?
Por que tantos hábeas corpus concedidos aos criminosos?
A imoralidade da Propaganda Eleitoral Gratuita é mantida para que alguns se elejam e recebam a unção da imunidade parlamentar, mordomias e salários aviltantes. Esta coisa gratuita é descontada no contracheque dos trabalhadores e está de volta, invadindo os meios de comunicação, criados para deleite dos cidadãos.  A partir de agora devemos desqualificar a obrigatoriedade: podemos anular o voto obrigatório e ignorar a votação obrigatória.
- O conceito de cidadania está em jogo e só depende dos eleitores...

Toni Marins, jornalista
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